Ele tinha muito menos a perder do que você, Max. Não sou eu quem está dizendo, foi Lewis Hamilton quem deu essa lição de moral ao holandês na antessala do pódio de um dos melhores GPs da história recente de Interlagos.
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— Formula 1 (@F1) 11 de novembro de 2018
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Esteban Ocon forçou demais, achou que estava mais à frente do que realmente estava e mereceu a punição, mas era um daqueles momentos em é mais inteligente correr pelos dois – como, aliás, os outros pilotos costumam ter de que comportar com Max se não quiserem bater. Ou melhor, como o próprio Hamilton se comportou com Verstappen nas voltas finais em Austin.
Dito isso, o holandês foi a pimenta do GP do Brasil, fazendo manobras sensacionais no começo da prova. Talvez ele amadureça e se torne um piloto diferente. Ou talvez (e isso seria um deleite para nós) ele sempre seja o Max de hoje, no limite entre o incrível e o evitável.
Mas Verstappen não foi a única Red Bull que andou muito, dando-se melhor com o asfalto mais quente do domingo. Daniel Ricciardo tinha prometido show no sábado e saiu frustrado por não ter chegado ao pódio, mas isso tem mais a ver com a falta de potência do motor Renault na subida do café e a falta de erros de Valtteri Bottas, que deu show de pilotagem defensiva neste domingo. Ainda que o finlandês tenha dito que estava começando a ficar irritado por cada hora ter que se defender de um rival diferente.
Do lado da Ferrari. Sebastian Vettel tenta disfarçar o clima interno ruim com ironias – perguntei a ele onde foi parar o ritmo da Ferrari e ele disse que estava “em algum lugar do carro que não achei” – Kimi Raikkonen, de saída, está mais leve do que nunca, e mereceu o pódio. Ainda assim, foi particularmente difícil entender o rendimento fraco da Ferrari em um dia no qual suas clientes, ajudadas pela potência do motor Ferrari, deram lavada na briga da F-1 B.
Mas o que fica do GP Brasil é mais uma prova equilibrada nesse final de ano, como já havia sido o caso de Austin e do México. Seria um reflexo do fim das polêmicas da bateria dupla da Ferrari e da roda “anti-superaquecimento” da Mercedes, que acabaram com os “superpoderes” das equipes que dominaram pela maior parte do ano ou teria mais a ver com as diferenças de temperaturas que temos coincidentemente tido entre a sexta-feira de treinos livres e o domingo?
Caso o segundo fator seja o mais forte, a má notícia é que isso não deve se repetir em duas semanas, em Abu Dhabi, assim como as ultrapassagens que vimos aos montes em Interlagos devem ficar só na memória. Mas de qualquer maneira esse equilíbrio só aumenta o brilhantismo do quinto título seguido da Mercedes. De longe, o mais difícil. De longe, o que dá mais confiança para o time para 2019.
11 Comments
Bom dia Julianne!
A sua primeira frase do texto está com sentido inverso.
Acredito que dos fatores , o primeiro citado por você é o mais condizente, porém acredito em uma melhora da RedBull
Verstappen vem de 4 pódios seguidos e seriam duas vitórias ( não fosse ele mesmo e Ocon)
E Ricciardo não teve o mesmo rendimento graças às quebras e punições sofridas.
Ontem era assim como no México corrida para dobradinha.
Quanto a Vettel , estranho o que ocorre com o piloto Alemão , na segunda metade do campeonato está a apenas 6 pontos à frente de Kimi e tem mostrado desempenhos pífios como o de ontem, ou erros por precipitação, claro que a perda do título causa uma desmotivação, mas há algo mais nessa questão , ele me parece estremamente destemperado , cedeu à pressão ,mas também não deve estar passando por um bom momento pessoal!
Hamilton mostra mais uma vez que faz a sua melhor temporada, vencendo o campeonato de pilotos antes do de construtores, evidenciando como piloto ainda faz diferença , basta olhar a pontuação de Bottas , que deve ser ultrapassado por Verstappen na classificação do campeonato, e terminar o campeonato em um incômodo (para ser gentil) quinto lugar.
Parabéns Ju trabalho deste ano
Ju,
Discordo um pouco sobre “espetacular Gp do Brasil”, foi um bom GP, realmente acima da média das corridas que temos visto nesta era de duas categorias dentro uma só (tipo LMP1 e LMP2 e turismo correndo a mesma prova). O destaque sem dúvida foi o descabeçado do Max Verstappen que foi passando todo mundo ajudado primeiro pelo calor com o qual Mercedes e Ferrari não contavam e veio, e depois com o bom desempenho do carro da Red Bull, claro que graças à pisada no freio das mesmas Mercedes e Ferrari devido a tudo já estar decidido e não valer a pena extrair sumo dos carros nessa mini-reta final, ou seja, se ainda tivéssemos os campeonatos de pilotos e construtores muito abertos, pode ter certeza que a RB não estaria pondo suas asas de fora (sem falar que ela quebra corrida sim, corrida não). Voltando à corrida, o descerebrado Verstapiano aprontou das suas de novo, quando toda a mídia já começava a criar um pedestal para ele dizendo que “criou juízo”, “não é mais louco”, ele vai e apronta uma dessas, para mim culpa principal dele que insistiu em disputar posição com o retardatário, e óbvio que só ele tinha a perder, fez besteira, e mostrou mais uma vez como é desequilibrado, afetado, impulsivo, suicida e incapaz de se manter numa postura racional e que isso trará sérios prejuízos a ele e às equipes que o contratarem, para mim esse cara traz mídia e tal, mas para quem o contrata ele se torna muito perigoso. Hamilton foi discreto mas manteve desempenho suficiente para herdar a ponta quando o descabeçado fez besteira, é um campeão com “C” maiúsculo, Kimi fez uma boa corrida mas limitada pela falta de ação do carro, mas ainda assim melhor que o pálido Vettel, esse sim uma decepção total, sob o pretexto de um problema no sensor (versão da Ferrari) ou dos pneus (versão dele), o alemão deixou a desejar e foi passado por todos nas primeiras voltas como um cone, inclusive pelo seu companheiro duas vezes: uma quando errou uma tangente e outra, quando voltou do pit à frente do Kimi e a equipe sabiamente mandou inverter porque o tedesco não tinha ritmo para chegar no Bottas, engraçado que do meio da temporada para cá Vettel está só 6 pontos na frente do parceiro, o que faz imaginar que se a equipe não fizesse o homem de gelo trabalhar para o colega desde a primeira prova, a posição dos dois no campeonato poderia ser diferente hoje, para mim, há algo mais nessa história aí, o que parece é que o tetracampeão está puto com a equipe por esta não ter atendido algum mimo ou vontade dele, e em troca ele está nesse “modo morto”, vamos ver ano que vem, se ele não tiver um desempenho à lá Hamilton, será dispensado no fim de 2019. Bottas para mim foi terrível, apesar de ter segurado bem o Ricciardo no trecho final, não há como engolir o fato de a equipe Mercedes não demitir o finlandês e colocar o Ocon no seu lugar; o australiano por sua vez foi bem, dessa vez o carro não quebrou (não vou afirmar que a equipe dele sabota a própria máquina, mas vou afirmar que ela não faz questão de fazer as preventivas para que as quebras não aconteçam, já no carro do Max eles fazem), no mais, Leclerc teve grande atuação, e se ano que vem a Ferrari não ficar estragando a estratégia dele para privilegiar o Vettel, ele pode sim terminar o ano à frente do alemão ou até disputar o título com Lewis em algum momento do campeonato, no mais, essa foi uma corrida que normalmente tem 4 carros na disputa e dessa vez teve 6 excepcionalmente (Red Bulls participaram, mas mais por fim de feira de Ferrari e Mercedes do que por méritos próprios), porque os outros 14 carros infelizmente não teriam condições de estar no grid se você for analisar friamente, enquanto o regulamento não for drasticamente mudado e não houver uma aproximação mínima no desempenho, essa Fórmula 1 caminha para a insolvência.
Julliane,
Concordo com nosso colega Charles.
Criaram uma expectativa maior que o piloto. Mad Max ainda tem que crescer mentalmente.
O que um piloto com a cabeça no lugar faria?
Deixa o piloto nº 3 da Mercedes passar e ser feliz. Ocon viu a oportunidade de atazanar o mimadinho de Marko e não deu outra.
Assistindo o incidente vemos que Mad não deixou espaço e a batida tornou-se inevitável.
Ocon vinha mais rápido e fez o que se espera de um piloto: ultrapassar.
Enfim, Senna, Piquet, e tantos outros se enroscaram com retardatários, saíram no tapa várias vezes e chegaram ao Olimpo.
Quem sabe Mad Max, após o calvário com a Honda ano que vem, não veja a luz?
Vou comentar aqui o que coloquei no Twitter: se todos os pilotos que o Max já atrapalhou fossem resolver as coisas na porrada ele já estaria sem dentes.
Na largada se repararmos o Hamilton deixa o espaço para o Bottas na segunda perna do S, justamente para evitar toque, eh tanto que depois teve que tomar a linha de denteo na reta oposta. Coisa que o Max deveria ter feito.
Daria meu braço esquerdo para poder fazer uma única pergunta a Verstappen:
Certa vez, você (Verstappen) disse à la Senna que deixa para o concorrente decidir se quer bater. Nesse caso Estaban escolheu bater. Se você deixa a decisão para o concorrente porque se irritou tanto com ele?
Adoraria ver a reação do garoto-prodígio ao ser jogado nessa sinuca de bico!
Sempre escrevi por aqui que o tempo diria se Verstappen seria um grande piloto, ao amadurecer e aprender a segurar seu ímpeto, ou se iria se tornar apenas mais um com muito talento por não amadurecer e sempre se envolver em confusão.
Minha impressão atual, é que se Max disputasse um título com o Occon, o segundo levaria a melhor por ser tão habilidoso quanto o holandês, porém com muito mais maturidade.
Grande abraço a todos do Blog!
P.S.: Depois nos conte como foi o encontro com os fãs em SP Julianne. Fiquei muito triste de não ter podido ir.
É uma boa pergunta que qualquer jornalista deveria fazer para o Verstappen.
A raiva que Max teve em relação com o Ocon no lance da batida foi até compreensível, mas a reação dele foi totalmente desporporcional e anti-desportiva.
Excelente análise, Ju, parabéns pelo texto e por mais um brilhante e intenso trabalho em Interlagos!
Falou tudo! Parabéns!
Também acho que o Verstappen deveria ter freiado antes e deixado o Ocon passar. Mas é inadimissivel um retardatário bater no liderança da corrida. Deveria ser suspenso por 1 GP.
O holandês melhorou bastante durante o ano. Vai se campeão quando tiver carro para isso. O Hamilton também já bateu para caramba em disputas, foi amadurecendo e hoje é o melhor piloto.