F1 Acirrou - Julianne Cerasoli Skip to content

Acirrou

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Se na primeira semana de testes os cálculos – que, é sempre bom frisar, acabam não levando em consideração pontos importantes como mapeamento de motor e condições da pista – apontavam que a diferença entre Mercedes e Ferrari ainda estava na casa do meio segundo, a performance do time italiano na semana passada parece ter acendido uma luz de alerta no reinado alemão.

Pelo menos é o que Nico Rosberg garantiu ao final dos testes. Apesar do relato do piloto ter parecido exagerado, dizendo que, segundo os dados dos estrategistas da equipe, a Mercedes sequer pode ter a certeza de que estará na frente da Ferrari, há elementos para acreditar que a temporada começa com uma possibilidade de briga.

A volta que chamou mais a atenção na segunda semana foi o melhor tempo de Kimi Raikkonen com os pneus macios, ligeiramente mais rápido e no mesmo décimo da melhor do próprio Rosberg. Levando em consideração que os pilotos não conseguiram melhorar tanto quanto o esperado suas marcas usando os dois compostos mais macios (super e ultramacio) devido à temperatura do asfalto, e que a Mercedes sequer chegou a usar estes dois compostos, trata-se da comparação mais plausível entre as duas equipes.

Isso quer dizer que definitivamente temos um campeonato? Jamais uma simples comparação de duas voltas feitas em dias diferentes e sob condições impossíveis de determinar responderia essa questão. Porém, este é um dos elementos que levam os mesmos engenheiros que estavam falando em 0s5 agora apostarem em algo em torno de 0s3 e 0s2.

Uma das suspeitas é de que a Mercedes em momento algum usou o poderio total de sua unidade de potência. Afinal, por diversas vezes ano passado, as simulações dos treinos livres apontavam para uma realidade bem mais próxima do que realmente aconteceu, especialmente na classificação, quando o qualy mode muitas vezes representava perto de meio segundo de vantagem. Não por acaso, ter uma configuração de classificação – que também possa ser usada em momentos chave da corrida – mais poderosa é uma das metas da Ferrari em 2016.

O fato é que, uma vez que a velocidade máxima não chegou a ser testada aparentemente, as simulações de corrida extremamente consistentes da Mercedes mostraram que os campeões mundiais não perderam sua majestade. Afinal, com a continuidade das regras e dos conceitos que levaram o time ao bicampeonato – e, mais do que isso, a 32 vitórias nas últimas 38 corridas disputadas – faz todo sentido.

A questão parece ser o quanto a Ferrari, que ousou mais em termos de motor e de chassi – especialmente na mudança de todo o conceito da parte dianteira – pode evoluir. A grande esperança dos italianos reside justamente aí. E, com ela, a chance de termos, de fato, um campeonato.

18 Comments

  1. Julianne, já é possível saber se essa mudança na dianteira fará o carro se encaixar no estilo de pilotagem do Kimi?

    • É possível. Muita gente chamou a atenção para o rendimento dele na pré-temporada e ele se mostrou feliz com o comportamento do carro.

  2. Acho que nestes quatro primeiros GPs, se nada de anormal acontecer, a Mercedes ainda fará 01 e 02 com a Ferrari seguindo de bem perto. Más a partir do GP da Espanha a Scuderia poderá sim desafiar a equipe tedesca e ai sim, para a felicidade geral, a F1 vir a ter uma disputa! Agora, se caso este cenário vier acontecer, a Mercedes terá de decidir rápido pra qual piloto ela dará prioridade sob pena dela perder o campeonato, pois, os seus pilotos praticarão o “fratricídio” e isto seria maravilhoso para Vettel & Ferrari… E a história comprova isto.

  3. Muito bom artigo Julianne, e ainda tem outro detalhe que está sendo muito falado nas mídias internacionais é que a Ferrari guardou para a estréia do campeonato o motor com mais potência confirmado pelo Gene Hass, e ela testou basicamente com o carro que foi apresentado pela internet, nesses testes ela procurou acumular bastante dados aerodinâmicos e entender o comportamento do carro para ver se batia com os dados de túnel de vento e CFD e deixou para estréia vamos assim dizer a roupagem final do carro com todos updates aerodinâmico.

    Então partindo dessas informações é factível nós esperarmos um campeonato bem mais equilibrado.

    Abraços a todos do blog.

    • Andre, por mais que testem e simulem, ainda é na pista que esses updates precisam funcionar pra valer. Tudo o que você disse pode ser confirmado na estreia dessa versão finalíssima… ou não! Num cenário em que os resultados são decididos em milésimos de segundo, então a mínima margem de erro entre o planejado e o realizado pode por tudo a perder.

  4. Enquanto todos falam, perguntam se ha um campeonato ou nao, eu so deixo uma pequena percentagem para o imponderavel chamado piloto. Vai que um Vettel mais maduro, mais esperto (experiencia na vida tem que servir para algo alem de rugas e dores nos joelhos) poderia fazer a diferenca mesmo tendo um carro sei la, 0.2 0.3s mais lento por volta.

    Essa he a hora de provar que ele he realmente especial. Alonso quase foi campeao com um carro (ou equipe, pois aquilo ja estava uma zona) que nao era o melhor do grid. Mas quase foi campeao mesmo, por duas vezes bateu na trave e quicou na linha branca.

    Nao sei quanto o piloto importa no resultado hoje…mas se o Vettel pilotar mais que o carro, podemos ter um campeonato, uma consagracao e um cala boca em tanta gente que desmerece os 4 titulos dele.

    Ele teria que combinar tudo isso com o Lewis tambem.

    • Desculpe-me discordar, mas Vettel não tem muito mais o que provar quanto à habilidade e liderança de equipe. Depois de ter fracassado em 2014, Vettel mostrou o quão é melhor que os demais na Ferrari em 2015. E em um ano uniu uma Ferrari rachada da época do Alonso quase totalmente em torno dele.

      Se há alguém de quem ainda duvido é exatamente Hamilton, dada à superioridade imensa de seu carro, algo que a Red Bull, ainda que superior, não chegou a ter com tamanha clareza (quantas vezes Webber foi vice-campeão?).

  5. Nike, eu tenho a mesma linha de pensamento. Mas acho que o Vettel consegue tirar, no braço, 2 a 3 décimos em relação ao Rosberg. Considero que o Hamilton está no mesmo nível do Vettel e ai fica difícil tirar esta diferença.
    O Alonso fez um grande trabalho na Ferrari, como você citou. Mas tinha um carro que não quebrava, apesar de ser pior que a RedBull.

    • Alexandre,

      Sou GMT-8. Espero que as corridas valham a pena as madrugadas que estarei acordado com frio.

      Mas como escrevi, o Vettel tem que combinar com o Hamilton para tambem dar uma ajudinha… fazendo besteiras ocasionais (que a essa altura nao deveriam constar do repertorio dele, 3 vezes campeao do mundo).

      Bom, falta pouco agora.

  6. ju pelo que eu percebo ,parece q a mercedes num vai voar de macios não, vei ser tipo 2013 com 3 voltas eles vão detonar esses novos pneus e a Ferrari vai andar bem perto, agora no qualy como vc citou a mercedes estará na frente, mas na corrida vai ter variação de estratégias por conta dos pneus e isso pode embaralhar as cartas

  7. Ju, existe a possibilidade de o carro da Mercedes não ser tao eficiente em classificação e os alemães naos terem percebido isso pela “soberba” de não terem testado em.condições de classificação? Pergunto pq imagino que menos combustível mude o equilíbrio do carro e talz…

    • Não falaria em soberba. O fato de que quem usou supermacios e ultramacios não melhorou tanto quanto a Pirelli esperava indica que o asfalto estava frio demais para estes pneus, então o mais provável é que as simulações com estes compostos não tenham sido tão representativas.

  8. A Ferrari vai brigar com a Mercedes. Com a Mercedes do Rosberg. já a do Lewis é mais complicado. O cara é fera demais e, quando não ganha, vende caro pra caramba a posição.
    Outra coisa. Na Scuderia o carro que começou a temporada de 2015 não tinha nada a ver com que terminou. Já pra Mercedes foi bem mais fácil melhorar o bem nascido de 2014.
    Se a Ferrari chegar perto a Mercedes não ficará só olhando, lógico.

  9. Ju, a Force India pode brigar com a Willians como terceira força? E daria pra supor um motivo da Mercedes não treinar com os pneus de compostos mais macios?

  10. Ju,
    A Mercedes obviamente não usou toda a força do motor, mas seria possível a Wllians, Force India ou Manor (principalmente, pelo apoio técnico recebido), ter usado toda a potência do motor e repassar as informações para a Mercedes? Acredito que esta seja uma das vantagens de ter equipes clientes, poder fazer com eles testes que não se quer fazer na equipe de fábrica.
    P.S.:Recebeu a monografia pedida no outro post Ju?
    Um grande bjo!
    Power,
    Não se esqueça que justamente por ter apostado em um novo projeto, a possibilidade de desenvolvimento da Ferrari é maior do que a da Mercedes esse ano, pelo menos na aerodinâmica.
    Abraços pros meninos e bjos pras meninas!

  11. Torço para que as declaraçōes de preocupação do Rosberg sejam legítimas e as de cautela de Vettel apenas despistes para assim termos um campeonato disputado entre equipes.

    Baseando-se nos treinos até agora não dá para ter certeza sobre essas questōes, só especulaçōes. Como costuma dizer o Kimi, vamos aguardar e ver o que acontece..rs

  12. Tenho a impressão q a Mercedes está sobrando mais do que nunca, ela mal usou os pneus macios nos testes e deu a volta ao mundo em oito dias.

    Estou quase apostando numa Williams forte no início do campeonato, talvez a segunda força. Depois a Ferrari pode até passar com as atualizações.

    • Cara Mercedes usou os pneus macios e foi mais lenta que a Ferrari com os mesmos compostos. Raikkonen fez 1m23s009 com os macios, então acho que a Mercedes não tem mais tanta vantagem como antes, mas ainda tem vantagem. A Ferrari está mais próxima, bem á frente da Williams


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