A lógica diz que, tendo de tirar 46 pontos com 200 a serem disputados, os rivais de Sebastian Vettel ainda estão na briga. A história recente também: faltavam sete etapas quando Fernando Alonso saiu de Monza com 41 pontos de vantagem para o próprio Vettel, perdendo a liderança na Coreia, três provas depois. Mas desempenhos como o do GP da Bélgica servem para colocar um balde de água fria em qualquer possibilidade de reação.
Um bom exemplo foi logo depois do segundo pit stop, quando o engenheiro de Vettel lhe pediu que apertasse para ter uma margem de segurança caso chovesse. E o alemão respondeu sendo um segundo mais rápido que Alonso. Sim, o mesmo carro que sobrou em Spa não conseguiu acompanhar o ritmo de Hamilton na Hungria, mas a constância do alemão o colocou em uma posição de poder se contentar com pódios daqui em diante.
Isso, parte pelo fato do RB8 ser pau para toda obra, parte por seus adversários irem se alternando. Na Bélgica, a Lotus acabou se perdendo em meio às dúvidas em relação ao duto passivo, mas certamente voltará a ser forte, se não em Monza, em Cingapura. O mesmo pode ser dito da Mercedes, que perdeu 27s7 em relação ao líder em Spa.
Em Cingapura, também, a Ferrari terá uma corrida decisiva. Na Bélgica, finalmente os updates funcionaram, mas trata-se de um conjunto aerodinâmico especial, para essa dupla específica Spa-Monza.
Quem tem motivos para se animar é a McLaren. Competitiva na Hungria e em Spa, a equipe certamente evoluiu na compreensão de seu carro, o que era esperado pois trata-se de um modelo com conceitos novos para a equipe, como nas suspensões dianteiras. Só talvez tenha demorado mais que o esperado, mas deve ser o bastante para garantir o quinto lugar no mundial de construtores. Isso porque, se a Force India não teve um bom ritmo em Spa, é difícil pensar que possam sair do buraco em que se meteram desde que a Pirelli começou a mexer nos pneus.
E quem chamou a atenção de vocês nesta corrida da Bélgica?
12 Comments
Mil desculpas Julianne, seu excelente blog e sua pergunta são sobre F 1, mas quem chamou MESMO a atenção não estava em SPA, mas em BRNO: a SOMA de Piquet (unicidade, decisão e beleza nas ultrapassagens) + Senna (capacidade de intimidação) + Hamilton (ímpeto) + Vettel (velocidade e precocidade) + Gilles Villeneuve (habilidade e uma certa dose de loucura) + Peterson (estilo acrobático impressionante) + Clark (irresistibilidade) + Loeb (eficácia com rapidez) com MENOS DUAS RODAS = MARC MÁRQUEZ! Quem é bom “chega chegando”. Que SHOW hoje! Giácomo Agostini e Valentino Rossi que se cuidem. Recordes foram feitos para serem quebrados, é chavão mas é verdade.
Ju, fiquei com uma dúvida: a vitória de Vettel foi considerada de ponta a ponta, mas ele voltou do primeiro pit stop atrás de Button. O que conta então é o momento em que o piloto cruza a linha de chegada?
Como foi de ponta a ponta se ele largou em segundo?
Esse conceito “de ponta a ponta” pode ser entendido de uma maneira mais subjetiva ou mais purista. De qualquer jeito, a vitória do Vettel ontem se encaixa nisso.
Usamos essa expressão mesmo quando o piloto perde momentaneamente a ponta na janela de pit stops, pois efetivamente a liderança dele nunca esteve ameaçada. Mas no caso de Spa, Vettel realmente liderou todas as voltas e, sim, para definir isso, leva-se em consideração quando o piloto cruza a linha de chegada. Ou seja, só não foi um Grand Chelem pela pole de Hamilton.
O que mais me surpreendeu foi a transmissão da globo exaltar o Felipe Massa mais do q o normal…a gente se acostuma com o estilo de transmissão mas esse fds foi demais!!
Devem estar fazendo propaganda para ele ficar na Ferrari e vão colocar umas propagandas de graça da Fiat em horário nobre….pelo amor!!
Julianne, a Lotus ja não tinha usado o duto passivo na Hungria? Estiveram fracos demais na Bélgica. Grojean terminou uma posição atrás de onde largou, fazendo apenas um parada. Ano passado a segunda metade de campeonato foi ruim para eles. Apenas 2 pódios com Kimi, contra 9 na primeira parte. A história parece se repetir nesse ano.
O problema foi a indecisão, justamente em um circuito em que é muito difícil acertar o carro e houve treino com chuva. Certamente eles não conseguiram otimizar o pacote que tinham.
E mais uma vez a estratégia foi errada com Grosjean, que demorou demais para parar e perdeu muito tempo.
Só uma informação Julianne. Ano passado, Alonso saiu de Monza 37(179 x 142) pontos a frente do segundo colocado, que era Hamilton.
A vantagem era muito boa, porém o toque com Raikkonen e consequente abandono em Suzuka foram determinantes pra perda do título.
Sim, faltou citar que me referia à diferença com Vettel.
“E quem chamou a atenção de vocês nesta corrida da Bélgica?”
A alegria exuberante da Ferrari e de seu piloto Fernando Alonso!
Parta mim, a contra-performace do Webber com o mesmo carro do vencendor que venceu sem nenhuma dificuldade e poupando o carro, enquanto o australiano nào consegue nada melhor que um quinto lugar. Como explicar tamanha diferença? E vc considera que Massa fez uma boa corrida ? Segundo a Globo e ele próprio, sim. Mas chegar 37 segundo atrás do companheiro e ter a melhor volta 0,8 segundos mais lento não me parece ser um desempenho muito bom, concorda?
Achei que a resposta para essa diferença com o Alonso havia sido o tráfego, enfrentado por ele ter ficado encaixotado na largada (o que não foi sua culpa). Mas estudando melhor os tempos, mesmo com pista livre, o ritmo deixou a desejar. Em Monza a Ferrari tem tudo para andar bem e ele tem uma grande – e talvez a última – chance.