F1 Hamilton x Button: que diferença uma fila no grid faz! - Julianne Cerasoli Skip to content

Hamilton x Button: que diferença uma fila no grid faz!

Muito já foi dito no post sobre as estratégias a respeito das diferenças entre as corridas de Vettel e Webber, Alonso e Massa. Durante o final de semana, a dinâmica entre outras duplas também chamou a atenção: Hamilton tirou leite de pedra na classificação e relegou Button à segunda fila. Encaixotado na largada, foi parar no meio da muvuca. E, como dizem os ingleses, o resto é história.

O sobe e desce entre os companheiros da Sauber foi outro ponto interessante, mas este é um tema para o próximo post. Por ora, voltemos à McLaren.

Nos treinos livres, Button parecia mais confortável com o carro e dava a pinta de que superaria Hamilton, que por várias vezes aparecia fritando os pneus. Porém, repetindo algo que não é exatamente uma novidade no confronto entre os dois, Lewis brilhou no Q3 e evitou a 1ª fila da Red Bull, enquanto Jenson se perdeu e justificou a grande diferença em relação ao companheiro com a turbulência por ter feito a volta rápida muito próximo de Rosberg.

Lewis Hamilton Jenson Button
Posição na classificação
Tempo da Classificação (Q3) 1’24.307 (-0.4720 1’24.779
Posição na corrida
Voltas 58/58 58/58
Pit stops 2 (16, 36) 3 (16*, 17, 37)

*drive through

Ambas as McLaren não largaram bem, mas enquanto Hamilton conseguiu se valer

da vantagem por ter o Kers e se defender de Webber, Button se viu num sanduíche, entre Petrov e Alonso, e acabou perdendo 2 posições.

Ficou preso atrás de Massa, que se defendeu muito bem dos ataques de um carro bem mais rápido. Sua corrida acabou ali. Na volta 10, a diferença para o líder já superava os 20s – e chegava a 18s em relação ao companheiro. Mas o cenário poderia piorar: repetindo Alonso em Silverstone, cortou a chicane para passar o brasileiro, demorou para devolver a posição, o piloto da Ferrari fez o pitstop e Button acabou punido com um drive through.

Sem Massa a sua frente, conseguiu melhorar o ritmo em 1s por volta. Após a punição, levava 30s de desvantagem para Vettel, o que aumentou para 62s depois de fazer sua primeira troca de pneus – seus pneus já estavam acabados, mas a equipe parece tê-lo deixado na pista o máximo possível para que ele atrapalhasse Vettel, quando o líder voltava dos boxes.

Enquanto isso, Hamilton se mantinha a 2, 3s do líder, cujos pneus se degradaram mais rapidamente.

Hamilton Button McLaren Australia 2011
Esse foi o mais próximo que Button chegou de Hamilton, quando companheiro parou nos boxes pela primeira vez

No segundo trecho, passou a andar ligeiramente mais rápido que Hamilton – a distância caiu para 50s –, que já não conseguia se manter no mesmo ritmo de Vettel e viu a diferença para o líder subir para 12s na volta 36, quando ambos fizeram a segunda parada. O inglês teve que diminuir o ritmo, pois o assoalho de seu carro, que completava o maior número de voltas em sequência desde o lançamento, estava se soltando

Button se beneficiou da batida entre Rosberg e Barrichello e passou Kobayashi para voltar a encontrar Massa, mesmo após o drive through. O ritmo do brasileiro era, novamente, cerca de 1s mais lento. O inglês o passou na volta 48 e manteve a 6ª posição até o final. Terminou 31s à frente do piloto da Ferrari, sendo 10s deles ganhos nos boxes e o restante, na pista. Descontando o tempo do drive through, ficaria entre Alonso e Webber, ou seja, não é de se descartar que lutaria por um pódio caso tivesse se mantido longe de confusão.

7 Comments

  1. Bela análise!
    Então podemos dizer que, ao contrário do que muita gente disse por aí, o Q3 ainda é crucial.

  2. Julianne,

    Interessante quando você comenta que a equipe pode ter deixado o Button na pista com pneus gastos para tentar atrasar o Vettel que retornava da troca de pneus e no final favorecer Hamilton.

    Você acha que o Massa pode ter tido a mesma orientação para segurar o Button no começo da corrida para permitir a recuperação do Alonso? Os dados permitem alguma análise nesse sentido? Pois ele segurou o Button o quanto quis e nem com KERS e ATM a McLaren conseguia passar.

    Em algum lugar é transmitido na íntegra a conversa entre piloto e box ou a FIA continua liberando só alguns trechos selecionados?

    • É possível, mas não creio. A explicação é simples: a grande diferença é que o Button mostrou que tinha mais ritmo, enquanto o Massa manteve por toda a prova uma desvantagem de ritmo muito grande em relação ao próprio Button e a Alonso. Ele estava lento de fato, claramente com muita dificuldade com ambos os compostos.
      Veremos o que acontece no calor da Malásia.
      Aliás, você recebeu meu e-mail sobre o Ecclestone?

      • Sim, claro.

        Bernie se coloca contra a regra dos motores 1.6 turbo para 2013, pois usa a tática de dividir para governar e tentar obter mais vantagens na renovação do Pacto da Concórdia mantendo as coisas como estão.

        Vai ser uma briga boa entre Bernie e Jean Todt.

  3. Depois de todo alvoroço criado pelos pilotos sobre a durabilidade dos pneus, achava que pilotos arrojados como Vettel Hamilton e Alonso, sofreriam mt. Inclusive achava que a pole não faria tanta falta, afinal o rítimo alucinante da pole, poderia detonar os pneus. Não foi o caso, fica a dúvida, se pela temperatura, ou se a Pirelli não é tão irresponsável como diziam. Colocaria Hamilton, Alonso e Vettel atualmente, no nível de pilotos que superam as mazelas de suas máquinas, ao passo que seus companheiros, apesar de rápidos, inconsistentes quando saem da “normalidade”. Algo que me parece mt peculiar a esses pneus, é o fato de serem avessos à disputas, e nessa toada, quem se mantiver longe de batalhas, tem tudo para abrir vantagem. A cobiça pela primeira fila vai ser grande.

    • A temperatura não estava tão mais quente que nos testes, desconfio que eles mudaram mesmo os pneus. Mas, por enquanto, só podemos especular. Veremos na Malásia.

      • Ju, tem mais um detalhe importante, afinal além da temperatura, Melbourne pela pouca aderência mecânica, deve possuir um asfalto pouco abrasivo.


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