F1 A nova receita para os novatos na Fórmula 1 - Julianne Cerasoli Skip to content

A nova receita para os novatos na Fórmula 1

Os caminhos para estrear – e permanecer – na Fórmula 1 passaram por transformações nos últimos anos, motivadas pelo cenário financeiro, que fez com que o orçamento de mais equipes no grid dependesse em parte dos pilotos, e pela forte restrição aos testes. Essa combinação faz com que a velha tradição de mostrar serviço em times pequenos logo de cara e escalar o pelotão naturalmente, dependendo do próprio talento, esteja em extinção. E os exemplos recentes mostram que a melhor porta de entrada é uma vaga como terceiro piloto em um dos poucos times que usam seus reservas nos treinos livres.

A limitação de 15.000km de testes por equipe imposta em 2009 automaticamente significa que nenhum piloto chegará à Fórmula 1 com a preparação que um Hamilton ou um Vettel tiveram. E nem mesmo o aumento em 30 min da primeira sessão de treinos livres na próxima temporada deve revolucionar essa realidade. O regulamento ainda não foi divulgado oficialmente, mas se não houver obrigatoriedade de andar com pilotos novatos neste tempo extra, a diferença será pouca em relação ao que acontece hoje.

As equipes médias argumentam que demoram de 10 minutos a meia hora para mudar o carro (assento, pedais e acerto) de um piloto para o outro e as grandes garantem que qualquer tempo extra de pista seria usado com os titulares. Porém, se não é de se esperar que o cenário atual se transforme, esse tempo extra tem tudo para potencializar um tempo de pista que vem se mostrando importante.

Observando todos os pilotos que estrearam na categoria desde a restrição aos testes de pré-temporada – um universo de 23, dos quais 13 permanecem – podemos separá-los em três grupos básicos, apesar de haver particularidades: os basicamente endinheirados (grupo mais numeroso, mas também mais substituível); os que vieram de programas de desenvolvimento (muitos deles também aproveitados às sextas-feiras antes de estrear) e os que começaram como reservas. Este último time, que conta com Hulkenberg, Bottas e Di Resta, é o que tem maior percentual de sucesso.

A lista também demonstra que é importante escolher a equipe certa: que dê oportunidade sem fazer um leilão com a sexta-feira, ou seja, Sauber, Force India, Williams e Toro Rosso (ainda que a última seja fechada a pilotos do programa da Red Bull). As nanicas costumam vender também suas vagas de terceiro piloto – o que significa que é só alguém chegar com mais grana que o projeto F-1 já era – enquanto as grandes (Red Bull, Ferrari, Mercedes, Lotus e McLaren) sempre dão preferência aos titulares.

Além disso, é de se notar que quem permanece na categoria tem, em maior ou menor escala, algum atrativo financeiro. Não que seja fundamental pagar para correr – e Hulk é o grande exemplo disso – mas as equipes procuram alguma vantagem além da pilotagem, como um desconto com fornecedores, plataformas de negócios em diferentes países, etc.

É este o combo que Felipe Nasr tenta unir para dar o próximo passo na carreira. Emular um Bottas, por exemplo, e conseguir, com a ajuda de seus patrocinadores, uma vaga com garantias de que andará às sextas-feiras.Se isso se concretizar, é um bom plano.

8 Comments

  1. Oi Julianne,

    Acho engraçado posição desses chefes de equipes: “leva-se de 10 a 30 minutos para mudar a posição de pedaleiras, assento, etc”. Só que os pilotos ficam muito mais do que isso parados nos boxes, ao passo que seria um tempo precioso para o aprendizado de pilotos novatos.

    Se todas as equipes explorassem os 90 minutos de cada sessão o tempo todo, eu ficaria quieto. Mas não, a primeira meia hora, principalmente, de cada sessão é morta. Então seria muito bem aproveitada pelos novatos e para quem paga ingresso ou fica ligado na tv.

    Só aumentaria um pouco mais o trabalho dos mecânicos para mudar o acerto.

    Mas como você disse, tem que haver obrigatoriedade, senão não funciona.

    Abraço!

    • Mas como usar os 90min de sessão, se não tem pneu o suficiente pra isso?

      • Haverá um jogo extra de pneus, mas temos de lembrar de outras restrições, como de câmbio e motor.

  2. Poder-se-ia dar algumas vantagens p/ quem usasse parte do treino da sexta-feira com um piloto nao-titular. Abono de uma penalidade na troca de caixa de marchas ou motor, por exemplo.

    • Isso sim seria legal! Certeza que as grandes usariam em todo GP.

      Poderia ser um abono a cada 3 ou 4 treinos livres usando não-titulares.

  3. Pois é, a F1 dá com uma mão e tira com a outra. De que adianta tempo e pneus extras se não há cambio e motores disponíveis pra testes?
    Que chefe de equipe vai arriscar por um novato em um de seus carros?
    O ideal seria ter todo equipamento disponível.

    • Um terceiro carro fica caro, Dé!
      Continha facil…. 30 minutos para cada uma das 20 corridas sao 10 horas (tempo limite de 5 corridas). Um cambio e um motor extra para as 5 corridas *extras*…
      Nao me lembro quantas corridas cada cambio e motor devem durar em 2014, mas nao eh muito dificil ajustar… 25min/corrida? 40min/corrida?

  4. Os câmbios e motores já descartados ou mais usados podem muito bem serem usados na sexta, alias já sao em muitos casos, teriam uma diminuição de potência e eficiência , mas que e até quantificável pela equipe. Tem que usar sim a meia hora da sexta para os pilotos novos e o pneu extra. Abraços. Jopa.


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquise
Redes Sociais
As últimas
Navegue no Site

Adicione o texto do seu título aqui