F1 GP de Mônaco horários e tudo sobre - Julianne Cerasoli Skip to content

Guia do GP de Mônaco

Mônaco é muito especial. Mas no sábado, na classificação, e não no domingo.

Ir bem no GP de Mônaco é uma questão de ir entrando no ritmo aos poucos, sem fazer grandes revoluções no acerto, sem tentar encontrar o limite logo de cara. É ir construindo a confiança até aqueles minutos finais do Q3 na classificação.

É na compreensão de que é preciso construir uma simbiose entre você, o carro e cada muro e ondulação da pista (cujo nível de aderência vai aumentando bastante a cada volta) que o piloto faz a diferença em Mônaco.

AQUI OS HORÁRIOS DO GP DE MÔNACO

Conquistando a pole ou um bom resultado para sua equipe, é meio caminho andado para a glória no domingo. Quem largou na frente ganhou mais de 45% das corridas por lá. Caso contrário, as chances de recuperação não são das maiores.

Porém, neste ano, haverá uma diferença que pode desafiar essa máxima: os pilotos serão obrigados a parar pelo menos duas vezes e a usar pelo menos dois compostos de pneus, numa tentativa de dar uma chacoalhada na corrida do Principado. E os compostos de pneus serão os mesmos de Imola, incluindo o C6, que fez sua estreia “causando” na classificação do GP da Emilia Romagna.

Como acertar o carro para o GP de Mônaco

Quando você projeta o carro, já dá para ter uma boa ideia se ele vai se dar bem nas ruas de Mônaco, de tão específico que o circuito é. E não tem muito o que você possa fazer aerodinamicamente para mudar isso: é a mecânica que vai fazer a diferença.

É claro que você vai colocar a maior asa que tiver, e vai haver um nível máximo de downforce para seu carro que pode ser menor que o de seu rival. E não há muito o que você possa fazer quando esse é o caso. O jeito é somar os pontos em Mônaco e aproveitar quando isso vai ser vantagem, como em Monza, por exemplo.

Você também vai amaciar as suspensões, deixar o carro se movimentar o máximo possível, porque seu piloto vai atacar as zebras. E vai beliscar o muro algumas vezes. O ângulo do volante será maior, ou não dá para fazer o hairpin do Fairmont.

O carro precisa não só apontar para a curva com agilidade, mas girar com agilidade. Além disso, a tração é fundamental, ou seja, a aderência mecânica conta muito.

Falando em pneus, quem geralmente sofre com superaquecimento, tem um fim de semana tranquilo em Mônaco. Quem não consegue colocá-los na temperatura ideal tem um pouco mais de trabalho, mas eles não são uma peça tão fundamental quanto em outros GPs.

Ultrapassagens no GP de Mônaco

Não é exatamente a turbulência que dificulta as ultrapassagens em Mônaco, então não foi por isso que a corrida de 2022, com os novos carros, teve 13 ultrapassagens. E nem por isso que o GP de 2023 teve incríveis manobras. Sim, bem abaixo da média das temporadas, mas bem mais do que a única ultrapassagem registrada em 2021.

Os GPs diferentões de 2022 e 2023 tiveram a ver com a chuva. Em 2022, caiu um dilúvio quando os carros estavam no grid, o que embaralhou as estratégias. Em 2023, a água apareceu mais para o final da prova.

Sem isso, simplesmente não há espaço para se ultrapassar se o piloto da frente não errar ou se a diferença de rendimento entre os dois carros for gritante.

Prova disso foi a corrida com quatro ultrapassagens em 2024. Houve uma bandeira vermelha na primeira volta, e a maioria trocou os médios pelos duros e conseguiu ir até o fim com o mesmo jogo de pneus.

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Não havendo espaço, o piloto acaba ficando por muito tempo atrás do outro, e tudo vai superaquecendo, até que ele tem de se afastar um pouco. Basicamente, você só passa se o rival deixar a porta aberta. E acidentes acontecem quando os pilotos veem uma porta aberta e ela na verdade era só uma fresta.

Já vimos ultrapassagens em vários cantos em Mônaco, mas o ponto principal é na saída do túnel. Ano passado, a única ultrapassagem do GP foi no hairpin. Tentativas na Ste Devote e na Rascasse podem dar certo, mas precisam de um pouco de colaboração da outra parte. Caso contrário, o muro está lá para servir de testemunha.

Qual é a melhor estratégia no GP de Mônaco

A estratégia para o GP de Mônaco tem uma regra: posição de pista. Como é muito difícil ultrapassar em condições normais, vale mais a pena ficar lento na pista e parar só uma vez do que tentar qualquer outro tipo de tática. Mesmo com duas paradas, isso ainda segue como regra.

Já vimos corridas estrategicamente mais variadas por lá quando os pneus se desgastavam mais. Um exemplo clássico foi a batalha de 2011, com Vettel com duas paradas, Alonso com três e Button com quatro separados por menos de 2s5 no final. Mas quem ganhou? Vettel, que optou em focar em posição de pista, ou seja, em parar o mínimo de vezes possível.

Photo: Wolfgang Wilhelm

Em outro exemplo mais recente, Lewis Hamilton mal conseguia fazer o carro virar nas últimas voltas, mas conseguiu segurar Max Verstappen com pneus de 67 voltas. Novamente, a Mercedes focou na posição de pista e levou.

Isso aconteceu por conta de um SC, que aparece em 80% das corridas em Mônaco. Claro que tudo depende do momento em que a corrida é neutralizada, mas ele tem mais chance de jogar a favor de estratégias em que se faz a primeira metade da corrida com menos mais duros. Isso porque estes pilotos podem esperar por mais tempo na pista e aproveitar a interrupção para economizar cerca de 10s com a parada.

Como foi o GP de Mônaco de 2024

Charles Leclerc finalmente conseguiu converter uma pole em Mônaco em vitória e conquistou seu GP caseiro pela primeira vez na carreira. Seria só a primeira vez no ano em que a Ferrari demonstraria sua vantagem em curvas de baixa velocidade, enquanto a Red Bull teve muita dificuldade em fazer seu carro funcionar nas ruas do Principado.

Eles ficaram de fora do pódio, que teve ainda Oscar Piastri em segundo e Carlos Sainz em terceiro, por ritmo puro. Verstappen foi o sexto e Perez foi eliminado ainda no Q1, e depois bateu forte na primeira volta.

A única ação real ocorreu durante os pit stops, mas mesmo assim, houve poucas mudanças de posição porque a bandeira vermelha do início permitiu que quem largou com o pneu médio trocasse para os duros e fosse até o final com o mesmo jogo. 

Isso atrapalhou a estratégia de Verstappen e das Mercedes, que tentavam algo diferente após a classificação ruim, largando com pneu duro.  

2 Comments

  1. Suas colocações são sempre em lúcidas, virei seu fã
    Obrigado

  2. Eu tenho criticado bastante o Mazepin, mas você acha que essa dificuldade dele com as bandeiras azuis se deve a talento/adaptação ou simplesmente é desprezo pelos rivais?


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