F1 GP da Grã-Bretanha horários e guia- Julianne Cerasoli Skip to content

Guia do GP da Grã-Bretanha

Mesmo ganhando algumas curvas lentas com as mudanças que já fazem quase 15 anos, o palco do GP da Grã-Bretanha segue sendo um circuito de alta velocidade. As curvas rápidas são duras para os pescoços dos pilotos e para os pneus, que recebem muita energia.

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Além disso, em Silverstone a direção do vento muda constantemente e afeta muito os carros. Inclusive, é uma área tão plana que era uma antiga base aérea da Royal Air Force. Isso, sem falar na chuva, e sempre aparece.

@Mercedes

Silverstone tem grande importância para a história da F1: foi lá que a categoria realizou sua primeira corrida da história. O evento foi tão importante na época que contou, inclusive, com a presença da Rainha Elizabeth 2ª que, curiosamente, nunca voltou a marcar presença em eventos da categoria. Ela acabou vendo a festa italiana de Giuseppe Farina e da Alfa Romeo.

Qual é o melhor acerto para a pista de Silverstone

Por ser uma pista de curvas alta velocidade, usa-se tradicionalmente mais carga aerodinâmica em Silverstone. Contudo, foi-se o tempo em que a pista de Silverstone mostrava quem tinha o carro mais equilibrado e que produzia bastante downforce para se segurar nas curvas de alta. Como essa geração de carros com efeito-solo consegue com certa facilidade fazer sequências como Maggots-Becketts de pé embaixo, agora vale mais ter um carro que gere menos arrasto do que quantidades enormes de pressão aerodinâmica.

Os pneus também ganham uma cambagem negativa para liderem melhor com as curvas longas de alta velocidade. As suspensões podem ser mais duras, já que as zebras são mais baixas.

Um segredo de Silverstone está na configuração da unidade de potência. Os pilotos freiam por somente 8% da volta e a recuperação de energia é fundamental para um bom rendimento. Mais do que isso: as equipes têm que estudar bem como vão programar a coleta de energia e seu uso ao longo da volta, sempre atentas ao que seus rivais estão fazendo.

Em 2021, por exemplo, a estratégia de uso da unidade de potência da Mercedes foi o que permitiu a Hamilton atacar na Copse. Na verdade, ele sabia que ali seria sua chance justamente porque tinha mais energia elétrica vinda de sua UP naquele trecho da volta.

Ultrapassagens no GP da Grã-Bretanha

Para uma pista de alta velocidade, Silverstone não é ruim em termos de promover ultrapassagens. Foram 31 em 2022 e 28 no ano anterior, embora o número tenha caído (26) em 2023 e 2024. Elas, geralmente ocorrem em bom número principalmente nas curvas 6 (Brooklands) e 15 (Stowe, embora seja um pouco mais arriscado).

E também é interessante que o percentual de ultrapassagens com DRS é de cerca de 60%, o que é relativamente baixo. Isso talvez tenha a ver com as zonas mais curtas da pista, que não são longas embora a pista tenha quatro retas.

Como as entradas de curva são rápidas, fica difícil mesmo encontrar um lugar para passar e carros com ritmo semelhante costumam ficar presos em “trenzinhos de DRS”.

Qual é a melhor estratégia no GP da Grã-Bretanha

A perda de tempo real do pit stop em Silverstone é relativamente curta, de cerca de 22s contando a parada, embora os gráficos da TV mostrem um número muito maior, perto de 30s. Esse número se refere à cronometragem desde quando o piloto entra no pitlane até a saída. No entanto, ele é diferente da perda real porque, ao fazer este caminho, ele deixa de contornar duas curvas lentas na parte final do traçado.

Dá para ultrapassar, ainda que não seja fácil. E a pista também é muito dura com os pneus, devido à energia gerada pelas curvas de alta velocidade, mas o problema antigo de superaquecimento depois que você segue um rival de perto por muitas voltas diminuiu bastante com o novo regulamento.

O asfalto é mais escuro, então a temperatura sobe mais rapidamente quando o sol aparece. E, com o vento em Silverstone, isso pode acontecer de uma hora para a outra.

Portanto, é uma corrida em que estratégias de mais de uma parada são válidas, mas isso depende no nível de desgaste. E isso está relacionado ao clima britânico, que não é dos mais fáceis de prever.

Outro ponto que temos visto em Silverstone é uma variação de compostos. Não é incomum que os três compostos de pneu sejam utilizados durante a corrida, dependendo do carro e do momento da parada.

Além disso, trata-se de uma pista em que o Safety Car costuma aparecer (8 vezes nas 10 últimas provas), o que pode afetar a estratégia dependendo do momento da interrupção. Quando há um acidente, inclusive, é muito mais provável ver o SC do que o VSC quando se observa os dados históricos.

A Pirelli sofreu com alguns estouros de pneus em Silverstone nos últimos anos

Uma Volta em Silverstone

A volta em Silverstone é uma das mais clássicas da F1, mesmo que o circuito tenha passado por alterações ao longo dos anos. O primeiro segredo para uma volta de classificação é usar as últimas curvas, mais lentas, para gerar temperatura nos pneus e começar bem a volta. A primeira freada forte é Village, a terceira curva. A saída deste trecho é importante para a Wellington Straight.

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A freada da Brooklands é conhecida por ser ondulada e fica numa parte da pista em que o vento tem mais influência. Depois do trecho de média velocidade, chega a Copse e o complexo Maggots-Becketts-Chapel, que joga os pilotos de um lado a outro com uma força equivalente a quase 5x a força da gravidade.

Após mais uma reta, a Stowe costuma ser um lugar para ultrapassagens, mas o vento pode pegar os pilotos de surpresa. Depois de passar pela zona de menor velocidade da pista, perto da entrada dos pits, a volta está completa com a reta Hamilton.

Como foi o GP da Grã-Bretanha em 2024

Lewis Hamilton venceu uma corrida de F1, em Silverstone, após 945 dias. Ele começou em segundo, atrás de seu companheiro de equipe Russell, mas o passou na volta 18.

As McLaren, contudo, estavam na frente das Mercedes quando começou a chover no meio da prova. Eles optaram por não pararem ambos os carros juntos, o que prejudicou muito Piastri. A Mercedes fez o double stack e Hamilton saiu na cola de Norris.

A pista começou a secar, mas não o suficiente para os pilotos entrarem no box, o que criou um ritmo lento de propósito e atrapalhou as leituras dos estrategistas. 

No final, Hamilton fez a leitura correta de que deveria colocar pneus macios (mesmo que usados) quando a pista secou, passou Norris e assumiu a liderança. Verstappen, com uma aposta pelos pneus duros, foi rápido nos estágios finais, mas não conseguiu alcançar Hamilton e ficou em segundo, com Norris em terceiro.

A vitória de Hamilton foi sua nona em Silverstone e a 104ª de sua carreira.

2 Comments

  1. Obrigado por colocar os compostos no “raio-X técnico”!

  2. Detestei com essa bagunça de horários.


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