O automobilismo não é como o futebol. Em campo, mesmo o maior dos craques precisa de mais 10 para ganhar. O piloto precisa do carro, claro, mas na pista é cada um por si. Mesmo que defenda um time e tenha um companheiro. Enquanto ninguém quer um fominha em campo, ser campeão do mundo e ser egoísta são quase sinônimos.
É aí que começam os problemas. Agir como se fosse o centro do mundo na pista, como nos acostumamos a ver Senna, Schumacher e mais recentemente Alonso e Hamilton fazer, é até desejável para eles, animais competitivos por natureza. Por outro lado, ser piloto é mais que sentar e acelerar. Trabalhar junto com o companheiro de equipe, mesmo que seja seu maior rival, é fundamental para desenvolver o carro. E mesmo o maior dos craques precisa do carro.
Isso explica a aflição das equipes em negar problemas internos – como Red Bull e McLaren nas últimas semanas – e renovar contratos para evitar especulações – casos de Webber e Massa recentemente. Companheiros sempre vão se estranhar na pista, faz parte de sua natureza. Resta aos times apertar a marcação para que a briga fique na pista.
Publicado em 19.06.2010
1 Comment
otimo texto! vc foi ao cerne da questão. a f1 lida com algo inerente à espécie humana, o ego. e a melhor forma de se vencer, é encontrar o equilíbrio, entre o eu e o nós.