Baku foi o palco de três corridas mais normais em 2016, 2019 e 2022 e outras três em que aconteceu um pouco de tudo em 2017, 2018 e 2021. Mas o padrão é alto. Mesmo quando o GP do Azerbaijão é menos animado, o número de ultrapassagens fica acima da média da temporada (o que só não aconteceu ano passado). E, em 2017 e 2018, foi a prova com o maior número de trocas de posição do campeonato.
Aqui os horários do GP do Azerbaijão
Tudo isso é resultado de um circuito com muros próximos, mas com muitas retas e chances de ultrapassagens, uma mistura única para uma pista de rua. Como um acidente (ou um estouro de pneu) é muito provável e pode mudar tudo, como aconteceu em 2021, é daquelas corridas que podem até ter partes mornas, mas em que tudo pode mudar numa questão de segundos.
Qual é o melhor acerto para a pista de Baku
Trata-se de uma pista de rua até um pouco estranha, já que os carros usam relativamente pouca carga aerodinâmica. Isso, devido ao longuíssimo trecho de aceleração plena da curva 16 à curva 1. A velocidade média da volta mais rápida, por exemplo, ficava perto de 210km/h com os carros de 2021, bem mais do que os menos de 180km/h de média de Singapura e 165 de Mônaco.
Menos pressão aerodinâmica também significa maior movimento nas freadas. Então, é preciso encontrar o equilíbrio certo para o carro não deslizar demais no segundo setor. Isso gera perda de tempo e também mais desgaste dos pneus.
Por conta disso, os melhores carros usaram asas maiores em Baku em 2021. Com os novos carros, as opções foram mais variadas, mas a Red Bull venceu usando menos asa.
Além disso, trata-se de uma pista em que o sistema de recuperação de energia das unidades de potência é colocado à prova. Ninguém quer deixar de ter potência (ou seja, ter o chamado de-rating) no meio do retão, mas o trecho de aceleração plena é longo.
Durante a classificação especialmente, vale a pena ficar de olho na curva 15, uma das mais técnicas do calendário devido à mudança de direção em subida e depois em descida.
Ultrapassagens no GP do Azerbaijão
Uma característica interessante da pista de Baku é que geralmente metade das ultrapassagens são feitas sem o uso do DRS.
São suas as zonas de ativação no circuito (uma perto da outra, no começo da volta), e o segredo é esperar passar pelo ponto de detecção, que fica no meio da reta, para superar o carro que vai à frente. Quem passar antes disso acaba dando o DRS para o rival de bandeja.
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Já vimos manobras em outros pontos, como nas primeiras curvas, mas é sempre bastante arriscado. Você basicamente só tem espaço para passar se o rival evitar o toque.
Qual é a melhor estratégia para o GP do Azerbaijão
Mesmo sendo uma pista de rua, Baku parece mais, aos olhos dos estrategistas, com Bahrein e Áustria, pela facilidade de se ultrapassar. Então a questão da posição de pista, tão fundamental em Mônaco ou Singapura, é muito menos presente no GP do Azerbaijão.
Some-se a isso uma perda de cerca de 20s no pitstop, abaixo da média da temporada, e você tem a receita para uma prova aberta do ponto de vista estratégico.
Outro fator importante é o Safety Car, cuja probabilidade é de mais de 50%. Dependendo de quando ele aparecer, é outro fator que abre a possibilidade de estratégias diferentes.
Por outro lado, o asfalto de Baku não é dos mais abrasivos, ainda que, como vimos na corrida de 2021, é bom não esperar toda a borracha se desgastar para ir aos boxes. Com uma zona de aceleração longa, o pneu não dá aviso de que vai estourar. Além disso, como o GP costuma ter muitos toques, sempre há o risco de passar por cima de algum detrito. E um pneu com menos borracha fica mais exposto a furos.
Mesmo assim, a tentação de fazer um undercut bem adiantado para tentar tirar o piloto do trânsito ou para aproveitar um SC existe porque os estrategistas sabem que o pneu vai durar. Além da falta de abrasividade do asfalto, o próprio desenho do circuito acaba protegendo os pneus de superaquecimento. Então se o piloto conseguir proteger bem a borracha no setor 2, ele tem a reta inteira para fazê-la voltar à temperatura ideal e uma coisa acaba equilibrando a outra.
Como foi o GP do Azerbaijão em 2023
O GP do Azerbaijão mudou a trajetória do campeonato 2023 da F1. Mas só descobrimos isso depois. Max Verstappen foi dominado por Sergio Perez por todo o final de semana, o primeiro que separou totalmente os eventos da sprint e do GP em si. Mas aproveitou a prova para testar uma nova maneira de pilotar o carro. Que o fez esmagar o mexicano no restante da temporada.
Quando foi dada a bandeirada, o que mais ficou daquele final de semana foi como o GP do Azerbaijão foi morno. Apenas 23 ultrapassagens em uma pista que já rendeu algumas corridas malucas. Dessa vez, foi uma corrida mais estudada. Leclerc largou na frente e foi facilmente superado pelas duas Red Bull, com Verstappen à frente. Perez conseguiu fazer o holandês desgastar seus pneus, ficou mais tempo na pista antes de parar, fez o overcut e venceu.
No resto do pelotão, como os pneus duros se desgastaram pouco, não havia diferença suficiente de performance entre os carros para gerar ultrapassagens. E o GP de 2023 não entrou exatamente na história das melhores provas de Baku.
3 Comments
Interessante a reportagem mas não tem data!!!!! Quando será a corrida ?????
Ela sempre escreve essa reportagem pra corrida da semana. No caso 06/06/21 será a prova.
Ano que vem será a corrida. Em junho de 2023