F1 Caprichando no discurso - Julianne Cerasoli Skip to content

Caprichando no discurso

Decisão de campeonato sem joguinhos de palavras não é decisão de campeonato. A Fórmula 1 de hoje em dia pode não ser como o UFC, em que vale até colocar a família no meio e dar ombrada para intimidar o adversário, mas, em um tom um pouco mais sofisticado, Vettel e Alonso mandaram suas mensagens neste final de semana.

A campanha do espanhol é clara: se eu perder o campeonato, não é porque Vettel pilotou melhor. O espanhol, afeito a frases de efeito cuidadosamente escolhidas, pode ter terminado a classificação num quinto lugar, mas tirou a atenção do mal resultado – que mostrou a nova falha da Ferrari em melhorar significativamente seu carro – e ganhou as manchetes do mundo com o “estamos lutando contra Newey, não contra Vettel”, algo que repetiu nas entrevistas em espanhol e inglês.

A resposta do líder do campeonato veio hoje. E foi repetida exaustivamente. “Todos estão trabalhando muito duro e não há apenas um que faça a diferença. Acho que todos juntos, na fábrica e na equipe de corrida, estão fazendo seu melhor.” Assim, não só tira o foco de Newey, como também diz a Alonso de forma implícita que ele, Vettel, também tem grande parcela no sucesso atual da equipe.

Enquanto isso, o espanhol, deita e rola com mais uma performance além do esperado após a classificação. Colocando o foco sobre ele mesmo, mais uma vez esconde a deficiência da Ferrari. “Sempre fazemos a melhor corrida possível e se decidirá ao final do ano se o prêmio foi justo. Não vamos ganhar o mundial porque Vettel terá uma punição, abandonará ou algo do tipo – porque, se acontecer, vão achar que é sorte – mas sim por essas corridas que estamos fazendo agora. É como disse ontem: lutamos com uma espada pequena contra um exército.”

Mas, mesmo que o piloto da Ferrari siga com seu discurso messiânico, Vettel faz questão de salientar que andou tão rápido quanto foi necessário. “Estávamos muito bem no começo e até senti que aguentava mais tempo na pista com os macios. Com os pneus duros, a McLaren e a Ferrari eram muito rápidas, por vezes melhores que nós, então foi importante ter aberto uma vantagem. No final, me dei ao luxo de perder bastante tempo em algumas voltas com retardatários.”

Mas a melhor resposta do piloto da Red Bull seria sobre o rumor acerca de sua transferência para a Ferrari. Conversa, aliás, que some e reaparece nos momentos mais oportunos. “Você nem sempre tem a chance de falar com todos na equipe e essas besteiras da imprensa podem trazer preocupação à fábrica, mas estou 100% com eles e sinto que eles estão 100% comigo. Quero deixar isso claro.”

Dois pilotos tão talentosos, quanto inteligentes – e, como parte do pacote, com um belo ego a ser cultivado. E uma briguinha de palavras que promete durar bem mais que até o próximo nocaute.

7 Comments

  1. Alonso desfaz com a boca e com atitudes o que ele constroi brilhantemente com as mãos e os pés. Parece até que existem duas cabeças na mesma pessoa, uma que funciona na pista e outra fora. Alonso deveria se espelhar em seus compatriotas Rafael Nadal, Jorge Lorenzo e Dani Pedrosa, esportistas também brilhantes mas que sabem perder com elegância e dignidade. Dizendo que seu adversário é o Newey Alonso despreza o talento de Vettel, esquecendo-se que Webber – que não é gênio mas é um bom piloto e sempre foi muito rápido – tem um carro igual ao do alemão e está atrás dos dois.
    No mais, Vettel seria louco se saísse de uma equipe vencedora, brilhante, para ir para uma equipe problemática, que não comporta dois galos no mesmo poleiro, segundo seu próprio Presidente, Montezemolo.

  2. ##################################################
    Segundo a mensagem, estou publicando meus comentários rápido demais. . . “Vá mais devagar”.

  3. //////////////////////////////////////////////////////

  4. Jogos de palavras e tentativas de desestabilizar adversários são comuns e aceitáveis em competições de alto nível.
    Vamos ver quem queima a língua no final.

  5. Olá Julianne,

    Sinto falta dessa troca de farpas entre pilotos. A F-1 de hoje anda muito politicamente correta.

    Tempos atrás, Nelson Piquet destabilizava Mansell dizendo que a diferença entre eles é que havia vencido 3 campeonatos e Mansell perdido três; Dizia que a mulher do inglês era “feia”. Falava mal de Senna.

    Isso acabou faz tempo na F-1. A última rivalidade dentro e fora das pistas foi a de Senna e Prost.

    E acredito que a fala de Alonso foi mais uma forma de tentar desestabilizar Vettel do que uma critica ao piloto.

    Um abraço.

  6. Olá Julianne
    Estou compartilhando um link, que saiu aqui no LaPresseMontreal, uma análise interessante sobre as 04 pessoas “chaves” para o sucesso da RB. Como está em frances eu vou fazer uma resumida, mas é fácil de ler.

    Link:http://auto.lapresse.ca/course-automobile/f1/201210/29/01-4588105-red-bull-ou-quatre-hommes-cle-pour-quatre-victoires.php?utm_categorieinterne=trafficdrivers&utm_contenuinterne=cyberpresse_B2_auto_508450_accueil_POS4

    Resumo:
    1°) Vettel: «Baby Schumi» é um fenomeno, principalmmente quando o seu carro está perfeitamente no ponto. Neste caso ele se torna imbatível. Mas nas horas de dar entrevistas ele nunca esquece ao trabalho em équipe e mantem a sua humildade e reconhecimento dos campeoes do passado. (E uma comparaçao q. o Martin Brundle fez com A. Senna em relaçao a ser “une bonne personne” = um cara legal).
    2°) Adrian Newey: Começa falando da frase do Alonso, que a batalha é contra Newey, faz uma análise q. no começo do ano o carro estava inferior a Ferraria e McLaren, mas q. atraves de um exaustivo trabalho dele com a sua equipe em achar uma soluçao original. Q. hoje valeu todo o trabalho e, provavelmente, irao ganhar o campeonato de construtores, sendo q. ele já ganhou na Williams et McLaren.
    3°) Sébastien Buemi: Pilote de testes, ele é um pilotre discreto e indidpensável neste aventura. Que entre as corridas de Japao e Coreia, ele estava na Inglaterra, onde fez 400 volstas em simulador para testar as diversas melhorias q. permitiram a Vettel de continuar as suas vitorias.
    4°) Dietrich Mateschit, milhionário sem limites, dono da Red Bull, que gasta sem dó. Q. apesar de nao ir muito nas corridas ele nao mede esforços em investir no que gosta, um exemplo é o Felix Baumgartner, paraquedista recordista em salto em queda-livre, em que ele investiu 05 anos no projeto “maluco” deste cara. E na F1 ele é contra o controle de gastos.
    Voilà
    Tbem acho q. é sao estas as peças principais para o sucesso dos RB`s
    Abrçs

    • Sempre disse aqui que Vergne e Ricciardo somados não dão um Buemi. Não consigo entender porque o dispensaram da Toro Rosso, ele sempre foi muito rápido, embora tivesse se mostrado um pouco desmotivado em sua última temporada.


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