Fazendo – provavelmente – suas últimas temporadas na Fórmula 1, Jenson Button e Felipe Massa ficaram devendo para seus companheiros depois de terem travado performances mais parelhas em 2015. Enquanto isso, outro espanhol, Carlos Sainz, um dos melhores pilotos da temporada, acabou com o já abalado Kvyat. Já na Manor, Wehrlein usou sua experiência ligeiramente maior para superar de forma convincente Esteban Ocon – como já havia superado Rio Haryanto na primeira parte do campeonato. Confira as disputas mais desiguais do ano:
Williams
Bottas | Massa | |
Placar em classificações | 17 (-0s285 em média) | 4 |
Placar em corridas | 8 | 7 |
Voltas à frente | 61,5% | 38,5% |
Antes mesmo de Massa decidir pela aposentadoria, em meados do ano, perguntei a ele por que Bottas estava sendo tão melhor especialmente em uma volta lançada. E ao brasileiro coube só reconhecer que o finlandês “estava fazendo um trabalho melhor”. Talvez o mérito de Valtteri tenha sido encontrar maneiras de driblar um problema que afetou em cheio a Williams pela falta de pressão aerodinâmica do carro: as pressões de pneus altas determinadas pela Pirelli.
Aos domingos, o duelo foi mais parelho, como demonstrado pelos números das provas em que ambos pontuaram, mas é fato que Massa superou Bottas mais vezes antes do anúncio da aposentadoria e também teve mais abandonos que o companheiro que, por sua vez, aproveitou bem as chances, como no GP da Malásia para ser responsável por mais de 60% dos pontos do time.
McLaren
Alonso | Button | |
Placar em classificações | 15 (-0s091 em média) | 4 |
Placar em corridas | 8 | 4 |
Porcentagem dos pontos | 71% | 29% |
Depois de uma temporada em que foi difícil avaliar o desempenho dos pilotos em meio a tantos problemas técnicos, Fernando Alonso voltou ao modo normal, com placar de 15 a 4 em classificações e sendo responsável por mais de 70% dos pontos, com direito a algumas atuações de gala como no GP da Bélgica, quando largou em último e chegou em sétimo. Com seus costumeiros problemas de aderência e desequilíbrio, fruto em grande parte de seu estilo bastante sensível de pilotagem, Button se mostrou frustrado por boa parte do ano e sua despedida (ainda que oficialmente apenas por um ano) não tenha surpreendido.
Toro Rosso
Sainz | Kvyat | |
Placar em classificações | 11 (-0s284, em média) | 5 |
Placar em corridas | 9 | 2 |
Porcentagem dos pontos* | 87,5% | 12,5% |
*do total marcado pelo time após o GP da Espanha
Não é sempre que as ‘regras de 3’ entre pilotos que trocam de equipe dão certo, mas no caso de Red Bull e Toro Rosso, a lógica dizia que Sainz, depois de um duelo igualado com Verstappen por 23 GPs, bateria Kvyat, que vinha sendo dominado – ainda que sem tanta facilidade – por Ricciardo. Mas o que o espanhol conseguiu em cima de um piloto abalado psicologicamente e tendo a difícil missão de lidar com um carro pior ao que estava acostumado foi impressionante. Em classificação, em corrida, quando as oportunidades surgiram e em número de erros, Sainz foi absolutamente superior.
Manor
Wehrlein | Ocon | |
Placar em classificações | 6 (-0s295 em média) | 2 |
Placar em corridas | 3 | 3 |
Porcentagem dos pontos | 100% | 0% |
O trabalho dos dois pilotos do programa de desenvolvimento da Mercedes era aproveitar as oportunidades que eventualmente surgissem e atrapalharem o mínimo possível em bandeiras azuis. Pascal Wehrlein fez isso, algumas vezes até conseguindo uma vaguinha no Q2. Nas corridas, Ocon crescia, mas ainda é cedo para julgar de fora quem é o melhor entre os dois. Pelo menos a Force India parece ter escolhido o seu.
Renault
Magnussen | Palmer | |
Placar em classificações | 11 (-0s052 em média) | 8 |
Placar em corridas | 6 | 6 |
Porcentagem dos pontos | 87,5% | 12,5% |
Esse duelo até poderia estar nas surpresas. Surpresa por ambos terem encontrado um lugar no grid em 2017 e por Magnussen ter caído tanto de produção no final do ano, dando a chance de Palmer encostar no duelo de classificações. Nas corridas, contudo, o inglês seguiu abusando dos erros até a última prova e claramente ficou na Renault muito em função de seu aporte financeiro. Já Magnussen, basicamente o responsável pelos pontos que tiraram o time francês do vexame de lutar pela lanterna com Sauber e Manor, não fez muito mais que sua obrigação e, mesmo sem um grande patrocinador, terá sua terceira chance na F-1 ano que vem.
5 Comments
O estilo de pilotagem de Alonso sempre compensando as dificuldades do carro.
Não faltou a Haas?
Ou estão em outra categoria?
Estão em outra. Serão 3 posts na semana.
Muito obrigado Ju!
Perdoe-me a curiosidade, mas quando li o título do post foi impossível não pensar na diferença de pontos entre Grosjean e Gutiérrez!
Sim, faz todo sentido!