F1 Bola dentro - Julianne Cerasoli Skip to content

Bola dentro

image1.img.640.medium

“O halo não vai nos fazer assumir menos riscos quando entramos em uma Eau Rouge, só vai nos proteger de acidentes bizarros”. É difícil não concordar com a maneira clara como Daniel Ricciardo colocou a questão da proteção no cockpit dos carros da Fórmula 1. Afinal, andar a mais de 300km/h jamais deixará de ser algo arriscado, jamais será algo para qualquer um. Da mesma forma, já não vivemos nos anos 60 há algum tempo, a categoria é muito mais do que algo restrito a alguns apaixonados garagistas, e é preciso minimizar ao máximo de que tal risco acabe em morte.

Dito isso, o halo não é a solução apropriada para cumprir essa função – pelo menos nesse momento. Apenas quatro pilotos o testaram por uma volta cada: todos falaram em queda visibilidade, e dois deles relataram a sensação de claustrofobia. Além disso, o visual pouco atrativo, reconhecido por todos, acabaria prejudicando a imagem de uma categoria que vem tendo dificuldades para dar uma ‘bola dentro’.

Nesse ponto de vista, deixar o halo – ou qualquer tipo de proteção – para 2018 é um dos poucos gols marcados pela F-1 nos últimos tempos. Afinal, desta vez os dirigentes não esperaram algo dar muito errado ou ser mal recebido para desistir, como em outras soluções ‘pela metade’ que vimos recentemente.

Os exemplos do formato de classificação e, mais recentemente, da restrição dos rádios, pelo menos parecem ter ensinado uma lição. E criaram uma sensação geral de que as melhores soluções para a F-1 são aquelas que tornam as coisas mais simples.

A sobrevivência de qualquer esporte tem a ver com a capacidade de atrair um novo público e o excesso de regras e detalhes está longe de permitir isso. É claro que a categoria, por sua natureza complexa, será sempre complicada e provocará vários níveis de compreensão. Há quem assista apenas avaliando um piloto frente a outro, sem levar em consideração todos os outros fatores. Há quem veja apenas uma corrida tecnológica. Há ainda quem acredite que tudo não passa de jogo político.

Se a F-1 não pode ser tão simples quanto o futebol, por exemplo, que as possíveis mudanças de regulamento sejam mais pensadas e menos comuns. Principalmente após o fraco presidente Jean Todt assumir a FIA e a criação do Grupo de Estratégia, que acaba atendendo aos interesses apenas nos grandes, as decisões desesperadas e pouco pensadas se tornaram a única regra. Ao mesmo tempo, o clima de insatisfação no paddock cresceu de tal forma que parece ter engrenado o cérebro de quem anda querendo complicar para melhorar. O caminho é justamente o inverso.

3 Comments

  1. Não protegeria contra a mola no Felipe Massa, por exemplo.

  2. Ju, o quanto a saída do James Alison pode afetar a Scuderia em 2017, ainda mais com essa mudança de regulamento ? E em relação ao projetos de 2017, ja ha boatos no paddock sobre quais equipes estariam mais adiantadas em relação as outras ?

    • Não é nada bom perder o diretor técnico no meio do projeto, mas ele já tinha ficado afastado por dois meses após a morte da esposa e não creio que tenha sido uma decisão de agora.


Add a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Adicione o texto do seu título aqui