F1 Canadá – classificação: “Parece que estão com o mesmo pneu” - Julianne Cerasoli Skip to content

Canadá – classificação: “Parece que estão com o mesmo pneu”

Os ingleses da BBC começam a transmissão do treino classificatório com uma promessa: “Essa pista faz as coisas acontecerem”, diz o narrador Jonathan Legard. E ele nem sabia que teríamos o sábado mais intrigante da temporada.

Mas imaginava. Ingleses e espanhóis destacam a imprevisibilidade das estratégias, uma vez que o pneu super macio se degradava muito acima da média das outras pistas. “Acho que as equipes vão testar que pneu usar durante a classificação”, apostou o comentarista Martin Brundle. “As equipes têm que levar em conta os safety cars, que sempre saem por aqui”, completou o narrador da La Sexta, Antonio Lobato.

Mas o espanhol estranhou ao ver a Red Bull de pneu mole já no Q1. “Só faz sentido se vão classificar com os duros, mas são os únicos. Surpreende-me”, revela. “Eles vão usar 2 sets de pneus duros domingo, e só têm 4, então precisam economizar”, raciocina Brundle. De fato, com a expectativa de 2, até 3 paradas na corrida, foi a 1ª vez que os grandes tiveram que lidar com o menor número de jogos disponíveis para o final de semana, introduzido nesse ano.

Na La Sexta, não se consegue esquecer a corrida de 2007, que deflagrou os problemas internos da McLaren. “Foi a pior corrida da vida de Alonso. Vejo o Ron Dennis aqui e não posso deixar de lembrar que ele jogou um campeonato no lixo. E que Alonso terminou com o mesmo número de pontos que Hamilton com tudo que passou”, desabafa Lobato, que logo volta ao treino. “Se os grandes têm problemas, imagine como é guiar um carro de uma equipe nova por aqui.” A BBC segue a toada. “Um carro desses sem o pneu funcionando é um grande desafio”, completa Legard.

É o final do Q1 e, na La Sexta, começa a sessão: “ele deve ter tido algum problema”, que acaba com De la Rosa ficando na frente do companheiro Kobayashi.

Pneus, pneus e mais pneus. Esse raspou no muro

No Q2, Brundle se preocupa mais com Webber em 6º do que com Button e Schumacher brigando para ver quem sobra, enquanto Luiz Roberto, estreando nessa temporada como narrador da Globo, comenta sobre a “rampa de lançamento” em forma de zebra. Ele se limita a descrever o que vê (ufa!) e, desde a África do Sul, pede a ajuda de Luciano Burti e Reginaldo Leme, que vê bem o que está por vir. “Schumacher só está em 10º, tomando meio segundo do Rosberg. E isso num circuito em que ele tem 7 vitórias”, diz, enquanto a narração foca em Barrichello e não vê que Massa também corre perigo. “A Mercedes tem que ficar na frentre de uma Force India com motor Mercedes”, observa Legard, na BBC. “A situação de Michael é difícil porque Liuzzi está a 2 décimos dele e a 4 do companheiro. Ou seja, ele tem carro”, calcula Lobato.

E acerta. Luizzi, Button e as Williams melhoram e o heptacampeão cai. “Ele passou reto na chicane na última tentativa. É o que a pressão causa. É seu pior momento no ano”, resume Brundle. “É a Copa mexendo com os corações do mundo inteiro”, explica Luiz Roberto, que avalia: “Foram os carros da Force India que tiraram o Rubinho”. Como se eles já não estivessem milhas à frentre da Williams há tempos.

Hora do Q3 e a expectativa é grande. “Dois décimos cobrindo os 6 melhores. Deverá ser bom”, diz Legard. “Entre Hamilton e Alonso, 69 milésimos”, resume Lobato, antes de começar outra sessão de “ele deve ter tido problema” ao ver Fernando perdendo no 3º setor, sem imaginar que talvez seu piloto preservasse os pneus, pois faria apenas uma tentativa. “Hamilton está fazendo tudo certo para cravar essa pole”, acerta Reginaldo.

A estratégia é o assunto na BBC e passa despercebida, mesmo com a tentativa de Burti de elucidar a situação, na Globo. “A McLaren deve pensar: ‘vamos começar no pneu que esfarela, nos livrar logo dele e esperar um safety car”, imagina Brundle, que acredita que a Red Bull tenha acertado na estratégia. “Só as McLaren fizeram 2 tentativas”, diz. “Muitos pilotos têm várias voltas no mesmo pneu. Vão sofrer amanhã”, prevê o comentarista espanhol Jacobo Vega.

Enfim, a pole é de Hamilton. “Acabou o monopólio”, anuncia Lobato. “Por 15 milésimos Fernando não sai na zona limpa, mas cuidado porque Hamilton é um dos maiores devoradores de pneus”, avisa.

Enquanto isso, o inglês segue desfilando com o motor desligado para economizar combustível. Os espanhóis adoram a cena. “Me dá a impressão que deram uma volta a mais que o previsto. Que insólito”, se diverte Lobato. Mas o ingleses se preocupam. “A FIA não vai gostar disso”, diz Brundle.

Hora de tirar conclusões e brasileiros e ingleses estão impressionados com o rendimento das Red Bull de pneu duro. “Parece, pelos tempos, que estão todos no mesmo pneu”, crava Brundle, que, enfim, elogia Liuzzi, uma das vítimas preferidas dos ingleses – de olho em uma vaga para Paul Di Resta: “Performance para salvar a carreira. Parabéns para ele.”

2 Comments

  1. será que essa redução exagerada realmente corta gastos? para mim, elas cortam a indefinição da disputa, criando limites de escolha. com certeza a fortuna vai crescer, pois alguém, hehe, continua tendo problemas! hehe!

    • Queria encontrar os números. Parece que só a Ferrari continua no mesmo ritmo de gastos do passado, o que me faz remeter àquela conversa que tivemos sobre o buraco negro do marketing…


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