Os números costumam contar apenas parte da história e não é diferente com o atual domínio de Nico Rosberg. São quatro vitórias seguidas nesta temporada, mas ele mesmo reconhece que ainda falta o gostinho de bater o companheiro Lewis Hamilton em condições iguais. De qualquer maneira, enquanto o inglês sofre um problema atrás do outro, o alemão vai se aproveitando para chegar a números inéditos em seus 10 anos de F-1.
Na Rússia, Rosberg chegou a seu primeiro grand chelem da carreira, tornando-se o 24º piloto da história a conseguir o feito, que significa vencer largando da pole, fazer a volta mais rápida e liderar todos os giros.
Estar em primeiro, inclusive, é de praxe para Rosberg em 2016: ele liderou 83% de todas as voltas disputadas até aqui, ou seja, 186. Hamilton só esteve na frente por um giro, no Bahrein.
Ano passado, após quatro etapas, o inglês havia liderado 168 voltas e havia vencido três delas – o GP da Malásia foi conquistado por Sebastian Vettel, da Ferrari. A fase é tão boa que, pela primeira vez em 2016, o pole position não perdeu a posição na primeira volta
É apenas a quarta vez na história que um piloto vence sete provas seguidas. O recorde é de Sebastian Vettel, com nove triunfos em 2013.
Falando em Vettel, se Rosberg continuar na frente, será o primeiro novo detentor de um título em seis anos, desde o primeiro de seu compatriota, em 2010.
Muitos têm apontado o fato de todos os pilotos que venceram as quatro primeiras etapas da temporada – Schumacher em 1994 e 2004, Mansell em 1992 e Senna em 1991 foram campeões. Mas também há algo para animar Hamilton: em 1989, Alain Prost protagonizou uma virada no campeonato em uma disputa restrita a ele e seu companheiro mesmo sem ter vencido nenhuma das quatro primeiras etapas.
E Lewis tem todas as ferramentas para virar o jogo. Afinal, o domínio da Mercedes está entre os maiores da história da Fórmula 1. Atualmente, o time está a uma vitória de igualar as 11 conquistas seguidas da McLaren de 1988, um recorde histórico. No momento, as 10 vitórias consecutivas igualam o time à campanha da Ferrari em 2002.
O GP da Rússia também marcou a primeira vez que a Renault pontuou após a volta como construtora e a segunda oportunidade em que a McLaren-Honda colocou os dois pilotos no top 10 desde a retomada da parceria. A Ferrari, por sua vez, chegou ao pódio de número 700 com o mesmo Kimi Raikkonen que conquistara o 600º.
A classificação também trouxe suas curiosidades: ao conquistar a 24ª pole position, Rosberg igualou dois tricampeões, Nelson Piquet e o chefe Niki Lauda. Porém, o alemão tem mais corridas do que o austríaco e menos do que o brasileiro na carreira.
Além de Rosberg, filho de finlandês, na pole, Bottas largando em segundo e Raikkonen em terceiro representaram bem o país em uma das etapas – juntamente com a da Hungria – que mais contam com torcedores do país nas arquibancadas.
Outro país bem representado foi o México. Na semana em que foi anunciado um crescimento de 500% na audiência, o país viu seu maior contingente de pilotos na pista na história. Foi durante a primeira sessão de treinos livres, da qual participaram Alfonso Celis, Esteban Gutierrez e Sergio Perez.
O piloto da Force India recebeu homenagens ao lado do companheiro Nico Hulkenberg pelos 100 GPs disputados. Porém, a matemática no caso do alemão não é bem essa: Hulk tem só 98 largadas. E muito provavelmente vai chegar à marca dos 100 com uma estatística incômoda, sendo o quarto na história a atingir o número sem obter um pódio sequer, ao lado de Pierluigi Martini, Adrian Sutil e Philippe Alliot.
Outra estatística curiosa dá conta de que apenas Kvyat e Gutierrez não sabem o que é se classificar à frente dos companheiros. E são apenas dois os pilotos que ainda não cruzaram a linha de chegada em uma posição melhor do que o outro carro da equipe: Haryanto e Hamilton.
8 Comments
Julianne, vc nao escreveu o numero de podios que a Ferrari conquistou com Kimi.
Em 87, Piquet foi campeao vencendo pela primeira vez no ano na Alemanha, nao lembro se era a setima ou oitava corrida do ano.
Da uma corrigida ai.
Abs
Notei que o mais cronico problema de Hamilton neste ano, as pessimas largadas, se repetiu nesta corrida. A largada dele foi mais uma vez horrivel
Julianne, eu de novo…
Dei uma pesquisada e vi que Rosberg pai foi campeao em 82, vencendo sua unica corrida no ano apenas na decima quarta prova do ano, o GP da Suica, disputada em Dijon.
Nem precisa publica este post.
Abs
A única coisa que tenho a declarar éh: Se a equipe Mercedes começar a fornecer um carro mais decentemente ou em bom estado (leia-se Unidade-de-Potência), o Hamilton vira o jogo na disputa pelo título! O Rosberg não teve até agora, uma disputa ou oponente real pela primeira-posição! Espero que a partir do próximo GP, a Mercedes faça o seu dever-de-casa e forneça ao Hamilton um carro “saudável” e que deixe que haja uma luta de verdade para que, caso o Rosberg venha ser campeão, não venha com um gosto desagradável de marmelada! Seria até imerecido para o bom-piloto Rosberg.
Aos que nao viram ou nao sabem….as temporadas de 86, 87 — para ficar nessas– tinham um sistema de descartes de resultados. Portanto havia o fator bisonho que o cara que mais pontuava no geral nem sempre levava o campeonato.
Assim o Nelson foi campeao em 87. O tonto to Xenna idem depois. Prost tambem..
Essa regra era fantástica e na minha opinião deveria voltar… Diminui o fator “acaso/sorte” e o fator quebra de equipamentos… Seria muito bem vinda nos dias de hj… O Hamilton, por exemplo, teria melhores condições de buscar uma recuperação no campeonato se utilizando dessa regra…
Wagner, essa regra para mim era infeliz porque nao premiava quem conquistasse mais pontos. Nas motos e outras categorias tambem havia/ha isso, e eu sempre me rebelei contra.
Para mim foi boa porque o Nelson ganhou e eu na epoca torcia por ele.
Ja tentaram de tudo, ao menos agora temos de volta a regra do quem mais conquista pontos, leva. Nada de media ponderada, algoritimo, parabolas retornantes para determinar as colocacoes.
E o fator acaso/sorte que voce cita he algo que tambem da emocao.
Bom, esse ano ja acabou, da mercedes com ou sem sono. Que venha 2017.
Nesta época de descarte de resultados, os carros quebravam bem mais do que hoje. Mas a regra valia para todos.
E o Rosberg vai somando pontos preciosos. Se não tiver problemas mecânicos e continuar escapando ileso da primeira curva, ruma para o título. E também acho que é um bom piloto.