F1 Drops do GP da Itália entre o passado e o presente da Ferrari - Julianne Cerasoli Skip to content

Drops do GP da Itália entre o passado e o presente da Ferrari

O GP da Itália terminou com um mar vermelho gritando o nome de Charles Leclerc – e vendo a apresentação de dois dos DJs mais famosos do mundo, Dimitri Vegas & Like Mike acabar com uma embaraçosa queda de energia no pódio. Micos de lado, a festa já tinha começado alguns dias antes, em Milão, na celebração dos 90 anos da Ferrari. Vários pilotos que fizeram história em Maranello estavam presentes, mas não passou despercebido o fato de Fernando Alonso, presente em Monza, ter sido completamente ignorado. Serviu para calar  aqueles que insistem em falar em um retorno do espanhol ao time italiano, uma conversa que nunca fez muito sentido dentro do paddock. Alonso justamente depois do GP da Itália de 2014 achou que tinha capital político suficiente para pressionar a chefia por resultados, e encontrou a porta de saída a sua frente. E depois quis convencer o paddock que foi ele quem quis sair.

 

O que Alonso não sabia é que a Ferrari já tinha um pré-contrato com Vettel. Fiquei sabendo que o alemão resolveu ir de trem de sua casa na Suíça para Monza, cansado de aeroportos. Não o culpo. Na verdade, embora eles não digam com o microfone ligado, cresce a impressão de que tanto o alemão, quando Hamilton e outros pilotos mais experientes não estão nada afim de estender o calendário e isso pode afetar sua decisão de continuar pós-2020. Na verdade, não sei de ninguém no paddock que se anime com um calendário mais longo. 

 

Em seu quinto GP pela Ferrari em Monza, Vettel já estava dando uma de Kimi, evitando o paddock ao máximo, caminhando atrás dos caminhões. Já Leclerc passava pelo “povão” e era parado um sem-número de vezes para tirar fotos. Ganhou até dois seguranças para conseguir escapar da multidão de VIPs, sempre em grande número em Monza. Mas ele parecia curtir cada momento. Leclerc é daqueles que têm dificuldade em esconder as emoções, elas ficam estampadas no seu olhar. Em Monza, ao invés de se assustar, ele estava radiante.

 

Falando em ferraristas, Jody Scheckter andou com a Ferrari com a qual foi campeão em 79 mas, ao contrário do que possa parecer, isso não aconteceu pela vontade da Scuderia. O carro é de propriedade do piloto, que precisava que o motor fosse refeito para conseguir colocar o carro na pista. Não teve nenhuma ajuda de Maranello para fazer isso.

 

Embora houvesse uma grande preocupação com a segurança em um dos três GPs do ano em que sempre acontece algum tipo de problema – os outros sendo Brasil e Espanha – um jornalista teve a mochila furtada no meio do paddock. Ela estava ao seu lado, no chão, enquanto ele conversava com outros colegas e simplesmente sumiu.

 

Quem estava no paddock em Monza era JR Pereira, promotor do GP no Rio, observando o modelo de negócio do GP da Itália e negociando com a Liberty. Na Hungria, era Gabriel Rohonyi que estava fazendo o mesmo por São Paulo. Mas a Liberty tem outros (vários) problemas para cuidar no momento: havia uma comitiva indo de equipe em equipe, tentando fechar o regulamento de 2021 (incluindo um teto orçamentário que agora parece menos real do que há alguns meses). Basicamente, nenhuma equipe tem contrato para além de 2020.

 

É forte o burburinho de que Jean Todt não segue na presidência da FIA após o fim de seu mandato, no final do ano. Seria a única vitória da Liberty, que não aprova o francês. E, do lado dos donos da F1, Sean Bratches, que não tem aparecido em tantos GPs neste ano, é quem estaria de saída. E Chase Carey, perto da aposentadoria, só ficaria até o fim de 2020.

 

Outro problema no momento é o GP da Holanda. Jos Verstappen anda dizendo aos quatro cantos que não acredita que Zandvoort vai acontecer ano que vem. É necessária a construção de uma nova via de acesso, mas isso significa o corte de árvores. Então o processo está parado por questões ambientais.

A FOM promoveu uma brincadeira interessante em Monza, da qual participaram desde Ross Brawn até nós, meros jornalistas: todos tinham que descobrir quais eram os carros mesmo com todos pintados de branco. Brawn errou a maioria, pasmem, e quem ganhou foi um dos jornalistas do meu grupo mais próximo de amigos, Laurence Edmonson, da ESPN. Não fui participar porque a competição foi bem no ápice da confusão pós-classificação, mas pelo menos nosso “Lazza” representou bem a nova geração de jornalistas – sim, existe uma rixazinha geracional até na sala de imprensa!

9 Comments

  1. Não sei se o Alonso foi chutado ou chutou a Ferrari.

    O que tenho certeza é que se ele estivesse lá no lugar do Vettel, desde 2015, os resultados teriam sido muito melhores.

  2. Não sobra nem uma Alfa Romeo para o Alonso?

  3. Ross Brawn errou a maioria dos modelos?
    Eu sempre achei que os designers eram craques nesse quesito.

    • Mas o Ross não é designer… ele sempre foi o ‘gestor’ da equipe de desenvolvimento mas não colocava a mão na massa da prancheta ou dos softwares de modelagem. Em sua época de Benetton, era Rory Byrne o projetista-chefe, assim como na Ferrari, já que os dois foram para Maranello acompanhando Schumacher; o mesmo se deu nas passagens do britânico por Honda e Mercedes. Aliás, é comum essa confusão: nem sempre o diretor-técnico é o projetista chefe.

  4. Confesso estar surpreso sobre o Todt. E se na Liberty, todos se vão embora (Carey e Bratches), quem ficará a segurara tudo aquilo quando isso acontecer? E vamos lá ver se fecham as coisas para 2021 o mais depressa possível. Cada dia que passa é mais um sinal de núvens no horizonte.

  5. Para mim, o único caminho para o Vettel é um retorno a RedBull. Porque a Mercedes, mesmo tendo o Hamilton, deve investir pesado no Verstappen para 2021.

  6. E você o que pensa de um calendário mais longo?

  7. A Liberty não sabe tocar o negócio mesmo, pelo menos é a impressão que fica aqui de fora, a galera ainda tem saudade do titio Bernie Ju?
    Alguns ficaram no início se não me falha a memória…
    Qual a possibilidade das equipes estederem o máximo possível a renovação pós-2020 para poderem assinar o contrato como quiserem? Afinal, a Liberty depende mais das equipes do que o inverso.
    ah! Bom lembrar que o Motezemolo também achou que tinha cacife e caiu fora, a demissão dos dois, Alonso e Montezemolo, veio de lá do alto da torre…
    Grande abraço a todos do blog!

  8. Ótima coluna. Do jeito que os fãs da F1, como eu, gostam, cheias de detalhes de bastidores e projeções futuras. Parabéns. Agora, estou tendo que diariamente passar aqui para dar uma olhada se tem algo novo. Parabéns…


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