F1 Enzo não viu a época mais vitoriosa da Ferrari - Julianne Cerasoli Skip to content

Enzo não viu a época mais vitoriosa da Ferrari

Neste último dia do especial sobre a vida e obra de Enzo Ferrari, feito a quatro mãos com o Café com F1, passaremos para os últimos anos da equipe, que viveu um verdadeiro período de glória na década anterior com Michael Schumacher e sua turm.

A fase na equipe não era nada boa. O último título havia sido conquistado em 1979 com o sul-africano Jody Scheckter e, daí para frente, o que se viu foi um período de bastante confusão na gerência da equipe, que resultou nestes anos de jejum, assim como uma traumática transição dos motores aspirados para os turbo e as tragédias que tiraram Gilles Villeneuve e Didier Pironi de comcate quando a Scuderia tinha feito um bom carro, em 1982. Coincidentemente, foi em 79 que Luca di Montezemolo deixou o time para encarar novos desafios para a carreira. Na década de 90, o mesmo Montezemolo retorna à equipe de Maranello com um grande desafio nas costas: reconstruir a Ferrari, mas sem fazê-la perder a alma que cativou milhares de fãs ao redor do mundo.

Schumacher admite que ir para a Ferrari em 96 foi a maior loucura que fez na carreira

Começou-se aos poucos a montar uma seleção de profissionais para retornar ao pelotão da frente. O começo não foi fácil, nem Nigel Mansell ou Alain Prost deram certo em Maranello. No fim de 1993, tentou fechar com o brasileiro Ayrton Senna, para que o piloto encabeçasse o projeto de levar a equipe ao título, mas ele preferiu fechar com a Williams. Para chefiar o time dos boxes, Montezemolo levou Jean Todt, que era diretor da Peugeot nos rallies. Em 1995 foi a vez de atrair a Philip Morris, gigante do setor do tabaco, que injetou um grande capital financeiro na equipe. Com o dinheiro da Malboro, foi a vez de ir atrás do piloto que levaria a equipe novamente às vitórias: Michael Schumacher, já bicampeão mundial.

A primeira temporada na equipe foi difícil, mas promissora, pois terminaram o ano com três vitórias. Para 1997, Schumacher, que já tinha a equipe nas mãos, convenceu Montezemolo a contrarar Rory Bryne e Ross Brawn, que trabalharam com ele nos títulos de 1994 e 1995. Era o que faltava para o time retornar com força a disputa do título. Em 1997 foram cinco vitórias e a disputa contra Jacques Villeneuve até o fim. Em 1998, mais seis vitórias e a briga desta vez foi contra Mikka Häkkinen. Mas o título, que era a grade meta da equipe, ainda teimava em fugir.

Em 1999, ano que a equipe completaria 20 anos de espera, era a oportunidade de ouro para conquistar o título. O carro nasceu forte, mas Michael Schumacher sofreu um acidente em Silverstone, que o tirou da disputa da temporada. Eddie Irvine, que assumiu o posto de primeiro piloto, entrou na briga pelo campeonato e levou a decisão até o fim. Schumacher voltou no fim da temporada e trabalhou para ajudar o companheiro de equipe, mas Häkkinen levou novamente o título.

Schumacher comemorando vitória com a equipe em 2000

Ano 2000, o ano da virada. Começou a era Schumacher na categoria e os frutos plantados nos últimos anos começaram a ser colhidos. Michael venceu nove das 17 provas do ano e tirou a equipe da fila de títulos. Em 2001, novamente nove vitórias em 17 provas e o bicampeonato. Em 2002, o domínio foi maior e foram 11 vitórias em 17 provas e o tricampeonato. Já em 2003 foi mais complicado, e a decisão foi para a última prova, mas foram seis vitórias e o tetra do piloto com a equipe. 2004 foi covardia, tanto que obrigou a FIA a mudar o sistema de pontuação: 13 vitórias, sendo que 12 foram nas 13 primeiras provas. Quinto título da parceria com o time de Maranello.

Tamanho domínio tinha que acabar em alguma hora e em 2005 a Ferrari viu a Renault e a McLaran passearem, pois os pneus Michelin eram bem mais rápidos que os Bridgestone. Em 2006, o alemão pendurou as luvas em grande estilo, vencendo mais sete vezes e ficando com o vice-campeonato. Não acabou aí o sucesso da Ferrari na década. Em 2007, Kimi Räikkönen substituiu Schumacher na equipe e logo no primeiro ano conquistou mais um título para o time, o sexto da década que entrou para a história.

Kimi Räikkönen, o último campeão da equipe. Até quando?

A equipe criada por Enzo Ferrari no fim da década de 40 tornou-se uma potência, tanto nas competições quanto nas vendas, e conquistou fãs nos quatro quantos do planeta. E não dá indícios de que vá diminuir o ritmo. Em 2010, lá estavam eles novamente disputando o título até a última prova, com o espanhol Fernando Alonso e, em 2011, a tendência é que eles estejam novamente na disputa. Mais do que um império, o comendador criou uma marca que se confunde com a própria F1.

3 Comments

  1. É um exercício de adivinhação mt grande, mas não custa tentar. Como era um homem mt controlador, fica a dúvida se Enzo e Shumacher formariam uma dupla irretocável, afinal assim como o patriarca, Michael influenciou fortemente na montagem do time vencedor. Até que ponto o comendador aturaria pitacos de um piloto? Até que ponto dois caráteres fortes se suportariam? Enzo consideraria uma afronta um funcionário querer reger a orquestra?

  2. Srs,

    Embora goste muito dos artigos do blog – eu os leio todos os dias – fiquei decepcionado com este especial sobre a vida e a obra de Enzo Ferrari.
    Os artigos mal abordaram a fantática vida de Enzo, e pecou-se ainda mais em não mostrar-se a causa de sua morte e como isto afetou a Scuderia.
    Achei que a série não foi bem programada (apenas 5 dias para uma das maiores lendas do automobilismo?) e também as pesquisas foram superficiais.
    Minha conclusão é que os artigos do dia-a-dia são melhores que os “especiais”.
    Atenciosamente,
    Ricardo Monteiro.

    • Obrigada por ter escrito, Ricardo. Realmente, não tive tempo para dar a atenção devida ao blog nesta semana. Espero não decepcioná-lo nas próximas.


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