F1 Alonso, Hamilton e a evolução da McLaren - Julianne Cerasoli Skip to content

Alonso, Hamilton e a evolução da McLaren

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A recuperação de Lewis Hamilton deixou até Nico Rosberg perplexo no GP da Bélgica. Segundo o próprio alemão, sua reação ao ver o nome do companheiro no terceiro lugar nas voltas finais após ter largado em 21º foi “o que? É sério?!” É de se imaginar, então, o que o vice-líder do campeonato pensou quando viu Fernando Alonso na sétima colocação.

O espanhol largara ao lado de Hamilton na última fila, e estava em Spa-Francorchamps, conhecido como um circuito de potência, no qual a McLaren não esperava um grande desempenho. Como explicar, então, que o mesmo carro que sofreu para superar as Manor – que, na época, usavam motor Ferrari, no GP da Bélgica do ano passado – conseguiu segurar as Williams e não foi um alvo tão fácil para o próximo Hamilton?

Primeiro, vamos entender como Alonso apareceu no quarto lugar na volta 11, com um quarto da prova disputado. O espanhol fez uma primeira volta agressiva, optando pelo lado de dentro na primeira curva, e pulou de 22º para 12º ao final do giro inicial. Hamilton, por sua vez, só superou Marcus Ericsson, que tinha problemas, na primeira volta, além dos pilotos que se envolveram em acidentes, e fechou a primeira volta em 15º.

Depois disso, a corrida de Alonso foi totalmente estratégica, tanto do ponto de vista da escolha certa de parar – algo que incluiu uma boa dose de sorte – quanto do próprio piloto, utilizando a unidade de potência da melhor forma possível para frear o ataque dos rivais.

Alonso, que não tivera um final de semana limpo até ali, tendo perdido toda a primeira sessão com problemas hidráulicos e passou por duas trocas de motor, não tendo conseguido dar uma volta sequer na classificação, foi um dos pilotos que decidiram não entrar nos boxes quando o Safety Car foi à pista, pois largara com o pneu médio, a exemplo de Hamilton. Na verdade, o SC teria acabado com sua estratégia, não fosse a necessidade da bandeira vermelha logo em seguida. Isso deu um pit stop grátis ao espanhol e permitiu a “mágica” do quarto lugar. E com pneus novos.

Hamilton, que ficara três voltas atrás de Alonso antes do SC sem conseguir se aproximar significativamente, o ultrapassou com certa facilidade na relargada. A manobra foi uma das cinco que o inglês fez durante a corrida, sempre contra pilotos com carros inferiores – além da McLaren, passou Kvyat e Ocon nas primeiras voltas e Hulkenberg por duas vezes para fazer sua estratégia de três paradas funcionar. Alonso, por sua vez, ainda seria superado por Perez e Vettel.

Isso, contudo, é muito mais do que a própria McLaren ou a Honda esperavam. A estrear um novo pacote de atualizações, os japoneses esperavam compensar a sede de potência de pistas como Spa e Monza, mas jamais podia prever que estariam no mesmo nível de competitividade de Hockenheim, como salientou o chefe da marca na F-1, Yusuke Hasegawa. De fato, caso Alonso, se visse em quarto com ¾ da prova a serem disputados há alguns GPs, podia comemorar se conseguisse se segurar e pontuar na bandeirada.

O sucesso do update, que focou mais na eficiência no uso das energias híbridas na corrida e na diminuição do consumo, algo que limitou muito o desempenho de Alonso e Button nos últimos 18 meses, é uma boa notícia não só para este ano, uma vez que a Honda tem conseguido repetidamente melhorar o motor e, a partir da próxima temporada, o desenvolvimento será liberado.

Mas não foi só a Honda que ajudou Alonso a se segurar contra carros teoricamente mais rápidos. O fato do espanhol ter sido o mais rápido no speed trap da linha de chegada demonstra como o carro tem boa tração, e a maneira como se defendeu de Felipe Massa, distanciando-se no segundo setor, mais travado, para compensar a deficiência de velocidade que ainda existe.

Não é de se esperar o mesmo desempenho em Monza, circuito no qual a aerodinâmica conta muito pouco e o motor tem de trabalhar no seu modo de corrida mais ‘faminto’ por mais tempo, mas não deixa de ser um resultado que mostra a clara evolução do conjunto. E que Alonso ainda é Alonso.

3 Comments

  1. Ju, qual seria a posição do Hamilton sem a bandeira vermelha e o acidente de Max e as Ferrari. Eu creio que seria 8°.
    Parabéns pelos excelentes posts.

  2. Também fiquei surpreso ao ver como Alonso conseguiu até com certa facilidade segurar Massa na parte final da corrida, abrindo bastante do setor 2 a cada volta. Mas acredito que vamos poder ver algo interessante em Suzuka, casa da Honda, onde certamente vão tentar mostrar uma evolução ainda maior. Jualianne, vc acha realista a McLaren pensar em um podium para esta corrida ?

  3. Qual a posição do Button quando ele foi “abalroado”? Você acha que ele poderia fazer uma corrida como a do Alonso também? Na torcida pra honda acertar esse motor, ano que vem a McLaren promete… Agora, vai ser uma injustiça muito grande com o Button se ele sair e a McLaren fazer um carrão pro ano que vem… Ele mereceria colher os frutos desse trabalho de dois anos…


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