F1 Como uma onda ajudou Fangio a vencer - Julianne Cerasoli Skip to content

Como uma onda ajudou Fangio na 1ª vitória

Na década de 1950, a Fórmula 1 ainda estava engatinhando, mas o GP de Mônaco já era tradicionalíssimo e estava sendo retomado depois dos anos em que não foi disputado devido à Segunda Guerra Mundial.

A competição tinha começado a ser disputada em 1929, mas estava apenas em sua 11ª edição, tendo sido retomada, no pós-Guerra, dois anos antes. Buscando correr nos locais mais tradicionais para se impor como o maior campeonato de automobilismo do mundo, a Fórmula 1 não poderia deixar o Principado de lado. Assim como Silverstone, Spa-Francorchamps e Monza, a prova fez parte do calendário de sete etapas da primeira temporada da história da categoria

O GP de Mônaco foi, portanto, a segunda etapa da história da Fórmula 1, tendo sido realizada duas semanas depois da prova inaugural em Silverstone. Curiosamente, foi a primeira vez que a data caiu no final de maio, algo que se tornou via de regra nas décadas seguintes, já que coincide com a semana do feriado do Dia da Ascensão. É inclusive por isso que, até recentemente, não havia sessões de treinos livres às sexta-feiras em Mônaco.

As Alfa Romeo tinham passeado na primeira corrida (da temporada e da história da F1) em Silverstone, com Giuseppe Farina e Luigi Fagioli trocando posição por boa parte das 70 voltas e entretendo o público de 200 mil pessoas, de acordo com os relatos da época. Farina venceu e, para se ter uma ideia, o terceiro colocado chegou a mais de 50s das Alfa. Também da mesma equipe, Juan Manuel Fangio ficou pelo caminho com problemas técnicos. Mas a sorte mudaria de lado nas ruas de Mônaco.

Olha a onda

Farina tinha sido o último vencedor em Mônaco, em 1948, quando Fangio ainda não disputava a prova. Mas, no domingo, o público não teve a chance de fazer o tira-teima, e por um motivo pra lá de inusitado: logo na primeira volta, uma onda inundou a curva Tabac, que está presente no traçado até hoje. O pole Fangio conseguiu sair ileso, mas Farina, que vinha em segundo, foi o primeiro dos nove pilotos que bateram e ficaram por ali mesmo. 

Como o pelotão tinha 19 carros, só 10 continuaram, e muitos deles acabaram batendo na Tabac nas voltas seguintes, sendo o acidente mais grave do argentino José Froilán González, cuja Maserati pegou fogo.

Apenas um dos possíveis rivais de Fangio acabou sobrando na prova: Alberto Ascari, da Ferrari, terminou mais de uma volta atrás do argentino, que obteve sua primeira vitória na Fórmula 1. Não que tenha sido fácil: se os pilotos já reclamam da prova chegar perto das 2h hoje em dia com 78 voltas, imagine dar 100 voltas com um carro que demora 1min50 para completar uma volta em configuração de classificação? Sim, a vitória de Fangio demorou mais de 3h.

A prova teve ainda algumas marcas interessantes: foi a primeira vez que um carro com motor traseiro, tendência que só seria adotada nos anos seguintes, largou: foi o Cooper de Harry Schell. E dois resultados teriam relação com pilotos da nova geração da Fórmula 1. Foi uma das três provas na história antes de Alex Albon que um piloto tailandês marcou pontos, com Prince Bira. E a única vez que um monegasco pontuou na categoria – Louis Chiron, terceiro colocado – antes de Charles Leclerc em 2018.

1 Comment

  1. Essa história da onda gigante eu nunca tinha ouvido falar. Também sempre pensei que não havia treinos na sexta-feira que era para as lojas não ficarem fechadas tantos dias seguidos.
    Obrigado por estes bocadinhos de aprendizagem.

    visitem: https://estrelasf1.blogspot.com/


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