Quando Sebastian Vettel assinou com a Ferrari, iniciava o sonho de infância de emular seu grande ídolo, Michael Schumacher, que apostou na Scuderia quando o time estava em baixa e se tornou o maior campeão da história da equipe de Maranello. Após 13 etapas disputadas de vermelho, o piloto, que foi apelidado de “Baby Schumi” no início da carreira, já pode dizer que está igualando o ídolo em seu primeiro ano na Itália.
Com o triunfo em Cingapura, Vettel chegou à terceira vitória no ano, mesmo número de Schumacher em sua primeira temporada na Ferrari, em 1996. O número de pódios também é o mesmo, nove. Naquela temporada, a Ferrari era a segunda força, em uma época de domínio da Williams. Hoje, o time tenta acabar com a hegemonia da Mercedes.
A grande diferença entre 2015 e 1996 é o número de abandonos: nos 15 GPs daquele ano, Schumacher quebrou cinco vezes e só cruzou a linha de chegada fora do pódio em uma oportunidade – e em 4º. Já Vettel só não terminou o GP da Bélgica, por um furo no pneu.
A expectativa de igualar Schumacher, contudo, para por aí para o tetracampeão – e quem diz isso é ele mesmo. Após superar as 41 vitórias de Ayrton Senna com a conquista em Cingapura, Vettel acredita que pode chegar nas 51 de Prost, mas não nas 91 de seu compatriota.
Os números dão razão ao tetracampeão. Em Cingapura, Vettel completou 152 GPs na Fórmula 1. Quando Schumacher atingiu o mesmo número, no GP do Canadá de 2001, tinha mais vitórias (48 contra 42), voltas mais rápidas (43 contra 24) e pódios (90 contra 75) e menos poles (38 contra 46). E o alemão só tinha conquistado um dos cinco títulos com a Ferrari.
Em relação ao primeiro ano de seu antecessor, Fernando Alonso, na Ferrari, Vettel já tem o mesmo número de pódios, mas perde em vitórias (o espanhol ganhou quatro) e poles (duas).
Apagão da Mercedes
Em Cingapura, Vettel chegou perto de obter o grand chelem – só faltou a melhor volta, e por 28 milésimos. Curiosamente, apenas Lewis Hamilton conseguiu o feito até aqui na temporada, e foi justamente na última prova. Duas semanas depois, a Mercedes estava perdida.
Com isso, acabaram várias sequências:
– 23 poles seguidas para a Mercedes (a uma de igualar o recorde histórico da Williams)
– 7 poles seguidas para Hamilton (a uma de igualar Senna entre 88 e 89)
– 20 primeiras filas seguidas para Hamilton (a quatro de igualar Senna)
– 60 GPs sem uma Ferrari na pole (maior seca da história, superior às 59 corridas entre 90 e 94). Contando as classificações disputadas em pista seca, a última pole fora de Alonso, em Cingapura, em 2010.
Para encerrar, outros dois dados curiosos: Vettel já tem tantas vitórias quanto Rosberg nesta temporada e em todas as vezes que um Safety Car foi acionado por uma invasão de pista (Alemanha 2000, Inglaterra 2003 e Cingapura 2015), uma Ferrari saiu vencedora.
Esta, contudo, não foi a primeira invasão da temporada e, ao contrário do que aconteceu no início dos anos 2000, quando os homens entraram na pista para protestar, este ano os traçados têm atraídos malucos. No domingo, o homem caminhou calmamente após cruzar a pista. E, nos treinos livres para o GP da China, um local chegou até o pitlane dizendo que tinha comprado ingresso e que, por isso, queria pilotar um carro.
10 Comments
Muitas estatísticas bacanas….Hamilton tinha ritmo para chegar em terceiro no MINIMO, MIIINIMO, perdeu boa chance de colocar de vez os 10 dedos na taça!
Julianne você podia fazer um post falando sobre uma possível não recuperação da Mercedes….pois se isso acontecer (mesmo que muito difícil), Vettel terá sim chances,..respostas só teremos daqui 15 dias, mas, até lá, por favor, nos brinde com um post sobre o tema.
leio todas as suas publicações, só não comento muito, meus parabéns, você é fera no assunto.
Pedro,
Não vai precisar de 15 dias não. O maravilhoso circuito de Suzuka já vai sediar o GP Japão agora, nesse fim de semana.
Minha opinião é que, em Suzuka, a Mercedes e Lewis continuarão com a diferença grande para as demais. Essa pista favorece o carro equilibrado e com motor forte (Mercedes) e também o piloto que joga o carro na zebra, chega chegando na chicane e faz a 130R esmerilhando (Lewis Hamilton).
E na chuva transforma a pista molhada em velcro e ultrapassa por fora.
https://www.youtube.com/watch?v=WIZB3un2tFY
Demais, Aucam,
O cara é fera mesmo, não tem como não admirar uma pilotagem dessas. Só quem “é da área” sabe o quão humilhante é uma ultrapassagem por fora. Com o mesmo carro então, nem se fala….
Obrigada, Pedro. Farei isso na quinta. Até porque as respostas começam a ser dadas já nesta sexta!
Vettel tem feito um grande trabalho esse ano. Mas infelizmente acho que não haverá mais disputa pelo título. Espero ansiosamente por 2016!
Também acho que este ano é do Hamilton. Mas o Vettel deu uma injeção de ânimo na Ferrari. Acho que trará títulos, talvez não tantos quantos os do Schumacher, mas de muitas alegrias a torcida ferrarista.
Julianne, só você pode nos esclarecer o que ocorreu com a Mercedes.
Caro BRAZ, Andrew Benson em sua coluna na BBC já havia se referido a essa teoria conspiratória que chegou a sobrevoar os pensamentos de Toto Wolff, mas que ele mesmo repeliu: até Bernie Ecclestone foi citado, rsrsrs, desça a tela até chegar ao tópico “The Mercedes mystery”.
http://www.bbc.com/sport/0/formula1/34309764
Um abraço
Grannnnnnde AUCAM! Como sempre muito esclarecedor! Eu sinceramente tenho sim uma grande-pulga atras da orelha por esta perda de performance das Mercedes. Foi uma perda escandalosa… E o pior que o ponto forte que era o ritmo de corrida se pulverizou absurdamente. Desculpe AUCAM más há algo sim muito estranho neste GP. E vamos aguardar Suzuka pra ver se volta ao normal!
Ahhh! Peço a Julianne que por favor verifique o por que que a minha postagem sobre as declarações do Toto Wolff não aparecem no blog? Aguardamos resposta grato.
Estou ancioso também pelo começo dos trabalhos no Japão. Na minha opinião Cingapura foi apenas um “blip” da Mercedes, acho que já neste final de semana, tudo volta ao normal.
Agora com relação a essa teoria da conspiração, fica difícil de acreditar nesse tipo de coisa. Na minha opinião a ferrari ganhou com méritos próprios.