F1 GP dos EUA por brasileiros, britânicos e espanhóis: “Atenção, chegou o hammer time!” - Julianne Cerasoli Skip to content

GP dos EUA por brasileiros, britânicos e espanhóis: “Atenção, chegou o hammer time!”

Motor Racing - Formula One World Championship - United States Grand Prix - Race Day - Austin, USA

O horário desfavorável fez com que a Globo ‘terceirizasse’ a transmissão do GP dos Estados Unidos, disponibilizando após a prova apenas um compacto de pouco mais de 30 minutos, com narração de Luis Roberto e comentários de Reginaldo Leme. A empolgação do narrador era marcante quando Felipe Massa, mesmo largando do lado sujo da pista, superou Valtteri Bottas e assumiu o terceiro posto, atrás de Rosberg e Hamilton. “Rosberg larga bem e Massa também. Largou bem o brasileiro, algo que é característico dele. Daí em diante, se acontecer alguma coisa com os meninos da Mercedes, ótimo, mas a disputa é com o Bottas.”

Na Antena 3, espanhola, além da “largada fácil” para o pole Rosberg, o narrador Antonio Lobato foca em Fernando Alonso. “Parece que Fernando vai passar Bottas, tem de ir para fora da pista, mas o finlandês fica na frente, aproveitando a superioridade de seu carro.”

O narrador da Sky Sports britânica, Martin Brundle, chegou a admitir: estava prestes a dizer que a largada fora sem incidentes até que Sergio Perez fez um strike, primeiro em Raikkonen, depois por duas vezes em Sutil. “Temo que é 100% culpa dele”, diz o inglês, e o piloto da Force India vira motivo de piada para o repórter Ted Kravitz. “Perez ainda está no carro, imagino se é por vergonha.”

Reginaldo também não se conforma. “O GP começou agitado e com barbeiragens, coisa que não se espera de piloto de Fórmula 1. Barbeiragem total do Perez. É um piloto que anda muito rápido, mas também faz besteiras como esta.”

Os espanhóis focam mais na estratégia. Com a entrada do Safety Car, os pilotos deveriam fazer uma troca de pneus? “Em teoria, não é para entrar. Se entrar, é para tirar os macios do caminho”, explica o comentarista Pedro de la Rosa. “Quem arriscou mudar de estratégia é porque estava mais para trás. Mas será uma boa aposta?”, questiona o narrador britânico David Croft. Para Brundle, pelo menos no caso de Vettel, que largara dos boxes, “era tudo o que ele queria.”

Na relargada, Ricciardo engana Alonso e toma a quinta posição do espanhol. “Que movimento em cima do Alonso! Geralmente você não vê ele perdendo esse tipo de disputa”, se impressiona Brundle. “Eles foram lado a lado por vários metros, deu um drible no Alonso”, narrou Luis Roberto. Para Lobato, era uma questão de tempo. “É impossível lutar. Que papel difícil tem Fernando nesse GP. Acho que o objetivo dele é ficar na frente das McLaren nesta corrida.”

Antes das primeiras paradas dos ponteiros, De la Rosa já vinha avisando que o piloto que parasse primeiro e voltasse com pneus duros teria vantagem sobre quem tinha macios usados. E foi esse o pensamento da Red Bul para colocar Ricciardo à frente de Bottas, em quarto. “Foi uma boa jogada da Red Bull, que copiou a estratégia da Williams, mas daquela que está na frente, deixando Bottas exposto”, observa o espanhol quando o australiano para junto de Massa.

Mesmo que Brundle observe a vulnerabilidade tática da Williams, que “tem os dois pilotos tão juntos que não pode pará-los de uma só vez”, os espanhóis creem que o fato de Massa e Bottas voltarem com pneus macios é um erro. “Não entendo nada. Eles acreditam que o pneu vai aguentar sem graining ou vão fazer 3 paradas, o que seria absurdo estando em posição de pódio”, diz o comentarista.

Na briga pela ponta, os britânicos observam Hamilton chegando. E Kravitz pede alternâncias nas táticas. “Os engenheiros da Mercedes não podem fazer estratégias diferentes entre si, mas podem deixar Hamilton com um composto diferente. Não vemos esse tipo de coisa na Mercedes há algum tempo.”

As paradas não apresentam novidades: primeiro o líder Rosberg, depois Hamilton, mesmo composto. Mas há uma diferença, apontada pelo repórter. “Hamilton estava reclamando de saída de traseira e mudaram o acerto da asa”. Em pouco tempo, o inglês estava colado no alemão: “Atenção que Hamilton está em Hammer Time”, anuncia Lobato.

Outra boa briga ainda tira a atenção de todos do embate pela liderança: Button tenta se defender de Alonso. Para os britânicos, a disputa significa mais do que uma posição: “Você acha que pode pegar meu lugar, mas por enquanto eu consigo me segurar”, diz Croft, referindo-se à possibilidade do espanhol ir para a McLaren. “Isso é pessoal para Button, com tudo o que está ouvindo no paddock”, concorda Brundle. Para Lobato, contudo, “ver Alonso brigando com um McLaren, ainda mais com um motor que está nas últimas, é quase um milagre.” Quando o bicampeão completa a manobra, Luis Roberto vê uma ultrapassagem “de quem sabe muito e um pouco mais.”

Motor Racing - Formula One World Championship - United States Grand Prix - Race Day - Austin, USAA imagem rapidamente corta para Hamilton deixando para frear muito tarde e surpreendendo a todos: Rosberg, os editores da transmissão oficial, narradores e comentaristas. “Olha a briga valendo a liderança! Sensacional Hamilton, que manobra!”, exclama Luis Roberto. “Hamilton colocou toda a alma e conseguiu passar”, Lobato tenta explicar. “O que eu vi foi Rosberg indo muito com calma. Ele tinha de ter fechado a porta”, reclama De la Rosa.

Brundle chega a achar que houve um toque. “A gente ainda não está na metade. É uma grande corrida”, comemora o comentarista, empolgado com a corrida, enquanto Kravitz confabula. “Rosberg não pediu um pouco mais de asa dianteira, ao contrário de Hamilton. Talvez isso tenha feito a diferença.”

Na volta 29, os espanhóis destacam como o rendimento da Williams começa a cair devido à opção pelos pneus macios, criticada desde o início por De la Rosa. Esse é um dos fatores que abre a possibilidade de Ricciardo fazer novamente o undercut, desta vez em cima de Massa. Além de ter parado uma volta depois, o brasileiro ainda teve um pit stop lento.

A expectativa é grande na transmissão brasileira. “Felipe foi chamado para o box, vou ficar de olho no Ricciardo”, anuncia Luis Roberto. “Vai ter que ser tudo certinho para ser justo”, Reginaldo faz as contas. “Foram 3s7 de carro parado, a Williams teve uma parada mais lenta do que o normal e pode ter colocado em risco o pódio do Felipe.” De fato, não é suficiente e Massa perde a posição no pódio. Mas Brundle não desanima: “se ele chegar, pode passar com a velocidade de reta, mas Bottas não conseguiu isso antes.” Os espanhóis estavam no comercial, mas quando voltaram, De la Rosa não poupou críticas. “Eles focaram em Bottas, deixaram que ele parasse antes, e se esqueceram de Massa. Foi um erro de prioridades.”

Vendo que Rosberg pode ter uma possibilidade de atacar Hamilton, os ingleses começam a imaginar como a equipe vai reagir: “Sabendo que o campeonato de construtores está resolvido, eles vão deixar os dois lutarem pelo o de pilotos?”, questiona Croft. “Espero que sim”, responde Brundle. Porém, para Lobato, “a ultrapassagem foi dura demais”, para uma reação. “Agora, além de uma vantagem de pontos, tem uma vantagem moral.”

Mas Rosberg não chega a ameaçar, a exemplo de Massa, apesar da torcida brasileira. “Felipe vai ter de acelerar muito para usar a asa móvel. Talvez podendo usar duas voltas e ter uma única tentativa seria a única saída”, projeta Luis Roberto, mas a diferença nunca fica abaixo de um segundo e o piloto da Williams termina em quarto.

Já os espanhóis focam em Alonso, particularmente sua briga com Vettel. Quando o alemão faz sua última parada, não entendem: “Será que está trocando para perseguir Fernando?”, questiona Jacobo Vega, mas não é levado a sério pelos demais. No final, sofrem com a pressão do tetracampeão – e com um dado que incomoda Lobato: “A má notícia estatística, se é que podemos chamar assim, é que Hamilton igualou o número de vitórias de Alonso. Este ano não deu, mas ele voltará a vencer quando tiver um carro minimamente competitivo.”

Afinal, deu Hamilton pela quinta vez consecutiva, uma “vitória incontestável e com maturidade. Até o rádio foi maduro. Diria que ele colocou um dedo no título”, arrisca Luis Roberto. “Hamilton está feliz em correr nos Estados Unidos, ganhou 3 dos 4 GPs que disputou aqui. E a briga vai até Abu Dhabi, não importa o que aconteça. Qualquer coisa pode acontecer lá, mas é preciso ser corajoso para dizer que Hamilton não vai vencer. Ele está num grande momento”, Croft segue na mesma linha, enquanto Brundle vê Rosberg “sentindo a pressão”.

8 Comments

  1. Só add, ficou legal o Lito dizer que o Vettel era o Capitão Freada!!!rsrsrs

  2. Delícia de post, como sempre. Parabéns!!! 🙂

  3. Parabéns Jú! Adoro esse post!

  4. Julianne, eu não poderia deixar de elogiar a transmissão da Sportv, que começou 1 h antes e conseguiram segurar a peteca, além do Felipe Nars comentando e com o rádio da equipe Williams em tempo real.

    Até a repórter Karen Duarte foi uma grata surpresa, conseguindo fazer uma boa entrevista com Mario Andretti, além de Niki Lauda e Emerson Fittipaldi. E num momento gossip, conseguiu arrancar um “drama” como resposta de Keanu Reeves à sua expectativa da corrida. Deu uma afobadinha quando enfiou o microfone no meio da conversa do Massa com seu engenheiro e levou um corte. e depois não conseguiu fazer uma boa entrevista com o Massa e se limitou a obviedades

    A Globo poderia desistir de vez das transmissões que ficaria muito melhor.

    BTW, thank you for this post

    • Os caras nem mostraram o pódio.

  5. Ahhh, essas estratégias da Williams quebram as pernas, puxa vida! Mas legal mesmo foi saber do Nasr na Sauber. Particularmente acompanho notícias dele desde 2011 e sem duvida ele tem talento suficiente pra se apresentar em 2015 no nível do Hulkenberg, na minha humilde opinião!

  6. Como estes espanhóis são pachecos, lembrar do nr de vitórias do pilotinho de espera.

    Alonso teve carro para ganhar 10/12 corridas em 2005 e 2006 e fez 7, o mesmo nr do vice campeão.

    A diferença de pilotos excepcionais é essa, qdo tem um bom carro na mão (Vettel 2011/13, Schummy 02/04 e Hamilton agora), pulverizam a concorrência.

    Alonso é bom piloto, longe de ser gênio, mas é aclamado pelos meios de comunicação.

    Alias o Total Race deveria acertar a classificação do mundial na pagina principal, visto que o VETTEL está em 5º e o Choronso em 6º pelo número de 3º lugares.

    • Ligeira impressão de que vc sequer assistiu 05 e 06 companheiro.
      Pois essa sua opinião aí doeu nos olhos de ler.


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