Mais um tema bem legal do Blog Takeover 2023. O Filipe Cunha traz algumas ideias bem diferentes para fazer uma revisão total no sistema de punições da F1. O que você acha?
Por Filipe Cunha @filipecunhabrasil
O mundo da Fórmula 1 é emocionante e cheio de adrenalina, mas um aspecto que tem gerado polêmica durante as últimas temporadas é o sistema de penalizações. Considerado por muitos como arbitrário, o sistema atual levanta questões sobre sua eficácia e equidade. Exemplos recentes incluem decisões que parecem variar dependendo da situação e dos pilotos envolvidos. A inconsistência nas penalidades mina a confiança dos competidores e dos fãs, questionando a justiça do esporte. Mas é possível melhorá-lo sem diminuir a segurança dos pilotos ou tirar a competitividade das corridas? Vamos explorar algumas propostas para aprimorar o cenário das penalidades na F1.
Porque acredito que há espaço para melhorar? Mesmo com tantos entraves na confecção do regulamento, o qual a cada ano se mostra menos maleável, temos o exemplo da pontuação de ordem de chegada. Nos anos 80 era possível vencer o campeonato sem ganhar nenhuma corrida, já o modelo atual é mais dinâmico e muito bem recebido pelos pilotos, equipes técnicas e torcedores. Ou seja, se a pontuação para o vencedor foi aprimorada, quanto mais o sistema de punições.
Punições sem Consequência
Outro ponto de discussão é a leveza de algumas penalidades, como as de cinco segundos. Em uma corrida onde os carros competem em ritmos diferentes, essa punição muitas vezes não tem um impacto significativo no resultado final. Isso é especialmente notável quando os carros se separam em pelotões distintos durante a corrida e os pilotos avaliam que às vezes a punição é um atalho garantido para acumular mais pontos no campeonato.
Os Mesmos Pilotos, As Mesmas Punições
Uma tendência preocupante é a repetição de certos pilotos envolvidos em incidentes que resultam em penalidades. Isso levanta questões sobre a consistência do comportamento dos pilotos e a eficácia do sistema de penalidades em dissuadir comportamentos imprudentes.
Pensando nisso, a partir de um levantamento das penalizações do regulamento atual e das últimas temporadas, trouxemos cinco sugestões para que as corridas tenham menos punições, mas quando houver a necessidade de acioná-las, elas serão mais justas.
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5 Propostas para Melhorar o Sistema de Penalidades
1 – Revisão dos Limites de Pista: Com o fim das caixas de brita, os pilotos aprenderam a encontrar traçados mais criativos nos circuitos, gerando quantidades absurdas de penalizações e na maioria dos casos, não há vantagem competitiva para o piloto que escorregou para fora das linhas internas do circuito. Uma abordagem para minimizar as polêmicas relacionadas aos limites de pista seria manter os limites atuais durante as sessões de qualificação, mas permitir uma linha externa às zebras durante a corrida. Isso simplificaria a aplicação das regras, não seria necessário reformar os circuitos e reduziria o “inferno tecnológico” associado.
2 – Assegurar Resultados ao Vivo: Após a bandeira quadriculada, os resultados devem ser considerados finais, eliminando a possibilidade de alterações tardias por eventos ocorridos dentro na pista. Neste caso, infrações ao regulamento resultam em penalidades no grid da próxima corrida, promovendo transparência e evitando controvérsia pós-corrida.
3 – Advertências Cumulativas e Progressivas: Introdução de quotas anuais de punição para cada piloto, com uma tabela progressiva de penalidades ao longo da temporada. Incentivando os pilotos a manterem um comportamento consistente e considerando sempre as consequências de longo prazo. Exemplo: primeira barbeiragem? 5 segundos, a segunda serão 6, e assim por diante, culminando no temido drive through e por fim a desqualificação. Imagine como alguns pilotos do grid seriam mais cuidadosos pensando que vão carregar as consequências de suas barbeiragens durante todo o ano?
4 – Penalidades Dinâmicas e com Base na Posição: Implementação de penalidades dinâmicas relacionadas à posição do piloto. Restrições temporárias, como a proibição de abrir asa ou em caso do piloto estar em primeiro lugar, a necessidade de respeitar um delta de velocidade tornariam a corrida mais interessante, ainda mais se essas penalizações forem progressivas como descrito no item três.
5 – Volta Longa: Inspirada na MotoGP, a penalidade de volta longa exigiria que o piloto siga um traçado diferente por um número determinado de voltas. Isso adicionaria uma camada de complexidade estratégica à corrida, sem comprometer a segurança. Pode ser aplicado sem necessidade de reforma na pista, assim como temos na Formula E, quando o piloto precisa acessar um trecho da pista para obter o bônus de potência, mas em nosso caso, o traçado mais longo é para ele perder um pouco de tempo mesmo.
O debate sobre como aprimorar o sistema de punições é fundamental, pois tudo o que acontece na F1, bem ou mal, acaba sendo copiado em outras categorias do esporte motor. A ideia desse texto não é ser uma discussão exaustiva do tema, mas queremos levantar esse debate para que as corridas sejam mais justas e agradáveis de assistir. E você o que mudaria no sistema de penalizações da Formula 1?
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