F1 Hamilton caminha para ser maior britânico, enquanto Pirelli dá uma de Bridgestone - Julianne Cerasoli Skip to content

Hamilton caminha para ser maior britânico, enquanto Pirelli dá uma de Bridgestone

Motor Racing - Formula One World Championship - Russian Grand Prix - Race Day - Sochi, Russia

Nada mal para quem, antes do início desta temporada, nunca havia vencido sequer três provas em sequência. Lewis Hamilton caminha para se tornar o piloto britânico mais vitorioso da história. Com 145GPs na carreira, o líder do campeonato igualou as 31 vitórias de Nigel Mansell, que disputou 192 provas. Ele já tem os recordes de britânico com maior número de poles e pódios.

De quebra, Hamilton superou a campanha de Ayrton Senna de 1988 ao vencer pela nona vez na temporada – e o fez após 16 etapas, mesmo número de provas daquele ano.

Mas demorou justamente 31 vitórias para Hamilton ser, finalmente, campeão de construtores, uma trajetória sem paralelos na Fórmula 1. A Mercedes conquistou o título com três corridas de antecipação, assim como a Red Bul havia feito em 2011 e 2013. Porém, com a pontuação dobrada, há mais pontos em jogo em 2014.

Foi uma conquista com estilo, com direito à nona primeira fila apenas com Mercedes e nona dobradinha – recorde são 10, da McLaren em 1988, ainda que campeonato tenha tido três provas a menos que o atual.

Trata-se da 15ª equipe a ser campeã de construtores, campeonato criado em 1958. Porém, podemos considerar essa equipe de Brackley tricampeã, pois ela vem do espólio da antiga Tyrrell, dona do título de 1971, e Brawn, vencedora em 2009.

Falando em mundial de construtores, os 22 pontos de Sochi representaram o melhor resultado da McLaren desde a primeira prova do ano. Além de ter passado a Force India, o time de Woking começa a ensaiar um incômodo à Ferrari: são 45 pontos de diferença

A estreia da Rússia – 31º país a receber a Fórmula 1 – com casa lotada foi uma ótima notícia para a categoria, que fez, em Sochi, uma prova pelo 71º circuito diferente em sua história. Pena que uma escolha equivocada da Pirelli fez com que o espetáculo apresentado deixasse tanto a desejar.

Houve outras provas com apenas uma parada – a próxima etapa, nos EUA, sempre é uma forte candidata – mas nunca um piloto fora capaz de fazer toda a prova com um jogo de pneus, parando na volta 1, e não tendo sinais de degradação (Nico Rosberg fez a volta mais rápida com um giro para o final, sendo apenas destronado por Bottas). A última vez que isso aconteceu – e Fernando Alonso lembra disso como ninguém – foi no último GP da era Bridgestone, em Abu Dhabi. Longe de ser o melhor exemplo da história em termos de emoção.

Mas houve um alento. Apesar de não ter conseguido reproduzir a grande classificação na corrida, o piloto da casa Daniil Kvyat obteve a melhor posição do grid para um piloto russo, com o quinto lugar. No entanto, parece meio estranho dizer que esse era o GP caseiro do piloto da Toro Rosso, que nasceu na cidade de Ufa, a 1500km de Sochi.

Os russos também viram a primeira vez em que uma equipe participou de um final de semana de GP com apenas um carro desde o GP do Canadá de 1994 – Simtek, time de Roland Ratzenberger. Que as coincidências com aquela temporada acabem por aqui.

9 Comments

  1. É, grande Julianne, o “pássaro selvagem em cativeiro” (copyright Julianne Cerasoli) parece ter se libertado e agora voa cada vez mais alto. . . Destaco que você sempre fez análise justas e imparciais sobre ele (como também sobre os demais pilotos; quando eu crescer, rsrsrs, vou querer ser competente como você).

    Faço apenas um pequeno reparo: a Tyrrel foi campeã em 1971, em 72 foi a Lotus, ano em que a Autosprint estampou na capa de uma de suas edições que Emerson Fittipaldi deu uma úlcera em Stewart. . . (não sei se foi a causa, rsrs, mas Stewart teve mesmo uma úlcera estomacal).

  2. Julianne, desculpe-me por estar fora do tema do post, mas lembra aquela minha velha curiosidade sobre a Maria Teresa de Filippis e a capacidade de pilotos idosos ainda poderem “pegar pelo pescoço” carros de alto desempenho? Pois dê uma espiada no vídeo abaixo, com o Fritz D’Orey, um dos pioneiros brasileiros na F 1 na década de 50, aos 76 anos de idade ainda mandando ver com muita categoria, numa prova de subida de montanha, em Portugal, com uma Ferrari.

    https://www.youtube.com/watch?v=EKMwmCC1zUc “Tacando-lhe o pau” a partir de 0,59seg.

  3. Parabéns Julianne. Excelente texto e mostrando a real. O que mais gosto das suas analises é que elas sao justas e imparciais. Sempre baseadas em dados lógicos…pois para um esporte de lógica, esse é o melhor caminho.
    Eu lembro quando vc escreveu em 2013: -“…E, se o próprio Lewis Hamilton admitiu a essa coluna que não sente a vontade no carro “que foi desenvolvido para Nico e Michael, pois demora um tempo para adaptá-lo ao meu estilo de pilotagem”, e é terceiro em um campeonato que seria de adaptação, imagine o que está por vir.”
    Vc estava certa…realmente o que veio foi alem das espectativas de algumas pessoas. Enquanto uns achavam que ele queria ser cantor de HipHop, vc mostrou que ele tinha um objetivo maior. E estava vendo estas bases que hoje estao mostrando a sua eficiencia.
    Que Hamilton continue escrevendo esta história. Se colocando entre os mais mais da F1.
    Abrcs

  4. JU estou esperando uma matéria sobre essas reviravoltas dos pilotos vettel vai mesmo pra Ferrari como tudo indica ou pode esta indo pra outro lugar? Alonso vai mesmo pra mclarem ou vai para as montanhas? button? magnussem? como ficariam Alonso indo pra mclarem? kimi pode voar fora e ser a dupla vet x alo na Ferrari? ou essa dupla pode esta indo pra mclarem? revivendo senna e prost rsrsss estou curioso como isso vai terminar.

    • Caro Chrystian, permita-me expor o que penso. Grana não deve ser problema para Alonso. Então, SE ele resolver tirar um ano sabático na F 1 (o que seria péssimo sob todos os aspectos) deveria direcionar suas pretensões para participar das 24 Horas de Le Mans e das 500 Milhas de Indianápolis (com certeza teria importantes portas abertas se quisesse), na tentativa de obter a tríplice coroa, feito que até hoje só Graham Hill conseguiu: Mônaco (5 vezes), 24 Horas de Le Mans e o Campeonato Mundial de Fórmula 1 (2 vezes).

      Alonso andou esticando demasiadamente a corda e agora obviamente está se vendo diante de uma situação indesejada, posto que, não obstante sua genialidade ao volante, acabou refém de sua personalidade difícil e nesse momento depende da boa vontade de Ron Dennis, que está numa posição de força para negociar diante das intransigências do espanhol. Talvez já sabendo que seu projeto com a Honda não reúne condições de ser vencedor em 2015, Dennis tem mais tempo para esperar que Alonso, o qual depende de variáveis que não controla, como um eventual aborrecimento de Hamilton com a Mercedes, no caso de o inglês não conseguir o título. Creio que no fundo quem detém a chave para as decisões de Alonso é mesmo Hamilton. Eu sempre digo que o bom cabrito não berra (Alonso é um péssimo cabrito, rsrsrs) e penso que Hamilton – caso não consiga o título, (o que acho difícil em CNPT) – deveria permanecer na Mercedes e enfrentar Rosberg numa revanche, a menos que ele se sentisse provadamente prejudicado na equipe alemã, coisa que nós de fora não temos a menor condição de aferir, só mesmo o próprio.

      Ouso dizer que diante de um Rosberg cada vez mais forte e brilhante, Alonso em igualdade de condições na Mercedes teria grande dificuldade para se impor a Nico em velocidade pura, eis que o alemão vem dando enorme trabalho a Hamilton, e as pole positions têm imenso valor não apenas em várias pistas, mas também podem ser decisivas no estabelecimento de estratégias para vencer. E velocidade pura não é o quesito em que o genial Alonso é mais forte. Em suma, ele não teria vida fácil na Mercedes, ainda mais com um Rosberg já campeão mundial, cheio de autoconfiança. E Rosberg é consistente também, característica que compartilha com Alonso. O espanhol correria sério risco de ser batido pelo alemão e poderia ter sua aura de excelência arranhada. E será que a Mercedes aceitaria dar a Alonso a condição contratual de primeiro piloto, sem qualquer privilégio, já contando com um Rosberg provadamente muito bom e campeão mundial? Ainda mais com toda essa perspectiva de ela continuar dispondo de um carro dominante em 2015?

      Para concluir, apesar da necessidade mútua, fico imaginando o clima de trabalho entre Alonso e Ron Dennis, depois de tudo o que ocorreu e com os dois se conhecendo melhor. . . Qualquer fagulha poderia causar um incêndio de grandes proporções. . .

      Agora passo a palavra aos amigos Alex e Wagner, quero saber seus pontos de vista.

      Grande abraço.

      • Desculpem, onde se lê “E será que a Mercedes aceitaria dar a Alonso a condição contratual de primeiro piloto, sem qualquer privilégio, já contando com um Rosberg provadamente muito bom e campeão mundial?”

        eu quis dizer: ” E será que a Mercedes aceitaria dar a Alonso a condição contratual de primeiro piloto, COM TODOS OS PRIVILÉGIOS, já contando com um Rosberg provadamente muito bom e campeão mundial?”

        • aucam amigo vc pode ficar a vontade pra se meter, adoro suas analises e eu mesmo tenho um pouco da sua visão, nem sempre números mas sim as performances de cada piloto, a corda esta esticando demais pra Alonso amigo e num duvido que vá a mclarem nas condições que tio ron dennis queira kkkkkkkkk entendeu nehhh mas acho que vettel na Ferrari levará uns 3 ou 4 anos pra levantar, mas acredito que vai se levantar ….e a foto do carro da mercedes na frente da fabrica da Ferrari e ai zuação ou só marketing?

      • Na minha opinião, a possibilidade do Alonso entrar na vaga do Hamilton na Mercedes é zero. Teria que acontecer uma catástrofe muito grande dentro da Mercedes pro inglês sair da equipe e deixar o caminho vago pro espanhol.

        Lewis tem o melhor equipamento no momento, e provavelmente carro pro vencer por pelo menos mais dois anos. Por mais que o crescimento do Rosberg tenha sido grande nesta temporada, e as brigas com o alemão tenham afetado o clima na equipe, Hamilton sabe que pode bater o Rosberg, como ele vem fazendo este ano. Pra que sair da equipe e ficar brigando no meio do grid novamente? Não tem sentido.

        Vou deixar um link de uma recente entrevista do Toto Wolff a espn americana, na qual ele cita a situação contratual do Lewis e seu desejo de continuar com o piloto inglês.

        http://en.espnf1.com/mercedes/motorsport/story/179825.html

        Abraços.

        • Pois é, Mp3-23. Eu acho remotíssima a possibilidade de Alonso na Mercedes, mesmo na improvável situação de um Rosberg campeão mundial (eu digo improvável porque em condições normais de temperatura e pressão Hamilton ficará com o título deste ano, 9 vitórias dele contra apenas 4 de Rosberg dão bem a medida das coisas, e ainda mais se considerarmos que os infortúnios de Lewis foram maiores que os de Nico). Lewis tem um perfil muito diferente de Alonso, ele aceita expor-se, aceita se medir com outros ases e acredito que numa improvável hipótese de Rosberg vir a ganhar o título, ainda assim Hamilton ficaria na Mercedes para a revanche contra o alemão em 2015, assim como aconteceu com relação a Button, ano em que o inglês se sagrou vice, à frente de Lewis. Vencendo então campeonato de 2014 e permanecendo na Mercedes, Lewis terá pela frente a chance de igualar e superar os números estatísticos de Vettel, que, pela lógica e pela bateção de cabeças que se vê na Ferrari, ainda custará a voltar a vencer, otimistamente aí uns dois anos, no mínimo.

          A Mercedes vem fortíssima em 2015 e deverá ser um carro dominante no mínimo pelos próximos anos e Lewis, com sua fome de vitórias vai querer usufruir disso tudo, para premiar a audácia que teve ao se transferir da McLaren, deixando sua zona de conforto, para uma Mercedes que àquela altura ainda podia ser considerada uma incógnita como é hoje a Honda. Uma Mercedes que comia pneus, que gastava demais, cheia de problemas, que tinha freios que não lhe inspiravam confiança, a tudo isso Hamilton enfrentou com resignação e confiança, é natural que agora queira colher os frutos de toda a sua ousadia, que se manifestou fora das pistas também, como se viu. E Nico, fortíssimo, velocíssimo, é prata da casa na Mercedes, seria muitíssimo improvável que a Mercedes o dispensasse, até pelo fato de ser muitíssimo duvidoso que Alonso quisesse correr junto com Hamilton novamente, na mesma equipe. Em suma, são muitíssimos “muitíssimos”, rsrsr. . . Assim como Lewis teve ousadia e botou fé na Mercedes, o espanhol também deveria por fé em uma McLaren powered by Honda. É pegar ou largar (mas imagino como será o clima entre ele e Dennis, pois qualquer relação é como um fio: é possível reatar as pontas rompidas, mas sempre será perceptível e sensível o nó que surge do reatamento. Nunca mais as coisas voltam a ser como antes. O mais curioso nesse affair Alonso x Ferrari é que ele deixa a Rossa com o mesmo número de vitórias de Massa: onze.

          Grande abraço.


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