O sentimento é quase palpável: a Fórmula 1 passa por uma grave crise de representatividade que, se não for contornada, vai culminar com o desaparecimento da categoria. Porém, ao pensar nos motivos que alimentam esse sentimento, mesmo reconhecendo as deficiências, é difícil concordar com o alarmismo.
“Ninguém tem por que abandonar o esporte. Olhem os canadenses, obviamente tem mais gente aqui do que ano passado, e estão todos felizes”, disse Niki Lauda logo após a última corrida, quando muita gente já se preparava para malhar o esporte após uma corrida em que a economia de combustivel roubou a cena.
Seria um argumento para mudar as regras? É fato que o GP do Canadá costuma ser mais movimentado. Mas também costuma ter SC, o que libera o consumo de combustível e, com isso, o ritmo e as disputas. A pista de Montreal sempre foi palco de muita economia e isso em nada tem a ver com o limite atual de 100kg, simplesmente porque as equipes nunca começam uma prova com combustível suficiente para terminá-la sem poupar, uma vez que o efeito do peso é tão grande que esta é a maneira mais rápida de terminar a prova.
Em Mônaco, foi uma situação semelhante: já tinha gente preparando-se para defender que a Fórmula 1 não deveria mais correr no Principado quando Max Verstappen mostrou porque ela ainda o faz – e acabou mudando a história da prova.
Há uma questão que muitas vezes passa despercebida é como os rádios interferem nessa noção de que a economia, seja ela de pneus, combustível ou equipamento, é muito maior hoje em dia. É só perguntar para qualquer piloto aposentado ou que já está na ativa há algum tempo e eles irão garantir que sempre tiveram que poupar – elementos diferentes, em escalas distintas, dependendo da época, mas nunca a F-1 foi pé embaixo o tempo todo. Ouvir as instruções, contudo, faz com que isso ganhe papel de protagonismo para o expectador.
No campo das impressões acerca da falta de emoção, lembro-me da opinião de Fernando Alonso, bastante curiosa: o espanhol acha que a transmissão hoje é tão boa que faz os carros parecerem mais fáceis de guiar e não reproduz fielmente a emoção que ocorre na pista. “Quando você vê uma câmera onboard dos anos 1980, a imagem trepida tanto que parece uma loucura. E na verdade o carro não mexia tanto, é a câmera que não tinha tecnologia tão boa.” Hoje, por outro lado, parece que os pilotos correm em campos de golfe.
O próprio período que os pilotos apontam como seu preferido em termos de equipamento, quando a F-1 teve seu auge em termos de velocidade, em 2004, só era atrativo para eles: um campeonato que coroou seu campeão meses antes do fim e que tinha média de 15 ultrapassagens por corrida. Hoje, as médias estão acima de 40. Mas é com DRS! Cerca de 60% das manobras são feitas com DRS e talvez seu fator fundamental seja pavimentar o caminho para que as 40% restantes aconteçam, por facilitar o fato de um carro seguir o outro.
É óbvio que existem problemas na categoria, que enfrenta um dos momentos políticos mais tensos de sua história, com a tentativa de tomada de poder das equipes mais ricas, vendo a oportunidade com a dificuldade de Ecclestone apontar um sucessor. Mas criar um clima total de insatisfação como se, dentro das pistas, a situação estivesse tão ruim quanto fora dela, não vai ajudar.
21 Comments
A formula está uma maravilha, muitos que falam é porque não está ganhando essa é a verdade.
Julianne, bom dia. Bom, eu discordo que a F1 esteja tão bem assim, pelo contrário. As provas tem sido muito chatas e o GP do Canadá, com insistentes pedidos de economia de tudo por parte dos engenheiros foi um dos mais entediantes da história. Poxa… somos apaixonados por este esporte pela ação que ele um dia trouxe e neste momento, passa longe disso. Daqui a pouco vai chegar ao ponto de economizar até as respiradas que se dá em uma pista… a F1 precisa de uma reforma geral e para ontem! abs
Seu comentário me lembrou que acabei me esquecendo de colocar um detalhe sobre isso no texto. Pode perguntar para quem já está na ativa há algum tempo ou aos pilotos mais antigos: sempre se economizou pneus, equipamento, combustível. A diferença é que hoje ouvimos as orientações.
O artigo do Martin Brundle no site da skyf1 na semana passada fala disso mesmo, a questão é que agora temos acesso ao pitradio, e ficamos a saber de “tudo”… essa gestão sempre se fez
Teu texto tá legal, como a grande maioria deles, mas tá muito curto, inconclusivo. Não aponta os fatores duma melhor forma pra se entender o contexto dessa crise, reclamação exagerada e afins. Compreendo que, sendo um texto dum blog ou site, não adianta ser muito longo porque ninguém lê, mas acho que é um assunto pra desenvolver com um longo texto a respeito. Prós e contras. Romantismo e realidade. Uma das coisas que mais me incomoda é querer comparar na poluição que a F1 causa e, por isso, a “necessidade” de ser híbrida. Bem, polui sim, mas carros de F1 são só 20 e não milhões ao redor do mundo, rodando 24h, Logo, o impacto global que a categoria exerce é mínimo. Talvez seja ingenuidade da minha parte, mas creio que não seja tão complicado modificar os carros. Não precisa deixá-los espartanos, mas acredito que simplificando bastante os motores e excesso de eletrônica, além de diminuir os custos de forma faraônica, deixa os carros mais nas mãos dos pilotos, mais reais, mais mecânicos e não tão artificiais, dependentes de tecnologias complexas e caríssimas. A F1 não precisa de muito pra melhorar, apenas se simplificar. Os custos caem drasticamente e o espetáculo progride pra todos. Pilotos, equipes, fãs, patrocinadores, promotores. A solução não é torná-la complexa e complicada. A solução está na simplicidade.
É uma questão delicada. Concordo que as corridas não são tão emocionantes quando há um domínio de uma equipe, mas discordo que se deve fazer mudanças apenas para acabar com o domínio. É um nivelamento por baixo. A reforma a ser feita deve ser para permitir que as outras equipes consigam ameaçar a Mercedes, não forçar a mesma a “piorar” até o nível das demais.
O que a Fórmula 1 precisa é de planejamento e transparência na comunicação do mesmo. Na minha humilde opinião, o lado esportivo é importante, mas o lado tecnológico da F1 tem no mínimo, o mesmo peso que o esportivo. Se fosse para admirar apenas o fator humano no momento da competição, ia assistir maratona. O que quero ver na pista, além da habilidade dos pilotos, é o resultado de anos de trabalho de uma equipe formada pelos melhores engenheiros e projetistas. E também é importante para mim que esse trabalho esteja sintonizado com a indústria, pois além de atrair investimentos, tenho a certeza que o retorno para a sociedade é maior. Posso bater no peito e dizer que o meu esporte favorito não é só diversão e corrupção como os outros, ajuda a melhorar sim a vida de todos.
Seguindo o raciocínio, se você observar, a indústria hoje segue em direção a otimização e a sistemas híbridos. Talvez o carro 100% elétrico não vire predominante, apesar dos Tesla, mas não resta dúvida que soluções híbridas de reaproveitamento vão acabar no carro popular, questão de tempo, nem que seja por questões ambientais. Portanto, as regras do motor estão corretíssimas.
Acredito que o problema atual da categoria é que tem muito dinheiro saindo, pouco entrando. Um grupo financeiro fica com a maior da parte do faturamento. Para o resto é feita uma divisão altamente irregular, privilegiando o passado, mas pondo em risco o futuro. Talvez o melhor seja perder um pouco da audiência mesmo, aquele pessoa que só quer ouvir o Galvão gritando “Brasil!!!” ou bater palma para a ultrapassagem que de tão comum se torna irrelevante, vide as fórmulas americanas. Isso pode afastar os vampiros e alguém com mais visão pode acabar comprando o negócio e dando um rumo certo. Quem sabe essa onda de notícias negativas não tem esse objetivo, baixar o preço do negócio?
Enfim, eu curto ver Lewis Hamilton vencendo de ponta a ponta, com o cérebro dele e dos engenheiros fritando, tentando em tempo real otimizar pneu, combustível e velocidade. Sei que aquilo não é só um esporte, é um empreendimento humano. Parece fácil, mas se fosse, todo mundo fazia, e surpresas como Mônaco não existiriam.
OI Jú, não acredito que a F1 esteja tão ruim assim, mas com certeza precisa melhorar em alguns fatores urgente. Lembro-me de uma entrevista do Senna em 1986 para o roda viva em que ele dizia que começou a corrida devendo gasolina e teria que economizar assim que passou a linha de largada…rs Porém não acho a F1 tão desafiadora como antes, ela não está nem mais fácil, nem mais difícil ela está diferente, hoje os pilotos tem que ter outros atributos para guiar o carro, ele é muito mais que apenas acelerar com todas as regulagens no volante, mas antes ao invés de apertar botões ele compensava no braço mesmo, até por isso os pilotos de hoje tem preocupações diferentes do passado.
Acredito que o exagero de rádios seja um problema, assim como até ser proibido eu achava um absurdo o engenheiro ficar narrando a volta pro piloto, do tipo acelera mais na curva 5 freia antes na curva 3.
Essa direção que a f1 tomou que está baseada nas unidades de potência cria, ou tira as esperanças a curto prazo de mudanças, pois é muito mais fácil você ter resultados com um pacote aerodinâmico novo, do que usar 5 tokens para melhorar sua unidade, potência, você tem ou não tem…e isso faz com que os resultados sejam cada vez mais previsíveis…
Já estava na hora no Bernie se aposentar pois sua politica está falida, levando a F1 a lugares sem tradição e acabando com gps como a da Alemanha devido suas taxas impraticáveis…A distribuição de dinheiro é a pior possível…mesmo assim a f1 resiste, só não sei até quando..parabéns pelo novo blog…um abraço
Talvez o X da questão seja realmente a visão do expectador. Por que se tem mais impressão que as corridas estão mais chatas que em anos anteriores ? Primeiro tem o fator unica equipe liderando, algo que acredito não possa ser resolvido. Outro ponto é a diferença de performance entre as equipes grandes e as menores. Tinham que atuar nesse ponto, de forma que a divisão do $ fosse mais justa, permitindo o crescimento de equipes. E ao inves de adotarem medidas que diminuem performance (para diminuir o custo), conseguissem medidas que mantivessem a performance, mas aumentasse a receita. Talvez estabilizar as regras de motores, de aerodinâmica, etc.
Só sei que cada vez mais a F-1 fica menos interessante para novos consumidores.
Estabilizar regras e deixar os carros mais dependentes da aderência mecânica e não tanto da aerodinâmica. Outro fator que merecia um estudo urgente é a redução drástica de punições na categoria.
Parabéns pelo seu texto. Essa “patrulha da corrida chata” está em todo lugar, acho que porque não vivenciou a era do reabastecimento, quando um piloto chegava atrás do outro e começava a cozinhar o galo para esperar o outro parar. Também não vivenciou a era dos anos 80, com combustível duramente limitado, gerando corridas inteiras com economia brutal de combustível. Curiosamente, os anos 80 são o epíteto para todos os membros da “Patrulha da Corrida Chata”. Sem contar que havia muitas corridas nos anos 80/90 que eram infinitamente menos movimentadas que as de hoje. Só não havia rede social para a galera reclamar.
mais uma vez parabéns
CARLOS DEL VALLE – PF1BR
Só que nesta época ainda tinha algumas panes secas para dar alguma emoção, coisa que isso hoje em dia não existe… E sinceramente esta época atual está sim muito chata!
Assistam as 3 voltas do GP de San Marino de 1985, Senna e Johanson sem combustivel e Prost tendo que andar ridiculamente mais lento nas 2 voltas finais para ver a bandeirada, e ser desclassificado devido ao carro abaixo do peso.
Culpa das câmeras para justificar a emoção? Olha a câmera do carro do Johnnie Dumfries em Adelaide e vê se ela pula! O fato não é a imagem pulando… mas sim a visível dificuldade que os pilotos tinham de segurar e guiar o carro. Hoje você olha o piloto dirigindo tranquilamente…
Eu prefiro confiar na opinião de quem passou por aquela época, como Lauda, Mansell e até o Kimi Raikkonen, do que a opinião do Alonso que teve que moderar os comentários pra não mostrar que o MP4/4 era mais rápido que o MP4/30… que tomou uma pancada de potência do turbo do MP4/4 que quase rodou na saída do pitlane…
Olha a opinião de quem está na Formula 1 a mais de 30 anos… uma opinião técnica de quem entende:
http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2015/06/15/carros-de-piquet-e-senna-eram-mais-dificeis-de-pilotar-diz-engenheiro.htm?cmpid=fb-f1
Falta de perspectiva de mudança! Acho que o problema da F1 hoje eh esse. A única forma de aumentar a competitividade do grid atual eh liberar a evolução dos motores. Outro problema eh que as equipes clientes tem que ter acesso aos mesmos motores e software de controle das equipes fabricantes. Que palhaçada foi aquela de so a Ferrari ter acesso ao motor novo?
A discrepância das equipes está muito grande. Nos 4 anos que a RedBull e Vettel dominaram a categoria, a diferença não era tão grande. E os touros cresciam bastante na segunda metade do campeonato. Isso colabora com a chatisse das corridas.
Na era Schumacher, as corridas também eram mais chatas. A maioria das ultrapassagens eram nos boxes. Tudo bem que as ultrapassagens são mais artificiais, drs e pneus de farinha, mas agora e mais ainda na era RedBull as corridas são mais movimentadas.
Mas como o mundo evolui rápido e a internet é o principal meio de interação, a F1 precisa se atualizar em vários aspectos.
Não me incomoda e nunca me incomodou a emoção nas corridas de que todos reclamam. A emoção não esta em ver carros se passando o tempo todo em manobras sem emoção nenhuma.
Na minha opinião a f1 perdeu a emoção de ver um carro de f1 andar sozinho seja onde for em um teste qualquer. Sempre me arrepiei de ver um f1 andando, era emocionante ver um f1 na pista nos treinos livres, hoje não tem a menor graça parece uma categoria de base.
Na corrida de moto GP em barcelona no final de semana passado Lorenzo disparou na frente, mas foi emocionante ver a maneira como Rossi se aproximava e ver a maneira como eles pilotam suas motos. As motos são emocionantes de se ver andar sozinhas, um F1 hoje não tem a menor graça de ver andar sozinho.
A moto gp é a f1 de hoje.
Acredito que o maior problema da F-1 atualmente é a falta de riscos, o que a torna monótona e “fácil”. Antigamente os pilotos tinham que economizar equipamento para atingirem a linha de chegada, mas com a telemetria mais precária, mesmo poupando, alguns ficavam pelo caminho devido também à confiabilidade mais baixa (Lauda na década de 70). Outro fator de risco eram caixas de brita e áreas de escape que não permitiam o erro do piloto: sair da pista custava muito tempo ou a corrida toda!
Esses dois fatores permitiam emoção até o final da corrida, mesmo quando ela parecia decidida. Um pequeno cochilo do líder e a corrida dele virava pó (Mansell que o diga).
Hoje a telemetria evita boa parte dos problemas e tiram um pouco do trabalho do piloto. Porém, treinam exaustivamente em simuladores e, quando chegam na pista, tem áreas de escape que permitem erros grosseiros sem a menor perda de tempo. Somado à confiabilidade alta (até que baixou um pouco com as novas unidades de força, comparado aos V8), as corridas são previsíveis, pois o equipamento não falha e os únicos que podem falhar, equipe e piloto, este não paga um valor justo pelo seu erro e a primeira, é a única que realmente paga pelos seus erros (erro no box, estratégia, etc)
“O sentimento é quase palpável: a Fórmula 1 passa por uma grave crise de representatividade que, se não for contornada, vai culminar com o desaparecimento da categoria. Porém, ao pensar nos motivos que alimentam esse sentimento, mesmo reconhecendo as deficiências, é difícil concordar com o alarmismo.”
Caríssima e competentíssima Julianne! Este éh o meu sentimento! E acredito que também boa parte dos fãs da F1. Temos a sensação de que a categoria, cada vez mais esta se precipitando para o abismo más, também torcemos em nossos íntimos que tudo isto seja rapidamente resolvida nas reuniões dos homens-da-FIA. Eu creio que muita da resoluções que o “Grupo de Estratégia” vem tomando serão bem revitalizadoras para a categoria. Eu creio e quero acreditar que a F1 tem solução!
Creio que as pessoas que defendem uma F1 a moda antiga (nem tao antiga assim) sentem falta do risco, da dificuldade na conducao do carro, na percepcao que antes era mais dificil. Nao nos interessa se ha 400 ultrapassagens por corrida enquanto que em 85 eram 15. Ao menos havia mais saida de pista, mais rodadas, mais batidas e mais pancadaria. Bernie sempre diz que as pessoas querem GORE. De vez em quando o choque da realidade (como na indy ou na neck-car) atrai ainda mais o interesse.
A motoGP hoje mostra o tanto que o risco e a capacidade do piloto sao apreciadas. Mesmo quando Valentino dominava, viamos as corridas como bem excitantes. O piloto fazia e ainda faz a diferenca. Errou, vai para o chao.
Se a FOM e a FIA gerenciassem a MotoGP teriamos motos com RODINHAS atras. Ninguem mais cairia.
Creio que ninguém é retardado mental o suficiente pra afirmar, ou ao menos sugerir, que um piloto de F-1 nunca teve que se preocupar com pneu, combustível e o equipamento em geral.
Infelizmente parece haver quem seja retardado mental o suficiente pra afirmar, ou ao menos sugerir, que preservar pneu, combustível e o equipamento em geral atualmente não é bem mais importante hoje do que era há 10, 20 ou 30 anos.
Há 10, 20 ou 30 anos não havia medidor de fluxo de combustível, o piloto que tratasse de, ao longo da corrida, ter combustível suficiente pra completar a prova, mesmo que acelerasse o máximo em alguns momentos. Hoje em nenhum momento é possível consumir mais do que o que a FIA estabelece. Até parece que havia pneu farofa que, dependendo da pista, não dura 15 voltas. A própria Michelin já afirmou querer voltar mas fazendo pneus de alta durabilidade, criticando que piloto deva se preocupar em fazer o pneu durar um par de voltas a mais pilotando em modo “stand by”, o que é antítese do esporte a velocidade e eu concordo plenamente com a Michelin. Os carros estão 3 a 4 segundos mais lentos do que há 10 anos, e as ultrapassagens “artificiais”(via pneu ou DRS) são as vezes tão chatas quanto a ausência de ultrapassagens dos anos 2000(enfim, passamos do 0x0 ao 3×3 com 6 gols de pênalti e tem gente que viu evolução).
Não são os “reclamões” que estão de mimimi, são pilotos reclamando dos carros lentos, são as equipes reclamando que a F-1 não está atraindo novos públicos, são os GPs da Alemanha, que saiu do calendário e Italia, que está ameaçado, são as emissoras de TV, como a Globo, que não sabe mais que ilusão vender pra manter a audiência. Enfim, ficamos na expectativa do que a Mercedes vai aprontar com o Hamilton num ou noutro GP pra que o campeonato não termine na metade, afinal tem um carro estupidamente superior à concorrência, sendo que este carro é pilotado por um piloto de primeira e outro meia boca, e um regulamento estúpido que congelou esta superioridade por 3 anos. Já é possível dizer em junho de 2015 quem será o (tetra)campeão de 2016. Agora quero que alguém me mostre quando a F1 foi assim.
Ola. Volto ao assunto porque assisti algumas corridas da decada de 80 no youtube no fim de semana. Tenho 45 anos e desde os 4 acompanho F-1. Creio ser acima da media em conhecimento se comparado com molecada que nem viu gente como um senna da vida correndo.
Realmente as corridas em 80 e poucos tinham menos ultrapassagens que hoje. Mas a coisa retorna ao ponto do risco maior, da habilidade na conducao do carro, nos resultados imprevisiveis. Na decada de 70 tambem havia a mesma coisa, a proposito. Carro de lado, motor explodindo, oleo na pista, rodadas, corrida com chuva e algumas mortes.
Foi bem interessante ver Spa 83. O Piquet ficou atras de uma ferrari voltas sem fim. Depois conseguiu passar o Tambay (ou Arnoux). La na frente o De Cesaris (for god’s sake) liderou a corrida por muitas voltas com uma Alfa!
Ter uma ideia do que antes era melhor em qualquer coisa he algo muito inerente do ser humano. Isso he muito antigo e conhecido, mas quem reclama hoje esta certo pelos motivos que eu descrevi (eu concordo comigo!) e ate por outros mais que nao me lembro agora.
E se nas pistas as coisas agora nao empolgam tanto, nada a dizer fora delas. Jean Napoleon esta perdidinho. 25 posicoes de punicao? Frances louco.