A Fórmula 1 retorna em 2024 ao GP da China e é difícil saber o que esperar em vários aspectos. Na última corrida por lá, não havia Drive to Survive. A cidade estava chegando perto do circuito, mas ele ainda era razoavelmente afastado. A pista, então, nem se fala. Os últimos carros que andaram lá eram de outra geração, os pneus tinham até dimensões distintas das de hoje.
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E Guanyu Zhou vai correr em casa pela primeira vez. Pela maneira como a comunidade chinesa em lugares como Melbourne e Singapura fica maluca por ele quando a F1 passa por esses lugares, dá para imaginar o que vem por aí. Aliás, a China sempre teve uma fanbase pequena da F1, mas muito engajada. Kimi era muito querido por lá, veremos quem vai tomar o seu lugar agora.
Qual é o melhor acerto para o Circuito Internacional de Xangai
Os dois pontos principais da pista são a curva 13, de raio longo e veloz, que vai definir o quão embalado o piloto vai entrar na maior reta do circuito, e a tração na saída da curva 14. E isso de certa forma define a pista. A necessidade é ter um carro bom em alta velocidade e também na retomada de aceleração após freadas fortes.
E também não dá para esquecer da reta e colocar muita asa no carro. Esse é um equilíbrio que os engenheiros precisam buscar.
A evolução da pista era considerada média, mas o primeiro desafio neste ano será entender a condição do asfalto, lembrando que o circuito continuou sendo usado.
E uma diferença marcante de Xangai é o fato de ser um circuito front-limited, ou seja, os pneus dianteiros acabam antes dos traseiros, o que não é o mais comum ao longo do ano. Isso tem muito a ver com o desenho das primeiras curvas, que são as mais técnicas do circuito e que permitem linhas diferentes. É muito difícil evitar saídas de frente nesse primeiro setor.
Ultrapassagens no GP da China
50 ultrapassagens em 2019, bem equilibrado entre aquelas feitas com DRS e sem
A pista da China teve várias corridas com número de ultrapassagens acima da média, e muitas vezes BEM acima da média. Aliás, foi lá que a F1 registrou seu recorde histórico, em 2016: 161. E olha que nem precisou chover.
Isso tem a ver com o desenho da parte final e da parte inicial da volta.
Aliás, será um desafio para a FIA determinar a extensão da zona de DRS da grande reta. A medida exata vai depender muito de quão perto do rival o piloto que está atrás vai conseguir fazer a longa e rápida curva 13. Em teoria, os carros de 2019 eram bem piores nesse quesito, então a zona teria de ser encurtada para que não haja ultrapassagens fáceis no meio da reta de 1.2km.
Na verdade, o mais legal desse circuito em termos de ultrapassagem é a chance de dar o troco em uma manobra logo de cara. Então o ideal é que essa zona de DRS da reta mais longa só permita que os pilotos decidam na freada quem estará na frente no grampo. Depois dele, há outro ponto de detecção para o DRS da reta principal, muito mais curto porque a reta também é curta.
Muitas vezes, vimos um piloto mergulhar por dentro no grampo e levar o X. O melhor mesmo é estar por dentro na curva da entrada dos boxes.
Qual é a melhor estratégia para o GP da China
Novamente, é difícil cravar qual é a melhor estratégia, mas pelos dados que temos Xangai é daquelas pistas em que vale a pena parar mais vezes e manter um ritmo mais rápido, até porque não é difícil ultrapassar. De quebra, o tempo de perda no pitstop é baixo, cerca de 20s. Só não é uma corrida com um número exagerado de paradas, no seco, porque a temperatura é relativamente baixa (18ºC e abaixo de 40ºC na pista em média)
Em 2019, os primeiros colocados fizeram duas paradas com dois stints com médios e um com duro, e alguns pilotos fazendo uma parada para chegar na segunda metade do top 10.
É importante lembrar que havia uma regra diferente em 2019: os pilotos que largavam no top 10 tinham que começar a prova com o pneu da volta mais rápida do Q2. Ou seja, eles já se comprometiam com um determinado composto na classificação. E isso complicava a vida daqueles mais lentos do Q3, até porque eles raramente podiam se dar ao luxo de não largar com o pneu macio. Se ele não era o melhor para a corrida, como no caso da China, era difícil ficar nos pontos.
Também favorecendo estratégias com mais paradas está a incidência alta de períodos de SC. Os estrategistas costumam usar os dados das cinco últimas corridas para esta estatística, e o percentual de 2015 a 2019 é de 80%.
Como foi o GP da China em 2019
O tema mais falado no GP da China de 2019 era a falta de identificação da F1 com o palco de sua corrida de número 1000. Ao mesmo tempo, lembro de sair da China ouvindo na possibilidade de um segundo GP por lá em breve.
Ninguém poderia imaginar os desafios que viriam pela frente com a pandemia e a ausência da corrida chinesa por quatro temporadas. Muito menos que a importância da China diminuiria tanto, e o foco estaria tão em cima dos EUA como hoje.
Voltando a 2019, Lewis Hamilton estava colecionando recordes. Venceu pela sexta vez em Xangai, com seu então companheiro Valtteri Bottas 6s atrás e Sebastian Vettel completando o pódio com a Ferrari.
Falando em Ferrari, o hype em cima de Charles Leclerc, que estava começando sua carreira na Scuderia, era imenso. Mas, na China, o monegasco ouviu ordens de equipe para deixar Vettel passar. Leclerc tinha superado Vettel na largada, mas o alemão ficou na sua cola, o time pediu para que ele aumentasse o ritmo, ele não conseguiu, e teve de deixar o tetracampeão passar. Leclerc terminou a corrida em quinto, atrás também de Verstappen.
Na briga da Mercedes, Bottas largou na pole, mas foi superado por Hamilton nos primeiros metros. A partir daí, foi domínio total da Mercedes, sem que o finlandês conseguisse ameaçar o companheiro. Foi a terceira dobradinha em três corridas.
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