F1 GP dos EUA: como Hamilton conseguiu brigar com Verstappen - Julianne Cerasoli Skip to content

GP dos EUA: como Hamilton conseguiu brigar com Verstappen

Quem ligou a televisão nas 15 voltas finais de outro GP dos EUA com lotação máxima deve ter pensado que estávamos de volta a 2021. Lewis Hamilton liderava, e Max Verstappen vinha à caça de seu rival do ano passado. Mas a maneira como o holandês passou o inglês vindo de muito longe na grande reta mostrou que, neste ano, a história é bem diferente.

Verstappen estava naquela situação por dois fatores que fugiram ao seu controle e lhe custaram quase 16 segundos na corrida. Saindo da segunda colocação, o bicampeão pulou melhor que o pole Carlos Sainz, e ainda viu o espanhol ficar pelo caminho logo de cara, tocado por George Russell.

Como Charles Leclerc e Sergio Perez tinham sido punidos pela troca do motor em uma pista que permite ultrapassagens, e largavam em 12º e 9º, respectivamente, isso significava que a briga de Verstappen seria com Lewis Hamilton, segundo colocado. O inglês tinha sido seis décimos mais lento na classificação, mas sabia ter um carro mais competitivo na corrida.

Mas seria a diferença suficiente para brigar pela vitória? Em condições normais, não. Em 11 voltas, Verstappen abriu 4s3 com o pneu médio, até que Hamilton foi o primeiro dos ponteiros a parar. Neste momento da prova, Perez já era o quarto desde a volta 6, atrás de Russell, e Leclerc tinha acabado de ultrapassar Vettel e era sexto.

Verstappen respondeu logo em seguida, assim como Russell (que tinha de pagar uma punição pelo toque da largada e perdeu posições), Perez e Stroll, que estava conseguindo se manter no bolo depois de largar em quinto. Sua vantagem para Hamilton aumentou para 6s3, agora com todos com pneus duros.

Safety Car coloca Leclerc na briga pelo pódio

Na verdade, nem todos. Cinco pilotos que estavam no top 10 apostavam em estender ao máximo o primeiro stint para tentar lucrar com um Safety Car. E ele veio quando Valtteri Bottas rodou e ficou na brita, na volta 17. Leclerc, que estava em segundo, Vettel, Alonso, Ocon e Mick Schumacher economizaram 6s com a parada sob o SC, e o monegasco voltou em quarto, atrás de Perez e à frente de Russell.

A primeira relargada não demorou muito tempo, com Lance Stroll e Fernando Alonso se estranhando na reta. O carro do espanhol chegou a levantar voo, mas ele conseguiu ir para os boxes, trocou a asa dianteira, e voltou à pista. Sem parar novamente até o final, ele chegaria em sétimo após ter caído para último na volta 23. Mas foi punido com um stop and go (30s adicionados a seu tempo final) porque seu espelho retrovisor ficou balançando e depois caiu e isso foi considerado inseguro.

A corrida recomeçou na volta 25, com Verstappen abrindo 1s logo de cara, mas sem conseguir se distanciar tanto de Hamilton quando na primeira fase da corrida. A Red Bull não parece gostar do pneu C2, com o qual a Mercedes se dá melhor, e isso aproxima o rendimento entre os carros. Com a diferença em 1s5, a Mercedes antecipou a parada de Hamilton para tentar um undercut na volta 34.

Erro da Red Bull muda história do GP dos EUA

Um erro da Red Bull no pit stop do GP dos EUA

A manobra deu mais certo do que o esperado quando a Red Bull respondeu com Verstappen, mas fez uma parada ruim, de 11s. Com isso, o holandês perdeu a posição para Hamilton e também para Leclerc, que tinha ultrapassado Perez cinco voltas antes e fez a segunda parada junto de Max.

O lado bom para o bicampeão era que ele tinha voltado ao pneu médio, C4, a exemplo de Leclerc, enquanto Hamilton estava com os duros porque não tinha outro jogo de médios disponível. Faltavam 21 voltas e o heptacampeão tinha que adotar o ritmo mais forte que pudesse e torcer para Leclerc dificultar a vida de Verstappen.

O monegasco bem que tentou, mas a Ferrari simplesmente não tinha velocidade de reta para parar Verstappen, cujo carro tinha menos carga aerodinâmica. Com 17 voltas para o fim, Verstappen estava a 5s de Hamilton.

O inglês era o segundo, pois Vettel retardou também sua segunda parada, torcendo por outro SC. A intervenção não veio e sua parada foi muito ruim, jogando-o para 13º. Mas ele conseguiu escalar até a oitava posição, com direito a ultrapassagem na última volta em cima de Kevin Magnussen. O resultado se tornou um sétimo posto após a punição a Alonso.

Duelo Hamilton x Verstappen não foi exatamente um clássico

Verstappen chegou em Hamilton na volta 49, com sete para o fim, e logo passou o inglês em uma daquelas suas manobras decididas. Max até o surpreendeu de tão rápido que se aproximou na parte final da reta, onde a Red Bull é bem superior que qualquer carro. Quando ele tentou fechar a porta, o bicampeão já estava passando.

Verstappen sofreria para tirar Hamilton de sua zona de DRS, com os dois tendo tirado bastante dos seus pneus, mas venceu pela 13ª vez no ano. Hamilton foi o segundo e saiu dizendo que Austin foi uma das melhores performances da Mercedes, junto de Zandvoort, o que é um bom sinal para o time, que atualizou o carro na prova americana. 

Leclerc foi terceiro, mesmo sofrendo muito com a degradação de pneus (mais uma vez). Ele só não foi superado por Perez porque o mexicano tinha danificado sua asa dianteira logo na primeira volta. Também com a asa danificada, pelo toque com Sainz, e sem se encontrar no Circuito das Américas, Russell foi quinto. 

Lando Norris passou cinco carros em menos de 20 voltas para ser o sexto, com Vettel em sétimo, Magnussen em oitavo, Tsunoda em nono e Gasly em décimo.

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