F1 Arquibancadas cheias, pista vazia - Julianne Cerasoli Skip to content

Arquibancadas cheias, pista vazia

Assim como no ano passado, os torcedores que apareceram em bom número na sexta-feira de treinos livres para o GP da Grã-Bretanha não viram tanta ação na pista quanto gostariam. Na primeira sessão de 1h30, 11 pilotos marcaram tempo, e apenas nos 20 minutos finais.

Vários fatores explicam a ausência de carros na pista. Como a expectativa é de tempo seco para o restante do final de semana, as equipes não consideraram importante experimentar os pneus em condição de pista molhada, como lembrou Rubens Barrichello, com quem conversei em Silverstone.

“É uma questão muito difícil de solucionar. Você pode dar um jogo de pneus extra para os pilotos e, ao mesmo tempo, o tempo não ajuda, como acontece sempre em Silverstone. Então é muito difícil. Acho que é algo que os dirigentes têm de pensar um pouco melhor em como solucionar. Mas eu acredito que a regra atual é bem melhor do que antigamente”, comparou.

Nico Rosberg lembrou de outro aspecto importante: embora os pneus sejam considerados vilões do pouco tempo de pista, há outros fatores que obrigam as equipes a manterem seus carros nos boxes. Um deles é a necessidade de poupar motores, uma vez que cada piloto só pode usar oito unidades durante as 19 etapas da temporada, incluindo todas as sessões.

“Hoje foi um pouco desapontador para os torcedores, que pagaram caro para vir para cá e nós não fomos à pista. Deveríamos estudar isso, mas não sei o que poderia ser feito. Já temos um jogo de pneus adicional, mas as coisas como elas são – sabemos que estará seco no resto do final de semana e também precisamos cuidar da degradação do motor. Temos um número muito limitado para usar durante a temporada e, a cada volta que fazemos, o motor perde um pouco de potência, então você não quer fazer voltas inúteis. Esse é um dos exemplos pelos quais optamos pro não correr.”

Isso só tende a aumentar ano que vem, quando cada piloto poderá usar somente cinco unidades de potência, como estão sendo chamados os novos sistemas turbo e com ERS bem mais efetivo que serão adotados em 2014.

Outro exemplo seria do câmbio, que precisa durar por cinco etapas consecutivas. Nesse sentido, a decisão da FIA, anunciada hoje, de prolongar a vida útil do equipamento para seis provas, é mais um motivo para os carros permanecerem nas garagens.

O curioso é que, no mesmo pacote de mudanças, foi definido que os pilotos terão um jogo adicional de pneu para ser usado apenas na primeira meia hora da primeira sessão de treinos livres. Ou seja, mesmo que haja a vontade de resolver o problema de falta de ação na pista, ele acaba esbarrando em outras questões, trazidas pela necessidade do corte de gastos e a adoção de uma postura “menos gastona” e mais eficiente. Com um olho no peixe e outro no gato, quem perde é o espectador, que vai continuar pagando/acordando para ver uma sessão esvaziada.

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