F1 Era of error x era of terror - Julianne Cerasoli Skip to content

Era of error x era of terror

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No futebol, bastam alguns resultados ruins, certo mal estar dentro do grupo, e acaba sobrando para o treinador. Na Fórmula 1, costuma haver uma relutância maior em substituir os chefes de equipe, mas a corda sempre acaba estourando para o lado deles. Depois de cinco anos sequer lutando seriamente por título algum, as chances de Martin Whitmarsh na McLaren parecem ter chegado ao fim.

Oficialmente, o inglês ainda é chefe no time de Woking, mas o retorno de Ron Dennis ao cargo de CEO da empresa é uma mensagem clara: o homem que personificou o sucesso da equipe que fez Lauda, Prost, Senna, Hakkinen e Hamilton campeões nos últimos 30 anos está de volta ao comando.

É difícil apontar uma gota d’água para que o poder de Whitmarsh tenha sido minado pelo mesmo homem que lhe deu a chance de comandar o time. Foram anos de decisões equivocadas no desenvolvimento dos carros, especialmente ao final da temporada 2012, quando o time resolveu, mesmo sendo o único andando no ritmo das Red Bull naquele momento, começar do zero o projeto de 2013 ao invés de aproveitar uma base vencedora – e acabou vivendo a pior temporada de sua história desde 1980 (não coincidentemente, ano em que Dennis comprou parte das ações da equipe). Foram anos de perda de personagens importantes no campo técnico, como Pat Fry, que foi para a Ferrari, e Paddy Lowe, para a Mercedes, além da traumática debandada do “filho pródigo” Lewis Hamilton. Foram anos de oportunidades perdidas dentro da pista com estratégias equivocadas e problemas nos pit stops, notadamente em 2012. Isso sem falar na infantil contratação de Sergio Perez e na perda do patrocinador principal, cujo substituto ainda não foi anunciado a uma semana do lançamento do novo carro.

Era claro desde o início que a McLaren sob a batuta do jovial Whitmarsh seria diferente do sisudo e muitas vezes inflexível Dennis, porém foi mais do que os ares de exército de Darth Vader que a equipe perdeu com o novo chefe. A eficiência foi junto, as decisões erradas se acumularam e a impressão é de que a equipe corria um sério risco de “Williamização”, de virar ex-time grande, caso as coisas não mudassem.

O chefão voltou botando banca e prometeu mudanças antes do início da temporada – e sequer citou Whitmarsh em seus planos. Talvez seja cedo para esperar uma revolução, uma vez que esse é um ano de transição. Mas será importante uma boa preparação para 2015, quando o time inicia uma nova era, abandonando a parceria com a Mercedes e se tornando uma espécie de equipe de fábrica para os motores Honda, os mesmos da era de ouro de Prost, Senna… e Ron Dennis.

Coluna publicada no jornal Correio Popular

17 Comments

  1. Que volte e que traga o a inteligência estratégica logo.
    É um cara rígido, mas para qualquer empresa/organização, disciplina é fundamental, ainda mais na F1.

  2. Julianne,
    Perfeito seu comentário. Há muito tempo – desde o início da temporada de 2012 – venho dizendo em meus pitacos aqui em seu blog que Ron Dennis precisava voltar a botar as mãos na massa para a McLaren recuperar suas glórias, pois Whitmarsh com seu enigmático sorriso Mona Lisa style (quando as pisadas de bola aconteciam) não estava dando conta do recado. Pode ser apenas impressão minha, mas creio que quando o término oficial de contrato de Lewis ficou visível no horizonte, Whitmarsh passou a privilegiar Button (li em sites ingleses vários comentários furibundos e iracundos de internautas reclamando disso). A partir daí muitos erros inconcebíveis para o padrão McLaren começaram a ocorrer com Hamilton naquele início de 2012, coincidência ou não, quem sabe? Acredito que – como você disse – antes de a equipe se “williamizar”, a luz vermelha acendeu e Dennis decidiu agir antes que isso viesse a ocorrer. Gosto da equipe McLaren. Novamente, sua associação com a Honda promete.

    Hummm. . . Agora estou pensando em certa figurinha da Ferrari, hahahaha!!! (Não é em Alonso).

    • Pois eh Aucam, fica até mais logico e plausivel que a volta da prima donna.
      Por outro lado, parece que tudo mundo esqueceu o caso da espionagem que foi o que defenestrou o Ron, coisa meio ridicula, porque na realidade tudo mundo faz maracutaias num mundo de homens que agem pela sua natureza.
      Celebro a volta de Ron, un cara que sabe fazer o circo pegar fogo. Fora urubus com frescura!!

      • Meu caro Bruz, você tem toda a razão: por falar em espionagem, já após o caso com a McLaren x Ferrari, fiquei impressionado com a transmissão de pensamento entre os projetistas, que resultou em todos os carros da F 1 aparecerem simultaneamente com o nariz em degrau, exceção feita à McLaren e Marússia, que cumpriram o regulamento sem precisar usar o degrau, provando que isso era possível. Muuuuito interessante, não é mesmo? . . . Meu amigo, eu acredito cada vez mais na cegonha, na mula-sem-cabeça, no coelho da Páscoa e em Papai Noel, hahahaha. . .

        Quanto à prima donna, ih, já estou achando que se não se fazem mais “Rons Dennis” como antigamente; você leu uma declaração de Dennis abrindo as portas da McLaren para o astucioso asturiano voltar?

        E tenho uma “leve” desconfiança que o próximo que vão por pra caminhar “na prancha” será o Domenicali. . .
        Abraço.

        • O Domenicalli ja vai tarde, e não acho tanto por incompetente – até porque as Ferraris sempre tem estado na ponta, só que tem outras melhores – mas por falta de personalidade.
          Do Ron não me enterei dessa, kakakakaka (e4sse cara sabe por o fogo no ponto). Mas vou na balada do Kimi. Se fizer uma campanha interessante, vejo os japoneses tocando na sua porta.
          De fato não tenho me enterado de muito. Estou preferindo que a coisa me pegue de surpresa no dia da Australia, antes que estar lendo tanto cartomante e geradores de pastiches.
          Vc sabe qual é o santo do automovilismo?? Estou com vontade de acender un quantos fogos em pro das pequenas (pelo menos o carro da Force India ja se apresentou bonito).

          • Não sei o nome do santo padroeiro do automobilismo, mas em se tratando de equipes menores, vou torcer pela nanica Caterham, por ter dado a oportunidade de voltar ao Kobayashi. Sei que você não acha o japonês lá essas coisas, mas eu sou torcedor dele, e, embora ele não seja obviamente um piloto de ponta, é um personagem que anima as corridas com suas ultrapassagens absolutamente descomplicadas, inesperadas e IRREVERENTES (Button que o diga: Koba deu uma baita carimbada na faixa de campeão dele ali naquele MESMÍSSIMO traçado onde UM ANO DEPOIS o Alonso tentou durante 39 voltas ultrapassar o então estreante Petrov e não conseguiu. Koba – um ano antes do “affair” Alonso x Petrov – provou que era possível sim ultrapassar em Abu Dhabi, e ultrapassar um campeão, quanto mais um estreante. Como não torcer por um cara desses, amigo Bruz? Aliás, Button é uma das iguarias prediletas de Koba; não foi “jantado” só daquela vez, hahahaha!!! Koba guia com a faca entre os dentes, não é cozinheiro de galos em banho-maria, daqueles que esperam todo mundo “se matar” lá na frente para depois se apresentarem cinicamente para a vitória ou para herdarem boas posições. Do alto da minha insignificante opinião, cozinheiros de galos são admiráveis em corridas de endurance, não em F 1.

            Também achei bonitão o novo Force India.

            Grande abraço.

          • É verdade que o Koba é todo um personagem. Foi grandioso ver aquele 3° lugar no Japão, mas sim, vc sabe que eu consideiro ele uma chicane ambulante. Ja provocou muito acidente bobo em gente que queria passar por ele, agora com a Caterhan…. quero ver. Mas estou torcendo mesmo para que esas nanicas tenham encurtado as distancias e por um revival da minha querida Williams.
            Acredito que tudo possa acontecer Aucam… até o Koba fazer milagres na Caterhan…
            Na falta de Santo, vou prender un fogo pro Villeneuve mesmo, o mais arrojado que já vi correr.

  3. Acho ótimo o retorno de Ron Dennis, muito menos pela pessoa que ele é, mas muito mais pelo chefe de equipe eficiente que já foi um dia e seu perfeccionismo extremo. Alguém precisa fazer frente à Red Bull para dar alguma graça ao campeonato, pois os últimos anos de McLaren e Ferrari não foram nada convincentes.

  4. O retorno de Ron Dennis absolutamente nada tem a ver com o resultado deste ano ou com o Martin, é totalmente equivocado esse ponto de vista. O Ron Dennis só saiu do comando do time porque o Bernie exigiu isso após o escândalo de espionagem, já que nunca se bicaram (na verdade se odiavam). Ele voltou 1 dia após o ‘bom velhinho’ sair de cena e essa é a razão do retorno…

    • Duas considerações: Bernie só ficará fora oficialmente do cargo de CEO enquanto durar o julgamento, mas seguirá tomando as decisões. E o grande rival de Dennis, que o obrigou a se afastar devido ao caso de espionagem, era o Max Mosley. Desde que Mosley saiu de cena, esperava-se esse retorno.

  5. Julianne
    eu estou enganado ou a partida de Hamilton deu-se exatamente por causa de Dennis?

    De qualquer forma, mesmo que Martin Whitmarsh continue, é Ron Dennis quem vai comandar o barco.

    Whitmarsh é muito gente boa e ao que parece, durante sua gestão a McLaren se tornou uma equipe mais humana e aberta. Mas a ausência de títulos no seu currículo pode ter sido fatal.

    Agora, tudo isso se deu exatamente no momento em que Mansour Ojjeh deixa o cargo de diretor do grupo McLaren. Você acha que isso teve influência?

  6. Na minha opinião, a maior derrota da era McLaren, de Whitmarsh, foi não ter dado uma oportunidade ao talentoso Hulkemberg.

    Nestes novos tempos de tão poucos testes, ascender o novato Magnussen à condição de titular é quase um sacrifício.

  7. Oi Ju,

    Eu apostava muito em Whitmarsh. Parecia ser o cara ideal para a McLaren depois de Dennis. Mas não deu certo. Como também não está dando certo Stefano Domenicali na Ferrari que insiste em mantê-lo no cargo. Talvez até por falta de outro nome de peso para liderar um time como a Ferrari.

    Não é o caso da McLaren que tinha/tem Dennis na retaguarda. E não acredito na ida de Ross Brawn para o time de Woking. São duas personalidades fortes que bateriam de frente e não daria certo, como acabou não dando na Mercedes depois da chegada de Wolf e Lauda.

    Se Ross tiver que voltar, e torço por isso, seria na Williams onde teria mais liberdade de trabalhar. Nem na Ferrari nos dias de hoje considero Brawn um nome viável como ele foi nos tempos de Todt.

    E se Dennis não assumir o comando na mureta dos boxes, eu sugeria Norbert Haug para o comando.

    Torço muito para que a McLaren entre nos trilhos.

    Um abraço.

  8. Duvido que o Alonso volte a trabalhar com Ron Dennis. A suposta possibilidade de volta a McLaren em 2015 esvaiu-se.

    Pelo jeito, Alonso vai ter de ficar quietinho na Ferrari até o fim do seu contrato.

    • Eu também achava isso, Jay. Digo isso porque li recentemente uma declaração de Dennis na qual ele admite a possibilidade da volta de Alonso (infelizmente perdi o link e não lembro o site). Francamente, fiquei surpreso, porque uma vez vi um vídeo no Youtube que mostrava a raiva apoplética que dominou Dennis quando Alonso bloqueou Hamilton no box num treino para impedir que o inglês conseguisse a pole. Quanta ira! O resto foi o que se viu, somado ao que já ocorrera antes.

      Também pensava como você quando vi Magnussen ser convocado: interpretei ali uma interferência velada de Dennis nessa promoção, porquanto (sem entrar no mérito de probabilidade/possibilidade) na eventualidade de o dinamarquês (um estreante) superar Button (um campeão mundial), isso aplacaria a ânsia da Honda por um superpiloto, que poderia ser o Alonso – num cenário de descontentamentos mútuos entre ele e a Ferrari. Mas eis que leio aquela declaração de Dennis. Cheguei à conclusão que talvez já não se façam mais “RONS” como antigamente. . . A necessidade de vencer se impõe a tudo (não sou torcedor do espanhol, mas reconheço seu talento).

      • Sim, o Ron Dennis disse algo na linha: “não vejo problema em termos de trabalhar juntos novamente… nunca diga nunca”.

        Porém, um pouco antes dessa declaração do Dennis, o próprio Alonso disse que não teria problemas em voltar à McLaren e que seu único problema foi com a filosofia do time, em especial uma pessoa que não dirigia mais o time.

        Apesar de não ser inocente a ponto de duvidar da possibilidade de retorno a McLaren, eu vejo que a volta de Dennis ao comando do time apenas fecha mais uma porta para o Alonso.

  9. “Ô, ô, ô, ô, ou guia por amor, ou guia por terror…”


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