Os jovens deixaram seu recado no GP da Austrália, com o pódio de Kevin Magnussen, a quebra de recorde de Daniil Kvyat e a combatividade de Valtteri Bottas.
O dinamarquês acabou tendo uma estreia melhor que a do último novato da McLaren, Lewis Hamilton, com a punição de Daniel Ricciardo, largando em quarto e fechando em segundo. Com isso, tornou-se o 23º piloto na história da F-1 a estrear com um pódio – sendo que oito deles fizeram isso na primeira temporada da história ou na Indy500. O troféu também foi o primeiro da Dinamarca, apenas o 28º país a ter um representante entre os três primeiros.
Junto de Kvyat, igualou um recorde de 1957, quando Masten Gregory e Stuart Lewis-Evans (primeiro piloto agenciado por Bernie Ecclestone) também pontuaram em sua estreia. O russo, inclusive, roubou o recorde de Sebastian Vettel como o piloto mais jovem a marcar um ponto. Mas o top 5 dos mais jovens continua com um piloto da década de 1960!
Daniil Kvyat | Austrália 2014 | 19 anos e 329 dias |
Sebastian Vettel | EUA 2007 | 19 anos e 354 dias |
Jaime Alguersuari | Malásia 2010 | 20 anos e 17 dias |
Jenson Button | Brasil 2000 | 20 anos e 72 dias |
Ricardo Rodriguez | Bélgica 1962 | 20 anos e 128 dias |
Ele não é estreante, mas Valtteri Bottas foi outro jovem que roubou a cena e conseguiu sua melhor posição na carreira, com o quinto posto. Assim, tem 10 pontos, equivalente à soma do total conquistado pela Williams nas temporadas de 2011 e 2013.
O finlandês seria um grande candidato ao pódio não fosse o toque no muro que furou seu pneu. Mas ameaçar Nico Rosberg esteve fora de questão. O alemão venceu sua quarta corrida e está a uma de igualar seu pai, Keke, campeão de 1982. E foi uma vitória pra lá de dominante: o piloto da Mercedes fez sua volta mais rápida na 19ª (e depois o engenheiro pediu que diminuísse o ritmo em pelo menos três décimos, e foi obedecido matematicamente). Desde que o reabastecimento foi proibido, em 2010, nunca alguém tinha feito a volta mais rápida tão cedo na corrida em provas no seco.
A conquista – 100ª do motor Mercedes – foi a décima seguida de um alemão. Só a Grã-Bretanha tem mais, com 18 vitórias consecutivas entre 1962 e 1964 divididas por Jim Clark, Graham Hill e John Surtees.
Aos demais, as migalhas: Button chegou ao 50º pódio, mas só pôde comemorar após a punição de Ricciardo. Já Alonso pontuou pela 12ª vez seguida em Melbourne, segunda maior sequência de um piloto em um mesmo GP, atrás dos 14 anos com pontos de Schumacher na Espanha. O alento da Lotus foi conseguir sua mais longa sequência de voltas neste ano, com Romain Grosjean: 45.
O time de Enstone não esteve sozinho: com 13 classificados, a prova teve, como esperado, o maior número de abandonos em seis anos.
12 Comments
Há uma leva de pilotos, uns realidade, outros promessa, que juntos podem desenhar um futuro ainda mais promissor em termos de talento para a Fórmula 1.
Exemplos recentes:
Hulkenberg, Magnussem, Kvyat, Bottas, Ricciardo, Antônio Felix da Costa, Juncadella, Nasr, Frijins, Vandoorme…
Caras bons como o Frijins, Pode ficar a Pé por falta de oportunidade e grana. Uma pena. O Nars no momento não falta grana, mas falta carro. Se o Magnussem contiuar bem assim, quando o Button se aposentar o Vandoormer pega a vaga. Acho que a Mclaren deve apostar na molecada.
Marcos, vamos ver até onde chega o jovem Magnussem nessa temporada. Pela estréia, que não é algo fácil para um ser normal, creio que ele irá longe. Muito longe.
Além do que, a boa passagem dele pela F1 deve contribuir para que outros times passem a olhar para as categorias inferiores com menos medo de arriscar em jovens talentos.
Já Nars, dependendo dos resultados em testes com Williams e GP2, teria boas chances futuras na Sauber. Acho que depende mais dele, e do tutu($$), claro!
Assim como Frijins, que já foi citado pela equipe suiça em tempo passado como provável piloto titular. O duro, é a atual situação econômica do time de Peter, que precisa de money para tocar o projeto.
Ha dois anos atras, Maldonado disse que o futuro [pilotos dominantes] da F1 eram ele, Perez e Grosjean. Desse, acho que apenas Grosjean *tem* um futuro no F1. Os outros dois caem fora quando o $$$ parar de fluir…
A “novissima” geracao, Kvyat, Bottas e Magnussen parece ser bastante promissora. Se voce pudesse escolher apenas um piloto do atual grid para sua equipe com excecao dos que ja foram campeoes mundial, tenho certeza que a maioria escolheria um dos três.
o Hulk ainda ta na frente deles. EU pegaria o Hulk sem dúvidas.
Dos mais “experimentados” Hulkenberg eh um dos mais promissores, sem duvidas, mas tem alguma coisa que o mantem longe das equipes maiores… ele so fica “flutuando” nas intermediárias. Se bem que para ser realista, a única oportunidade real em equipe grande foi no ano passado na McLaren que preferiu Perez. E sim, no final o carro demonstrou ser uma carroça!
Kobaiashi também inspira curiosidade entre os que tem “bagagem”…
Muguello, Muguello, meu amigo, agora fiquei preocupado com você, rsrsrs. . . Não se deixe hipnotizar também! Rsrsrs. . . Resista, hahahaha. . . Sei de sua lucidez! Você viu a garra como Alonso conseguiu se impor a ele quando voltou do pit? Para mim foi O confronto direto da obesa e anêmica PU Ferrari “equipada com braço” versus a poderosa power unit Mercedes “com falta de braço”. É um detalhe aqui, outro ali. . ., mas que os fãs, hipnotizados, não vêem. Não vamos nos precipitar, vamos aguardar. E olha que a PU da Ferrari (que a Auto Motor Und Sport reporta como muito pesada) estava tão anêmica que não conseguiu passar no início uma PU Mercedes apenas com 5 cilindros!
Masten Gregory foi um dos grandes americanos, como Dan Gurney (um gigante), Richie Ginther e Phil Hill. Velocíssimo e muito arrojado, dirigia fortíssimo e se adaptava rápido a qualquer circuito. Suas estatísticas e os rumos que sua carreira tomou não refletem o imenso talento que tinha. Robert Daley, em seu excelente “Cars at Speed”, deu um eloquente testemunho sobre suas habilidades naturais. Masten teve como companheiros de equipe pilotos da estatura de um Jack Brabham e de um Jochen Rindt, tendo vencido em dupla com este as 24 de Le Mans em 1965. Um grande nome, que me remete a tempos longínquos de minha paixão pelo automobilismo e pela F 1, esta em especial a partir da segunda metade da década de 50.
Ricardo Rodriguez, irmão mais novo de Pedro, também era incrivelmente talentoso e sua partida prematura foi muito triste para o automobilismo.
Desses jovens de hoje, boto muita fé em Magnussen, Kvyat (ambos já chegaram chegando), Bottas, Frijns (que corre o risco de ser desperdiçado, sua carreira entrou num desvio inesperado), e Vandoorne. Calado e Félix da Costa, ambos muitíssimo rápidos, também correm risco de não serem aproveitados na F 1. Já vi boas referências ao filho de Jos Verstappen – Max – que brilhou no kartismo nesses dois últimos anos. E, não obstante ele ter tido boa atuação em seu treino na Williams, por mais que eu me esforce não consigo considerar Felipe Nasr melhor que Antônio Pizzonia e Ricardo Zonta, que tiveram participações muito mais assertivas em categorias mais potentes do que Nasr, que francamente me decepcionou na GP 2 e me parece muito autoindulgente em suas entrevistas, sempre com desculpas para tudo. Zonta foi campeão de F 3000 na segunda temporada.
Também acho o Pizzonia, além do Cristiano da Matta, pilotos mais talentosos que o Nasr. Mas ninguém controla todas as circunstâncias durante a carreira, né? E o Nasr tem uma estrutura mais bem montada em volta dele do que o Zonta o Cristiano ou o Pizzonia tiveram…
http://www.totalrace.com.br/site/noticia/2014/03/o-talento-que-deus-me-deu-me-atrapalhou-avalia-pizzonia
Bem lembrado, meu caro Pedro, Cristiano da Matta acelerava muito e, paradoxalmente, também foi vítima de seu próprio grande talento. Ele discordava (com razão) de Mike Gascoyne, o projetista da Toyota: http://totalrace.com.br/site/entrevista/2012/09/da-matta-o-grande-problema-da-toyota-foi-o-mike-gascoyne. Desentendimentos com a equipe também ocorreram com Masten Gregory e ele não prosperou na F 1, uma pena. Quanto a esse aspecto de um piloto não poder controlar todas as circunstâncias de sua carreira, você tem total razão, Pedro, veja os casos de Farfus e Razia. Eu considero que Farfus é um piloto com nível para correr na F1 e acho que Luiz Razia é mais talentoso e tem mais mérito que Nasr para estar na F 1. Voltando a Nasr, entendo que um piloto precisa e tem que acreditar em si próprio, mas às vezes fico com a impressão de que ele precisa ser mais humilde em suas entrevistas, para não gerar expectativas demasiadas. Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de F 1, campeão da F Indy e duas vezes ganhador das 500 Milhas de Indianápolis sempre foi muito humilde em suas declarações. Emerson era muito cerebral, mas traduzia MAGNIFICAMENTE em VITÓRIAS e TÍTULOS essa “cerebralidade”, desde os tempos da F Vê 1.300 até às categorias de elite. Em favor de Nasr, fico com a impressão de que – apesar da ótima estrutura e orientação que tem – ele é “podado” em demasia. Seria ótimo vê-lo menos contido. Mas é apenas a minha insignificante opinião.
Meu abraço.
Pra mim o Di Grassi é um que chegou na hora errada e sem grana. Ele tinha pinta de poder fazer muito.
E podem falar o que quiser. Se não tivesse feito tanta cagada. O Piquet Jr Seria campeão em poucos anos.
Espero que estes novos garotos mantenham o nível de bons pilotos que temos hoje.
Sobre o Hulkemberg, estou cada vez mais com o Aucam, espero que a Force Índia desenvolva bem seu carro para sabermos aonde ele realmente pode ser um top.
O Nasr não fez uma boa GP2, mas entrou na F1, o que anda difícil. Mas pelo jeito a Willians não deve mexer em seus pilotos nas próximas temporadas. A menos que domine a GP2 e faça excelentes treinos, serão só 5, na Willians, vai ficar sem vaga ano que vem.
Ju, como sempre ótimo post.