F1 Drops do GP da França e a turbulência dos bastidores - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops do GP da França e a turbulência dos bastidores

O grande temor nos meses que antecederam o GP da França era o trânsito. Enquanto os promotores garantiam que tinham resolvido os problemas do ano passado, nós sabíamos que havia um desafio físico: só uma via de acesso com espaço para um carro de cada vez. No final das contas, não houve problemas, mas não pelos melhores motivos: embora os organizadores digam que a queda no número de ingressos vendidos em relação ao ano passado foi de apenas 20 mil, o número que corria pelo paddock era de 70% – e parecia muito mais ajustado com o que vimos nas arquibancadas.

 

Algo curioso aconteceu com um jornalista que tentou ir para a pista de bicicleta. Mesmo tendo a credencial e o colete, comprovando que estava indo trabalhar, ele foi barrado pelos policiais. A política era de que nenhuma bicicleta seria permitida – scooters não eram tratadas da mesma forma – simplesmente para manter longe as centenas de pessoas que usam as vias da região para treinar nos fins de semana. Quando há uma preocupação tão grande com o trânsito, não é das melhores políticas.

 

Sobre o apelo da Ferrari, não consigo acreditar que eles realmente esperavam ganhar com o depoimento de um ex-piloto. Me pareceu mais um movimento para demonstrar apoio a Vettel e motivá-lo do que uma tentativa verdadeira de reverter o resultado. O alemão estaria descontente com a rapidez como Charles Leclerc está ganhando espaço em Maranello. Sempre disse que quem via Leclerc como um segundão não entendia a força da FDA e o que a academia significa internamente na Ferrari, e foi mais uma prova disso.

 

O paddock foi uníssono – esqueçam o que disse Rosberg, que nunca perde uma oportunidade para alfinetar Vettel – em apoiar o alemão, ao mesmo tempo em que todos reconheceram que os comissários apenas cumpriram o que está escrito nas regras. Há anos temos esse tipo de problemas com as regras, com os pilotos cobrando uma consistência que simplesmente é impossível, uma vez que as pistas não são consistentes. O artigo pelo qual Vettel foi punido faz muito mais sentido em Paul Ricard, por exemplo, com as áreas de escape asfaltadas (algo que todos criticam, aliás) do que em Montreal. Mas não dá para fazer dois regulamentos. Por conta disso, os pilotos acreditam que o melhor mesmo é se livrar dessas regras e deixá-los resolver na pista.

 

O problema é que foram os próprios pilotos, lá atrás, que pediram a presença dos comissários. Não sei se vocês sabem o que aconteceu na corrida seguinte àquela disputa de Villeneuve e Arnoux de 40 anos atrás: os pilotos reclamaram do comportamento deles e pediram que algo fosse feito para que aquilo não se repetisse!

 

Não que este seja o único problema no momento. Longe disso. A Liberty está numa posição muito delicada, já que não tem os contratos com as equipes assinados para 2021. Por conta disso, não pode enfiar um regulamento guela abaixo. Ao mesmo tempo, eles tentam convencer as equipes a aumentar o campeonato e até apresentaram três opções para novas provas nos EUA numa reunião em Paul Ricard – Indianápolis, Long Beach e Miami. Mas as equipes não querem o que consideram ser uma sobrecarga que o race team não consegue absorver no momento. Cada vez mais, engenheiros e mecânicos pedem para serem transferidos para cargos dentro das fábricas.

 

Por fim, o mercado de pilotos também começou a se agitar em Paul Ricard. Esteban Ocon disse estar perto de anunciar seu futuro, e ele seria com a Renault. Esse foi um filme que já vimos no ano passado, quando Toto Wolff estava liderando uma manobra de levar o francês para Enstone, e Carlos Sainz para a McLaren, algo que acabou não se concretizando quando Daniel Ricciardo aceitou o convite dos franceses. Isso quebrou a confiança entre Cyril – que cada dia tem menos amigos no paddock – e Wolff, que deu a entender em Paul Ricard que, embora haja um acordo de cavalheiros, ele só acredita que Ocon vai mesmo para a Renault, vendo. Quem perderia a vaga seria Hulkenberg, já que Ricciardo tem um contrato de 3 anos (a não ser, é claro, que abra alguma vaga lá em cima).

6 Comments

  1. Paul Ricard é mais uma péssima pista!
    Na F1 nunca houve unidade das equipes! O que melhor poderia ter ocorrido no Canadá (HP que não termina…) teria sido o LH ter deixado o alemão chorão abrir 3 seg… sonhei!
    Ano que vem deverá abrir uma vaga na Renault e será a de chefe…
    Na Hass deverdeverá abrir 3 vagas…
    É a F1 na UTI e não é pela falta do ditador Bernie e sim pelas tantas cacas que ele fez…

  2. 3 etapas nos EUA… tá loko, essa tal empresa de entretenimento agora dona da F1 não parece ter um escopo mundial mesmo. E parece que não por acaso o Capitão-Reformado-Presidente quer transferir o GP Brasil para o RJ: dado o fascínio do sujeito com a cultura estadunidense é possivel até que tragam aquele esquema de abertura/apresentação da corrida em Austin – locutor, fanfarra, bandeirolas e etc – para o evento em Deodoro.

  3. Ricciardo e Ocon na mesma equipe?
    Seria lindo de ver.
    De preferência com uma Renault competitiva.

    • “A não ser, é claro, que abra alguma vaga lá em cima”. Seria lindo de ver Ricciardo no lugar de Bottas!

  4. O Vettel , pra mim , vai parar no final do ano, o leclerc é sem dúvida mais rápido , então quem vem pra Ferrari? Julianne descubra isso !!!

  5. O Vettel , pra mim , vai parar no final do ano, o leclerc é sem dúvida mais rápido , então quem vem pra Ferrari? Julianne descubra isso !!!


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