O GP de Las Vegas surpreendeu até mesmo os pilotos na corrida de estreia. O traçado é mais técnico do que parece à primeira vista, principalmente entre as curvas 6 a 9. A possibilidade de seguir o rival de perto gerou muitas ultrapassagens na corrida, e também ajudou as estratégias a ficarem mais abertas.
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Em termos de espetáculo, em que pesem os problemas da estrutura de cimento que prende os bueiros na quinta-feira, o evento ficou marcado pela experiência VIP que a Liberty Media queria promover, e também pelos preços altíssimos em comparação com o restante da temporada. E só evoluiu na segunda edição em 2024 – agora, sem problemas com bueiros.

Qual o melhor acerto para o Las Vegas Strip
A Las Vegas Strip é a segunda pista mais longa do calendário, atrás de Spa-Francorchamps, embora só tenha 17 curvas. O principal em Las Vegas são as retas, principalmente a de 1.9km da freada da 12 até a chicane da 14 e 15. Por conta disso, a maior comparação que se pode fazer em termos de acerto é com o circuito de Monza. Os carros andam com carga aerodinâmica perto da mínima, preparados para que os pilotos fiquem com o pé cravado no acelerador por quase 80% da distância da volta.
Um carro rápido em Las Vegas tem pouco arrasto nas retas e também boa aderência mecânica e boa tração nas saídas de curva, além de negociar bem as zebras e lidar bem com um asfalto que oferece pouca aderência. No primeiro treino livre, dá a impressão de que os carros nem conseguem acelerar, de tanto que escorregam. Mas isso vai melhorando ao longo do fim de semana.
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Outro desafio é lidar com as baixas temperaturas à noite em Las Vegas. As duas primeiras corridas tiveram temperaturas perto dos 17ºC, mas as médias históricas são de mais frio ainda. Isso significa que os carros são configurados com menos entradas de ar tanto para os dutos de freio, como para a refrigeração do motor.
Ultrapassagens no GP de Las Vegas
A estreia do GP de Las Vegas foi a prova com mais ultrapassagens disputada com pista seca desde o GP da China de 2016, que tem o recorde histórico de 161. O GP de Las Vegas de 2023 teve 99 ultrapassagens, desde disputas pela liderança até o fim do pelotão. Em 2024, foram 71, número muito acima da média de cerca de 40.
Como há muitas retas, os carros foram configurados como se estivessem em Monza, o que significa que o vácuo se torna bem poderoso. E a falta de curvas de média e alta velocidades significava que era menos difícil ficar perto do rival para tentar a manobra.
He never gave up 💪
— Formula 1 (@F1) November 19, 2023
Charles Leclerc's incredible last-lap overtake on Sergio Perez for second place! 🤯😮💨#LasVegasGP #F1 @ScuderiaFerrari @Charles_Leclerc pic.twitter.com/xHWOCghqwA
A temperatura baixa da pista também ajudou nas ultrapassagens de maneiras diferentes. Primeiro, bagunçou o grid, porque carros que geralmente são gentis na hora de colocar energia nos pneus sofreram mais que o normal. E dificultou a vida dos pilotos na hora de lidar com o graining. Ou seja, quem forçou muito no começo se deu mal porque o graining se forma quando o pneu é aquecido muito rapidamente e a temperatura exterior é baixa.
Até por isso, nas duas primeiras edições, as melhores estratégias privilegiaram o pneu duro, menos propenso a sofrer graining.
Qual é a melhor estratégia para o GP de Las Vegas

O pneu macio até dá aderência extra para os primeiros metros, mas logo perde muito rendimento. Seria uma boa estratégia para quem está largando mais atrás e aposta em um Safety Car logo de cara. Fora isso, fica a dúvida entre uma e duas paradas.
Como a primeira corrida em Las Vegas afastou o temor de que fosse uma pista em que as ultrapassagens seriam difíceis, isso pode contribuir para estratégias mais abertas no futuro. Afinal, a posição de pista não é tão importante como em outras pistas de rua.
Como foi o GP de Las Vegas de 2024
O GP de Las Vegas, com bastante frio e uma asfalto pouco aderente, foi vencido por George Russell, além de ter marcado o tetracampeonato de Max Verstappen.
Mesmo largando em quarto, Leclerc foi muito agressivo no começo e chegou a tentar passar Russell na briga pela liderança, mas destruiu seus pneus e saiu da disputa, em uma prova marcada pelo efeito do graining em diferentes momentos.
A McLaren não se deu bem na pista com pouca aderência e Norris estava atrás até mesmo de Verstappen, que corria com uma asa traseira que foi cortada na pista para gerar menos pressão aerodinâmica.
O único que poderia ameaçar Russell seria Hamilton, que largava mais atrás por não ter ido bem na classificação, mas conseguiu se recuperar para chegar em segundo. E Sainz ainda conseguiu salvar um terceiro lugar para a Ferrari.
Max Verstappen foi tetracampeão com um quinto lugar.
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