O GP do Brasil sempre guarda suas surpresas. Apesar de não ter sido palco da decisão do título pela primeira vez desde 2004, a pole de Nico Hulkenberg foi a 1ª da carreira do alemão e da Williams desde 2005 – em Nurburgring, com Heidfeld, exatamente 100 corridas antes.
O alemão agora é o 103º piloto diferente a marcar a pole e o 6º mais jovem a fazê-lo, lista encabeçada por Sebastian Vettel:
1º | Sebastian Vettel | Itália, 2008 | 21 anos e 73 dias |
2º | Fernando Alonso | Malásia, 2003 | 21 anos e 236 dias |
3º | Rubens Barrichello | Bélgica, 1994 | 22 anos e 96 dias |
4º | Lewis Hamilton | Canadá, 2007 | 22 anos e 153 dias |
5º | Andrea De Cesaris | EUA, 1982 | 22 anos, e 307 dias |
6º | Nico Hulkenberg | Brasil, 2010 | 23 anos e 79 dias |
Vettel, inclusive, dividia a 1ª fila com Hulk, formando o 1º 1-2 da Alemanha desde Michael e Ralf Schumacher no GP do Japão em 2004. A conta é difícil de fazer, mas provavelmente foi a 1ª fila mais jovem da história, com média de 23 anos e 104 dias.
As duas voltas sensacionais de sábado ainda renderam a 1ª pole da Cosworth desde o GP da França de 1999, com o Stewart de Barrichello, e a 1ª de um Williams-Cosworth desde 1983, curiosamente, também no GP do Brasil. Na época, Hulkenberg nem era nascido.
Austríacos campeões
Poucos dão importância ao campeonato de construtores, mas, além de render muito dinheiro, é algo para poucos. No entanto, essa lista, atualmente com 14 membros, sendo a Ferrari a maior vencedora, com 16 títulos, tem aumentado nos últimos dois anos, com a Brawn (que, exemplo único na história, venceu em seu único ano na F1) e, agora, a Red Bull, em seu 6º ano na categoria.
A empresa de energéticos comprou a estrutura usada pela Jaguar, mas que foi montada por Jackie Stewart em 1997. Apesar de ser baseada em Milton Keynes e de ter um corpo técnico basicamente inglês, a equipe é registrada como austríaca, naturalidade de seu dono. Isso faz com que a Red Bull se torne a 1ª equipe fora do chamado “big three” (Inglaterra, Itália e França) a conseguir a façanha. O interessante é que a Alemanha não entra nessa lista, em grande parte devido ao fato do campeonato de construtores existir desde 1958, depois dos anos de domínio da Mercedes.
Talvez o grande sucesso para o desenvolvimento rápido do time seja a contratação, em 2006, do projetista Adrian Newey, que aproveitou as grandes mudanças de regras no início de 2009 para alçar a Red Bull a time grande e agora comemora seu 7º título de constutores, tendo vencido com a Williams (92, 93, 94, 96 e 97) e McLaren (98).
A vitória de Vettel foi a 9ª da carreira, igualando-o com Button, e manteve uma escrita: desde o GP da Turquia do ano passado, o líder do campeonato não ganha uma prova. O GP do Brasil marcou, ainda, a 8ª dobradinha da Red Bull, mesmo número de Lotus, Brabham e Tyrrell. A volta mais rápida ficou com Hamilton, pela 7ª vez na carreira.
A corrida de Interlagos foi também uma demonstração de confiabilidade dos carros. Foi a prova com mais classificados desde o GP da Inglaterra com 1952. Em ambas as ocasiões, 22 pilotos cruzaram a linha de chegada.
O GP do Brasil não deixará muita saudade em Felipe Massa, pelo menos nesse ano. Foi a 1ª vez que o brasileiro não fez a pole andando de Ferrari no circuito e ficou fora do pódio. Entre 2006 e 2008 – não correu em 2009 pois ainda se recuperava de acidente – teve duas vitórias e cedeu a 3ª para que Raikkonen fosse campeão em 2007. Seu companheiro, Alonso, manteve a escrita de ir para o pódio, mas nunca vencer o GP do Brasil. Desde 2005, em todas as provas que terminou, esteve entre os 3 primeiros (3 vezes em 3º e 2 em 2º).
Curiosamente, nos últimos 2 anos, o pole do GP do Brasil terminou em 8º.
Esquentando os motores
Abu Dhabi assistirá à única decisão de título com 4 concorrentes na história. Mesmo que as chances de Hamilton sejam remotas, o inglês se mantém na briga, ao lado de Vettel, Webber e Alonso. Apenas em 1950, 59, 89, 86 e 2007 a disputa foi à etapa final com 3 pilotos com chances de levar o título.
Caso Schumacher não vença o GP de Abu Dhabi, será a 1ª vez que o alemão disputa uma temporada inteira – essa é a 16ª vez que participa de todas as provas – e passa em branco. Em 2010, inclusive, sequer subiu ao pódio. Claro que a única vitória de 2005, em Indianápolis, pode ser questionada, pois foi apenas contra 5 carros (Barrichello, as Jordan e as Minardi), uma vez que a Michelin decidiu não disputar a prova.
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