O consultor da Red Bull, Helmut Marko, tem sua teoria: a Mercedes sempre faz um de seus carros largar mal porque sabe que sua superioridade é tanta que eles, ainda assim, terão uma dobradinha. E, de quebra, isso diminuiria consideravelmente o risco de alguma colisão nas primeiras curvas. Seja como for, em grande medida, foram as largadas ruins de ambos os pilotos que têm contribuído para o campeonato estar totalmente aberto com sete etapas para o final.
Tem sido um campeonato estranho, é fato. Nico Rosberg venceu sete vezes e, em nenhuma das oportunidades bateu Lewis Hamilton de forma convincente. Porém, da mesma maneira, o inglês vem dando várias chances para o alemão crescer no campeonato.
Este cenário já aconteceu com o próprio Hamilton em sua campanha de 2008, mas a situação atualmente é diferente e coloca outro ingrediente estranho na campanha: a mesma Mercedes que é tão dominante há três anos vira e mexe é acometida por falhas. No início do ano, era o motor que pecava em confiabilidade, o que acabou levando à punição sofrida pelo inglês na Bélgica. E, ao longo da campanha, as largadas inconsistentes continuam a jogar um ar de incerteza mesmo em uma prova na qual Hamilton consegue uma incrível pole por quase meio segundo, em um circuito no qual a diferença entre os companheiros raramente é superior à metade disso entre carros da mesma equipe.
Não é a toa que aparecem as teorias pouco ortodoxas como a de Marko. Não é a toa, também, que mesmo que ninguém no paddock duvide da superioridade de Hamilton, não seria exatamente uma surpresa ver Rosberg como campeão.
Difícil seria explicar essa história.
No mais, o GP da Itália serviu como uma mini redenção da Ferrari, que vinha extremamente pressionada após a falta de pódios das cinco etapas anteriores. A sensação de que a última atualização do motor à qual os italianos têm direito ajudou o time a superar a Red Bull, contudo, deve ser momentânea: além de Cingapura ser uma pista que casa perfeitamente com o carro de Ricciardo e Verstappen, a Renault estaria programando uma atualização que lhe daria dois décimos de performance. Isso, no mundo da F-1, seria impressionante por parte dos franceses, que têm sido econômicos e certeiros nas novidades adotadas nos últimos 12 meses.
Falando em Red Bull, foi interessante ver como Verstappen se comportou – pelo menos dentro do carro – neste final de semana. Não deixa de ser significativo que o holandês tenha incomodado justamente o piloto que mais costuma dar de ombros para tudo na F-1 e será interessante observar a dinâmica de sua pilotagem a partir daqui.
Finalmente se aproveitando do motor Mercedes e do pouco arrasto do carro, a Williams conseguiu seu melhor resultado em termos de pontos desde o GP do Canadá, voltando ao quarto lugar entre os construtores. Não seria surpresa, contudo, se a Force India voltar à frente em duas semanas e, pelo andar da carruagem, continuar por ali até o final do ano. Não por acaso, já há quem acredite no paddock que o caminho de retorno ao meio do pelotão do time inglês não tem volta.
9 Comments
Ju, fiquei com a impressão que o Verstappen não fez nada o fim de semana inteiro. Foi isso mesmo?
Ao que tudo indica levou uma bronca do Charlie. Veremos sua reação nas próximas.
Jú, mas você vendo tudo de perto, acredita nesta teoria da Mercedes fazer algo ou é tudo fantasia do Marko?
Ele só quer tumultuar
Isso parece ser um problema crônico da equipe: a largada do Rosberg em Hockenheim foi igualmente patética.
Ju,a estratégia da Ferrari foi correta ?
Eles não tinham muita opção, pois não têm um carro tão equilibrado e que conseguiria ser tão rápido quanto os Mercedes com uma parada só.
Na minha opinião deveriam meter médio no vetel e colocaria o Raikkonen para segurar o Hamilton…… Sei lá algo assim…
Ju,tenho a impressão que o carro da Ferrari do ano passado era mais equilibrado,competitivo, isso é impressão apenas ou procede ?