F1 Acertando na estratégia em Spa - Julianne Cerasoli Skip to content

Acertando na estratégia em Spa

A classificação para o GP da Bélgica foi uma espécie de prévia de luxo para a corrida. A chuva, que apareceu em dois curtos momentos durante a sessão de uma hora e embolou a definição do grid, promete dar as caras novamente e complicar a vida de pilotos e engenheiros.

É fácil explicar por que o clima incerto na região de Spa-Francorchamps traz ainda mais ingredientes que o normal: trata-se do traçado mais longo do campeonato, com mais de 7km de extensão, distribuído por uma área de floresta. Assim, é comum ter chuva apenas em um trecho da pista, complicando a escolha do melhor pneu. Além disso, como a volta é muito longa, paga-se um preço mais caro por erros estratégicos.

É fascinante a quantidade de variáveis que entram em jogo em uma situação como essa. Olhando o grid e tendo ouvido as explicações dos pilotos, dá para ter uma noção da complexidade das decisões que foram tomadas em questão de minutos.

No Q1, o erro de quem ficou para trás foi colocar os pneus intermediários cedo demais. Quando a pista estava em sua melhor condição, no finalzinho da sessão, os pilotos de Toro Rosso e Williams já tinham acabado com os pneus. Por outro lado, dá para entender a aposta dos estrategistas em colocar os pilotos na pista antes para evitar o tráfego, que complica em especial o segundo – e mais longo – setor.

A mesma história quase tirou Lewis Hamilton da briga. O inglês fez sua melhor volta cedo, não conseguiu um grande tempo, e passou para o Q3 com 21 milésimos de vantagem para Nico Hulkenberg. Na parte final do treino, foi o último a ultrapassar a linha de chegada, a 3s55 da bandeirada. E, como novamente choveu no início da sessão e depois parou, era uma daquelas situações em que o último a cruzar a linha tinha grandes chances de ser o pole.

Oito segundos atrás de Hamilton na pista estava Fernando Alonso. Estava atrás porque rodou na primeira tentativa, mas de qualquer maneira não conseguiria fazer aquela última volta lançada. Motivo? Combustível, mesmo que encurtou o treino de Massa. No caso do brasileiro, a aposta fora colocar ainda menos gasolina e fazer duas tentativas, com um retorno aos boxes. O início abortado com slicks, contudo, diminuiu o tempo disponível e obrigou-o a fazer apenas uma volta lançada.

Mas por que arriscar tanto com combustível? Em Spa, o chamado “custo da gasolina” é dos mais altos do campeonato. A cada 10kg a mais, o carro fica 0s38 mais lento. É notória a dificuldade da Ferrari em classificação, então qualquer ajuda é bem-vinda. Ainda mais quando o time acertou bem o carro e parecia, pelo menos após o resultado do terceiro treino livre, ter retornado à luta pelas primeiras filas.

Passado o momento de tomar esse sem-número de decisões complexas, fica mais fácil saber quem saiu ganhando, mas vamos combinar: montar a estratégia para uma corrida com chove e para em Spa não é para qualquer um. E na corrida é bem provável que tenhamos outro capítulo como o da classificação.

3 Comments

  1. Ju, desculpe-me, mas não entendi direito. Vc diz que a rodada de Alonso o colocou 8 seg atrás de Hamilton, mas o espanhol tinha combustível para mais uma volta -como os 4 primeiros- lançada ou foi o autoerro que impossibilitou a tentativa?

    • Combustível

  2. Fico curioso como a complexidade extra na estrategia para essa corrida vai afetar a Lotus. Espero que os estrategistas do time “man up”!


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