F1 Drops do GP da Espanha e o azar de Bottas - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops do GP da Espanha e o azar de Bottas

A história da corrida começou a ser definida em uma foto publicada por Valtteri Bottas no domingo de manhã, dele abraçado com a mãe. Isso porque a mãe dele é famosa por trazer azar. Ela não costuma vir aos GPs mas, toda vez que abraça um dos companheiros de Bottas – e Felipe Massa sofreu com essa sina duas vezes – eles não têm uma boa corrida.

Mas havia outro fator que pega contra Bottas. Depois de perder as etapas da China e de Baku, o jornalista finlandês Heikki Kulta estava de volta ao paddock. E ele tem fama de trazer azar a Bottas. Tanto, que o assessor de imprensa da Mercedes, Bradley Lord, ofereceu a Heikki 50 cervejas para ele ficar na praia em Barcelona e não ir para o circuito. Mesmo oferecendo sol e álcool para um finlandês, ele não convenceu Heikki!

Mas fica um alento para quem está torcendo por Valtteri: Heikki anda ocupado escrevendo um livro e só voltará ao paddock no GP da Áustria.

Outra figura que apareceu no paddock neste final de semana foi Juan Pablo Montoya. Em uma função das mais complicadas: salvar a carreira de Lance Stroll. Sim, o pai de Lance contratou Montoya como uma espécie de conselheiro do filho. Julga que Lance não está com a mentalidade certa para um piloto de F1.

Os promotores do GP da Alemanha também deram o ar da graça. A prova é a mais ameaçada do calendário, mas eles ainda negociam. O GP só vai acontecer neste ano porque a Mercedes investiu dinheiro, mas a montadora está fazendo uma faxina em seus gastos e não deve manter a ajuda.

O GP da Espanha, que teve arquibancadas bem vazias neste fim de semana, também está bastante ameaçado, e inclusive deve perder a data em maio para Zandvoort. Seria essa a vaga acertada com os holandeses, embora eu tenha checado as temperaturas por lá neste final de semana e não tenha me parecido a melhor ideia do mundo.

Falando em calendário, aposto que vocês querem saber como o anúncio do Rio foi recebido: como todas as notícias que vêm do Brasil, com os dois pés atrás. A pergunta que mais ouvi neste fim de semana foi “mas vai acontecer mesmo? Não tem nem pista.” Depois, eu mostrava onde a pista seria construída e qualquer empolgação que existisse acabava na hora. Mas eu também tenho que dizer que, no geral, a F1 é resistente a qualquer mudança, com aquela atitude de “melhor deixar como estar”, frase, inclusive, que Vettel disse para mim quando perguntei sobre a novidade.

Sean Bratches deixou claro que o anúncio de Bolsonaro “não muda nada” na situação da prova. A Liberty negocia com Rio e São Paulo, e basicamente vai para quem pagar mais, embora pese contra São Paulo a presença do promotor Tamas Rohonyi, parceiro de longa data de Bernie Ecclestone e com quem  os novos donos não querem lidar.

Voltando a este fim de semana, fui atrás de mais informações sobre a questão dos chassis da Williams e fui recebida com 300 pedras na mão de todo mundo por lá. Perguntei a Robert se ele sentiu alguma diferença no comportamento do carro neste final de semana e ele nem me deixou terminar. “Eu nunca disse que os carros eram diferentes”. Disse, sim. Disse que os dados mostravam diferenças que eles não sabiam de onde vinham. Dave Robson, chefe de engenharia, disse que a suspeita é de que os sensores estivessem falhando e, por isso, os dados eram diferentes, mas disse estar “confiante de que os três chassis são iguais.”

O fato é que Robert estava reclamando das sensações do carro – a própria Claire Williams disse isso para mim em Baku – e o time construiu o terceiro chassi com a ideia de dar a ele. Mas esse carro teve que ir para Russell por conta do problema com a tampa de bueiro do Azerbaijão. Na Espanha, Russell ficou com o carro que foi usado por Kubica nas quatro primeiras corridas, e o polonês ficou com que George correu em Baku. O inglês disse que não sentiu nenhuma diferença com o carro, mas pediu para voltar para o antigo. Isso deve acontecer já em Mônaco, pois o chassi danificado pelo bueiro deve voltar à pista para ser checado no teste desta semana.

Falando em especificações, aparentemente Nico Hulkenberg tentou escapar da punição de largar dos boxes negando que teria que usar uma asa dianteira diferente na corrida depois de ter escapado na classificação. Isso porque, se as duas asas fossem iguais, ele não receberia a punição. Mas a equipe só conseguiu avisar o alemão depois que ele já tinha entregado que teria que usar uma asa velha para as TVs. Um time rival levou a gravação à FIA e ele levou a punição.

12 Comments

    • Oi Ju, parabéns pela matéria.
      Ju tenho 2 dúvidas:
      Na redbull o Verstapem esta correndo mais que o carro ou o carro e motor são bons mesmo? Pois o Gasli esta muito abaixo.
      A segunda é que vi na transmissão do caminhão o Russel e o Noris na maior amizade e vc disse que eles não se bicavam, eles voltaram a amizade ou foi só briga de momento mesmo?

      • Nunca vi piloto andar mais que o carro! Max está maximizando tudo e complicando a vida do Gasly. Parece ser um carro sensível.

        Bom, foi o Russell quem disse que eles não se bicavam faz tempo…

  1. Ju, na sua opinião por que a Ferrari está perdendo tanto tempo nas curvas ?
    E o que o Bahrein tinha de diferente para eles terem andado bem lá ?

  2. Julianne, e a situação do Kubica? Ele fica até o final da temporada? É claro que o carro do Williams é inferior ao das demais equipes mas ele anda apanhando para o Russel. Na Austrália e na Espanha ele tomou mais de 1s na classificação, nas demais foi menos, mas perdeu todas e terminou todas as provas atrás e as vezes tomando uma volta a mais e/ou fazendo um pitstop a mais. A limitação dele, no braço, tem feito ele gastar mais pneu que o companheiro? Não seria o caso da Williams troca-lo já em Mônaco e avaliar se ele continua. O piloto de testes da Williams tem a pontuação necessária para a superlicença? Não seria melhor colocar alguém mais gabaritado, como o Ocon?
    Um abraço
    Thiago Garcia
    Joinville/SC

    • Acabei de escrever sobre isso para o UOL. O piloto reserva não tem superlicença. Mas há duas questões a se colocar: Robert traz patrocínio e desconheço como seria uma possível ruptura de contrato. E quem quer que pegue aquele carro da Williams não vai passar de penúltimo. Ele não é o grande problema da equipe no momento.

  3. A volta do Kubica semçre foi arriscada, se ganhasse do Russel, apenas faria a obrigação dele como piloto mais experiente, e possível campeão mundial antes do acidente, se perdesse mancharia uma bela carrreira na F1.
    Tem sido a segunda opção.
    Falha nos sensores? A Williams tá voltando ao amadorismo dos anos 50, mas naquela época todos eram amadores…
    Nem tem como salvar a carreira do Lance Stroll, ele é isso ae, um piloto mediano que só o pai acha que vai ser campeão mundial e compra tudo o que o dinheiro pode comprar, inclusive uma equipe, pra tentar fazer o filho ser campeão.
    Nonlugar do Bottas, pagaria o melhor spa pra senhora Bottas nos dias de corrida, ou pedia pra ela abraçar o Hamilton em todas!
    Hahaha
    Grande abraço a todos do Blog!

  4. Julianne, o que se fala sobre Kubica no paddock: que ele realmente está passando por dificuldades 1) devido ao tempo longe das pistas, 2) devido às suas lesões, ou 3) porque o carro é ruim mesmo? Vimos que os tempos dele nos testes antes de voltar e como piloto de testes, ano passado, não eram distantes dos demais; ao contrário, todos muito próximos ou até melhores em alguns casos. Mas na prática, durante esta temporada, ele tá sofrendo muito e não venceu seu companheiro de equipe em nenhuma oportunidade… O que realmente acontece e que não é publicado? Obrigado!!

    • Possivelmente pelos três motivos, mas o terceiro é o mais forte. Ele fez um tempo melhor com pneu duro e tanque cheio nos treinos livres do que na classificação. Simplesmente não confia no carro.

  5. Perdoe-me a ousadia excelentíssima Julianne Cerasoli, mas desde que me conheço por gente,indago-me diariamente sobre o número de títulos mundiais que um ser humano precisaria para cogitar candidatar-se a um encontro com vossa senhoria, esse número existe?

  6. – A Sra. Bottas e o Heikki Kulta tem algum laço de parentesco, amizade ou moram no mesmo bairro do Mick Jagger?
    – Chega a ser engraçada a idéia do JP Montoya como coach do Lance Stroll.
    Imagina os palavrões que o latino americano vai proferir ao pobre menino rico toda vez que ele fizer uma barbeiragem…
    Poxa, já que dinheiro não é problema contrata um cara mais digamos, polido, equilibrado… tipo o Nico Rosberg ou o Jenson Button que além de parecerem menos propensos a darem umas bolachas no menino, trazem no curriculo um titulo de campeão mundial.
    Vem com o Tio que você passa de ano Lance!
    🙈


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