F1 Ganhadores e perdedores do GP da Itália - Julianne Cerasoli Skip to content

Ganhadores e perdedores do GP da Itália

Con il cuore si vince, costumam dizer os italianos. Será?

Os mesmos sete pódios de hoje e apenas 10 pontos a mais davam uma margem tranquila a Fernando Alonso na liderança do campeonato há 12 meses, após o GP da Itália. Mas esta não é uma temporada de match points salvos, como ano passado. É um conjunto extremamente afinado que vem fazendo a diferença.

E tivemos um bom exemplo disso hoje em Monza. O circuito que já foi o calcanhar-de-Aquiles da Red Bull desta vez foi dominado com maestria. Uma asa dianteira que mais parece uma obra de arte comandou um pacote aerodinâmico eficiente, junto de uma execução irretocável de Vettel e a equipe.

Ilustrando o post da semana passada, o alemão e Webber eram rápidos na linha de chegada e ficavam no meio da lista do speed trap no final da reta, apontando para mais um final de semana de relação de marchas curtas = carro acertado para fazer a pole e andar muito rápido sem tráfego. E, como de costume, enquanto o tricampeão executou o plano, seu companheiro se viu batendo no limitador toda vez que tentava se aproximar de Alonso.

Mas a equipe desta vez deu uma mãozinha ao australiano executando uma parada dupla na volta 24, crucial para a prova. Ali, estava claro que quem parasse antes na disputa entre Webber e Massa sairia na frente, e talvez a Ferrari não tenha se antecipado imaginando que Vettel, que sofria com os pneus e era sistematicamente mais lento que Alonso naquele momento, ganharia a prioridade de parar primeiro. Ganhou, porém Webber veio junto e tirou o pódio do brasileiro.

A tendência é sempre buscar personagens que expliquem um grande sucesso, e assim surgiram lendas como o piloto X acertador de carros, o chefe de equipe Y gênio da estratégia. Mas não há nada como um trabalho de equipe, maximizando cada ponto e deixando a concorrência de mãos atadas.

Os demais ficaram pelo caminho. Alonso sabe muito bem que só consegue bater Vettel se o encaixotar no tráfego logo cedo. Hamilton, que poderia ajudar nessa missão, viveu um fim de semana de “rei da autocrítica”, revoltado com sua atuação na classificação. E Raikkonen vai ficar imaginando onde esteve guardado o ritmo que só resolveu aparecer no domingo a tarde – e depois de um toque na largada.

E Massa? Falando como se estivesse mais fora do que dentro da Ferrari, correu como manda o figurino neste final de semana. Mas precisará de uma palavrinha que passou longe nos últimos anos para convencer alguém de que merece um lugar na F-1. E, não coincidentemente, é a mesma palavra que define esse ano de Vettel e da Red Bull: consistência.

12 Comments

  1. O vencedor foi o Vettel, que ganhou mais uma e praticamente selou a sorte do campeonato.
    O perdedor foi o Hamilton, que fez uma corrida fantástica pra chegar apenas em 9º e está praticamente fora da disputa do título. Uma pena.

  2. Oi Ju,

    Se ficarmos sem piloto em 2014, como você vê a cobertura de F-1 no Brasil nos próximos anos?

    Vejo o Sportv fazendo ótima cobertura da MotoGP sem termos nenhum brasileiro na categoria principal. A F-1 já tem um público fiel, apaixonado por automobilismo independente de termos ou não pilotos brasileiros.

    Na sua visão, é mais ou menos por aí, se ficarmos sem piloto teremos treinos e corridas ao vivo na tv, ainda que por assinatura?

    Abs.

    • Em primeiro lugar, “cobertura”, para mim, é in loco. E isso ficaria extremamente comprometido, ainda mais levando em consideração a atual crise no jornalismo.

      Sobre a TV, teoricamente, o contrato da Globo obriga a transmissão em TV aberta, mas já vimos, inclusive neste ano, que há brechas. Se houver a possibilidade de não mostrar todas as corridas, acredito que eles o farão. Afinal, qual modalidade é mostrada ao vivo em TV aberta sem a presença de brasileiros? A F-1 já pode ser considerada uma exceção porque, mesmo sem vitórias brasileiras, segue no ar.

      • Concordo em número, gênero e grau sobre a cobertura “in loco”, é por isso que adotei o TotalRace como meu site preferido.

        Se numa época como esta, de mercado de pilotos agitado, com fortes rumores sobre Felipe Massa, é complicado para quem está cobrindo in loco, imagine estando à distância?

        Meu maior temor não é nem o fato de termos ou não brasileiros na F-1, e sim a cobertura da categoria, uma coisa que prezo muito. Por exemplo, não entendo como a Globo pode deixar de fora da transmissão um profissional como o Reginaldo Leme numa corrida em Spa e Monza. É um absurdo. E isso com todos os boatos correndo solto sobre Massa.

        Abs.

  3. Julianne, tive a nîtida impressão que a Mercedes, principalmente com Hamilton estava com um carro bem mais rápido que os outros no meio da corrida. Vc concorda que se Hamilton tivesse feito o seu normal na classificação seria um grande obstáculo para Vettel na corrida? Fiz a mesma pergunta para o Ico, se Kimi for mesmo para a Ferrari quem vc colocaria na Lotus, Massa ou Hulk ?

  4. Massa deu sinais contraditórios sobre a sua permanência na Ferrari no ano que vem. Saberemos muito em breve. Apesar de ele ter rebocado Alonso no treino classificatório, na hora H soltou a corda, visando a própria sobrevivência. Mas, por outro lado, não ofereceu a menor resistência para ser ultrapassado pelo espanhol. Desconcertante. Considerando suas últimas apresentações, fez boa corrida em Monza. O Cordero de Montezemolo deveria dar uma arejada na equipe, dar uma chacoalhada e desanuviar o ambiente trocando com a Lotus Alonso por Raikonnen e contratando Kobayashi para o lugar de Massa (viagem na maionese). E gostei do “mea máxima culpa” do Hamilton, assim é que deve ser, nada de transferí-la para a equipe. Quanto a Vettel, NINGUÉM tiraria mais desse carro do que ele, será TETRA merecidamente.

    Voltando à realidade, se Massa for dispensado da Ferrari acredito que são realmente grandes as possibilidades de o Brasil ficar sem um piloto na F 1 em 2014. Além do drama de Massa, a verdade é que Nasr – em face do que fez nas categorias menores – está decepcionando na GP 2. Mas um bom patrocínio obviamente resolve as coisas. Quaife-Hobbs e até um opaco Nathanael Berthon já venceram nesta temporada, e Nasr, que já teve mais de uma oportunidade este ano, ainda não conseguiu vencer. Conservador demais, parece se inspirar nas receitas do “Chef” Prost, as quais para terem sucesso exigem sempre a sorte do Pato Gastão. Aliás, desde aqueles testes da pré-temporada, em que os competidores testaram para várias equipes, Nasr NUNCA conseguiu ser o mais rápido. Talvez lhe falte um pouco mais de velocidade e pedir algumas malaguetas ao Cecotto. Luiz Razia sempre demonstrou ter muito mais “grinta” e velocidade do que Nasr. Pena que a F 1 não seja uma meritocracia, pois o baiano merece ter uma chance lá, assim como o aguerrido Fabio Leimer (venho citando os dois desde o ano passado, Julianne). Calado já está encaminhado, mas o Frijns (assim como o Kobayashi) foi jogado fora, que absurdo! Sim, a F 1 no Brasil corre o risco de acabar na TV a cabo apenas, por muito favor, do jeito que as coisas vão.

  5. Duas coisas me chamaram a atenção. Primeira que, há muito tempo eu não via isso. Em vários momentos da transmissão, o áudio não era correspondente à imagem exibida, como nos anos 80, carros na curva e áudio de motores gritando na reta.

    Segunda. No final da prova, quando massa vai dar sua entrevista para o Marcelo, uma funcionária da Ferrari está atrás gravando a conversa. Acredito que foi tipo uma censura pra registrar se ele fala o combinado. Nunca vi isso.

    • Sobre o comportamento da assessoria de imprensa de Ferrari, isso é de praxe em todas as equipes.

  6. Cara Julianne

    Antes de mais, desculpe, mas vou estar meio (ou mais) off-topic.

    Considerando o seu hábito de nos brindar com o sempre fantástico post das transmissões internacionais dos grandes prémios, espero que ainda leia este post antes de se dedicar a essa tarefa.

    Há uma coisa que eu vi na corrida que me deixou curioso, mas, creio que mais ninguém deu importância, porque não li em lado nenhum nada sobre isso.

    Acontece que, à entrada da volta 43, a realização da transmissão da corrida mostrou alguns replays, entre eles, um da reta da meta quando Raikkonen supera Gutierez da Sauber. O mexicano defendeu-se, movendo –se para a sua direita, o que levou Kimi a fazer o mesmo. No entanto, ao efetuar esse movimento, num breve momento, o finlandês ultrapassou completamente a linha branca que delimita a pista, isto é, consumou a ultrapassagem passando por fora.

    Para mim foi inevitável lembrar-me de Grosjean na Hungria, em relação ao Massa. E de voltar a pensar numa discussão antiga de que um só passou por fora porque o outro empurrou, logo, qual é que deve ser penalizado.

    Eu vi a transmissão num canal português, e ninguém comentou. E a Julianne, reparou? Nas transmissões que costuma visionar, alguém observou? Isto tudo para perguntar também qual a sua opinião sobre o assunto, que diferença encontra para a situação que referi, Grosjean – Massa?

    Desde já obrigado pela atenção.

  7. Ju, me ocorreu agora: a demora da Ferrari em convocar a parada do Alonso tem alguma explicação, taticamente falando? As voltas a mais que o asturiano ficou na pista depois de Vettel fizeram a diferença se dilatar mais, então eu deduzo que foram inócuas por não trazerem benefício algum. O que eu também estranhei foi que, mesmo parando depois e tendo, por isso, os pneus mais conservados, Alonso se tornou alvo de Webber muito facilmente.

    Quanto ao Vettel, a fritada que ele deu na freada do Rettifilo na primeira volta explica bem o quanto isso que você vem falando sobre o acerto da Red Bull faz sentido. Ele defendeu a posição com tudo que podia para não ser ultrapassado e ficar no tráfego.

    • Eis a explicação do Alonso: “Sabíamos que os pneus médios duravam de 20 a 25 voltas, mas não tínhamos muita informação sobre os duros, porque quase ninguém andou com eles na sexta-feira. Por isso tentamos permanecer mais tempo na pista com os médios com a esperança de que os duros durassem um pouco menos. São estratégias um pouco suicidas para tentar algo diferente.” – http://totalrace.com.br/site/noticia/2013/09/nao-podemos-chegar-ao-titulo-so-com-vitorias-diz-alonso#sthash.he4eNA3U.dpuf

      Em tempo: o Massa não fez a simulação de corrida no FP2 por problemas no câmbio. Geralmente, as equipes dividem esse trabalho, colocando um piloto com cada composto. Por isso eles só tinham os dados mais precisos dos médios, usados por Alonso.


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