Primeiro, nos privaram das alternativas trazidas pelo alto desgaste dos pneus. Depois, a Mercedes praticamente determinou que o piloto que termina a primeira volta em primeiro lugar vai vencer a prova, ao impedir que seus pilotos adotassem estratégias diferentes desde a confusão do GP da Hungria, quando Lewis Hamilton, que largara no fim do pelotão, acabou tendo uma tática mais eficaz que Nico Rosberg e chegou na frente.
Por essas e outras assistimos a mais uma procissão nesta temporada.
A própria Pirelli admite que seus pneus atuais são duros demais. Isso, é claro, é resultado da falta de testes dirigidos especialmente à borracha e a um excesso de cautela que é reflexo, por sua vez, da chuva de críticas que a fornecedora recebeu quando estava fazendo o que o dono dos direitos comerciais da F-1 pediu para ser feito – o que não é o que os times querem.
Este é um problema que pode começar a ser resolvido ano que vem, com mais liberdade de escolha dos compostos (assunto que vou aprofundar nos próximos dias no blog). Mas e a questão da Mercedes?
Na situação atual, em que está perdendo para Rosberg em classificações, Hamilton quer mais oportunidades de mudar a história de sua corrida do ponto de vista tático. Já Rosberg pondera que, como algumas vezes é difícil saber, de antemão, qual a melhor estratégia, seria injusto abrir a possibilidade de ‘premiar’ quem está atrás.
Ambos têm sua parcela de razão e é interessante ver como um piloto campeão do mundo reage em uma situação dessas, pressionando a equipe durante e depois das corridas, em comparação com quem parece destinado a ficar no quase.
Para nós, depois de uma corrida como esta, nos resta apostar no crescimento da Ferrari. Os carros vermelhos chegaram a cerca de 15s do vencedor nas últimas duas provas. No paddock, contudo, pouca gente realmente acredita que seja possível que a Scuderia tire uma diferença dessas já para o ano que vem. Mas talvez uma mistura entre a nova distribuição de compostos e uma flexibilidade estratégica à qual o time italiano pode recorrer seja exatamente do que a F-1 precisa para tornar mais raras tardes entediantes como a de Interlagos, um cenário tão acostumado a sediar grandes provas.
Em relação à Williams, é difícil crer que o pneu traseiro direito do carro de Massa realmente estava 27ºC acima do permitido, contrariando – e por grande margem – as medições feitas por três instrumentos da própria equipe, que apontavam algo como 104 a 106ºC, lembrando que o limite é 110ºC. Após horas de discussão com os comissários, Rob Smedley estava muito contrariado no paddock em Interlagos, segurando os dados que demonstram um erro na medição da FIA.
O mais contundente desse caso é que seria muito difícil um pneu estar tão acima da temperatura e não estar com a pressão também tão alta. Calcula-se que, para acompanhar os 137ºC que a FIA mediu, a pressão deveria estar pelo menos com 2.5 psi a mais do que foi verificado. De qualquer forma, a punição a Felipe Massa deve ser o que menos vai doer para o piloto, que claramente se abateu por não se encontrar logo em sua casa. Ele, assim como Interlagos em si, esperava muito mais.
12 Comments
Não tenho pessoas próximas que são ´fãs de verdade de F1. Hoje alguns amigos mobilizaram e assistiram a prova,,, se animaram talvez pelo foco na transmissão desde as 9:30 ao vivo do autódromo.
Avisei a todos para que não desanimassem pois tivemos pelo menos 5 ótimas corridas neste ano…já previ, contrariado, um cenário quase idêntico ao do ano passado….
MERCEDES, UMA OUTRA EQUIPE JÁ DISTANTE…E O RESTO DISTANTE…
Como em 2014 Hamilton possuía o ritmo mas no S do Senna e na junção o carro perdia totalmente o equilíbrio o que impossibilitava uma disputa ao final das retas dos boxes e oposta, hoje foi muito semelhante.
Duvido que Hamilton vá aceitar isso, no México ele deixou claro para os quatro cantos do mundo sua frustração por ter que trocar o jogo de pneus…hoje clamou por uma estratégia distinta e não foi atendido….Inacreditável o que a Mercedes tem feito…a postura é desnecessária já que não possuem adversários a altura no momento, lamentável, os títulos de pilotos e construtores estão resolvidos, esperava outra postura da equipe…
Na verdade Vettel e Hamilton estão certos, eles clamam por mudanças no regulamento, e lamentaram muito pós corrida, reclamaram muito das pessoas que definem o futuro da categoria…
A minha esperança é que em 2017 tudo mude, e os carros com pneus mais largos consigam contornar o S do Senna, junção, “curvão” que antecede a reta na Espanha, dentre outras, mais próximos e realizem mais ultrapassagens….
“AI QUE SAUDADE DOS PNEUS FAROFAS, QUE SAUDADE DOS TESTES QUE PERMITIAM REAÇÕES NO MEIO DA TEMPORADA, QUE VONTADE DE TESTEMUNHAR O EFEITO SOLO”
Com carros idênticos, alguns circuitos realmente são impossíveis de ultrapassar como afirmou Hamilton, o mesmo que ganhou peso (influenciou no 0.88 na classificação), o mesmo que parece ter esquecido que sim, ele pode chegar aos 68 de Schumacher.
POR AMOR, AS CAUSAS PERDIAS …. DUAS SÃO DEMAIS, QUE ABU DAHBI, SALVE MEU ULTIMO DOMINGO DE F1
Corrida pífia, a mais fraca do ano, na minha opinião. Suas considerações estão excelentes, Julianne.
Interlagos – quando não chove – tem mesmo essa tendência de espaçar os carros. No traçado antigo – ainda que altamente seletivo – era pior ainda. No entanto, não tiro os méritos de Rosberg, que foi indiscutivelmente brilhante, inalcançável, do Q 3 à vitória. Nico esteve perfeito, velocíssimo e sem erros, suportando bem a pressão de Hamilton, que em alguns poucos momentos esteve bem próximo. E ainda dizem que Rosberg é fraco. . . Às vezes brinco chamando-o de RosBERGER, mas quem disse que Berger que era um piloto fraco? É claro que Berger não tinha a genialidade de um Ayrton Senna, mas o austríaco estava longe de ser um mau piloto. O mesmo ocorre com Rosberg: há vezes em que Hamilton tem que se conformar em chegar atrás dele. Aliás, não há nada de errado ou estranho nisso, NÃO EXISTEM PILOTOS INVENCÍVEIS: Clark às vezes perdia para Graham Hill, Alonso várias vezes perdeu para o próprio Hamilton estreante, Senna perdia para Prost, Vettel perdia para Webber e perdeu no ano passado para Ricciardo, que por sua vez agora está perdendo para Kvyat e assim as coisas se passam.
Então, concordo com o que o POWER sempre observa aqui no Blog da Julianne: que Rosberg é muito mais forte do que a percepção geral, e que Hamilton é que andou elevando a sua própria pilotagem para batê-lo, especialmente nesta temporada. Parabéns a Nico – e que esses bons resultados o fortaleçam para que oponha mais resistência a Hamilton em 2016, tornando as disputas mais eletrizantes. Espero e tenho convicção de que Vettel vai incomodar bastante as Mercedes na próxima temporada, assim como quero Alonso de volta ao jogo.
Mas quero voltar a falar nesta oportunidade de novo sobre MAX VERSTAPPEN! Com o execrado e fraco motor Renault, o VERSTAPPINHO, correndo pela primeira vez em Interlagos, em sua primeira temporada temporada na F 1, DESMENTIU na prática as queixas de Vettel e Hamilton sobre as atuais dificuldades de ultrapassar, e PROVOU isso com uma ultrapassagem LINDA e ANTOLÓGICA – NA CURVA – sobre o experiente e “encardido” Sérgio Pérez, este com anos de automobilismo na bagagem, não apenas na F 1, mas na GP 2 (onde foi vice-campeão), na F 3 Britânica (campeão nacional), e com passagens na Fórmula BMW e A 1 (este um carro pesado e potente), isto sem falar de seu comecinho nos carrinhos do Skip Barber, quando o mexicano saiu dos karts. Ao contrário do Verstappinho, que saiu direto do kart para uma temporada INCOMPLETA de F 3 Européia (3º colocado), ganhando ali um montão de corridas em cima das feras Esteban Ocon e Tom Blomqvist. Comparativamente a Pérez (e a qualquer piloto do atual grid, inclusive Carlos Sainz Jr.), é muito escassa a formação AUTOMOBILÍSTICA – propriamente dita – de Max Verstappen.
Esses aspectos têm que ser realçados para que se possa avaliar BEM tudo o que MAX vem fazendo em sua PRIMEIRA TEMPORADA COMPLETA no automobilismo, LOGO NA F 1!!! Só essa magnífica e sensacional ultrapassagem sobre o combativo Sérgio Pérez (com um poderoso motor Mercedes) já me leva a considerá-lo como tendo sido o STAR OF THE RACE mais uma vez, além de ele ainda ter beliscado um pontinho com o anoréxico motor Renault (feito que Ricciardo não conseguiu).
MAX consegue reunir duas características aparentemente INCONCILIÁVEIS: ARROJO E CONSISTÊNCIA!
Esperem MAX VERSTAPPEN correr na mesma equipe (e isso inexoravelmente vai acontecer, tenho convicção) ao lado de SebVet ou Lewis Hamilton para vocês verem o que é emoção! Enquanto isso, vão se divertindo (assim como eu) com as linhas de curvas e linhas de aproximação sempre inteligentes, indefensáveis e sobretudo INESPERADAS de Max Verstappen. Observem! (Remember a Blanchimont, audaciosamente por fora em cima de Nasr).
Por último, mais um corridão de Kvyat! Esse Marko, (ex-piloto de Porsche 917), tem mesmo um fino faro!!!
Não acredito que a Ferrari dispute a próxima temporada em condições de igualdade com a Mercedes. Mas acho que eles podem encostar um pouco mais. E isso fará que a Mercedes mantenha ainda mais seus pilotos na mesma estratégia e tendo um escudeiro protegendo o que estiver na frente. Continuaremos tendo várias corridas definidas no treino e na primeira curva. Que tenha muita chuva ano que vem e 2017 chegue logo.
Desta vez o GP do Brasil foi fraco! Com excessão da linda ultrapassagem do Verstappinho sobre o Perez, a corrida foi quae uma procissão. Praticamente a corrida ficou definida quando no sábado, o Rosberg conquistou a pole. No domingo éra só fazer uma boa largada e pronto! Naturalmente o Hamilton relachou com a conquista do campeonato. Más o Rosberg vem (com a ajuda da Mercedes) recuperando o moral-quase-perdido que por pouco seria irremediavelmente destruido pelo Hamilton nesta temporada! Apesar da performance do Rosberg não o vejo com garra para peitar o Hamilton em 2016! Espero que a Ferrari dê um belo carro para o Vettel disputar palmo-a-palmo o título no ano que vem! Ah! Antes que me esqueça, Vestappinho éh o kra!!!!
Tive o enorme desprazer de perder meu fim de semana indo a Interlagos mais uma vez. Depois de decadas indo a corridas, por que nao mais essa?
A questao da corrida estar pre-definida nem me incomoda tanto quanto o que se tornaram esses carros de hoje. Mas incomoda bastante!
Uns lixos no som que denotam fraqueza, debilidade. Pelos tempos de voltas percebemos o tanto que estao lentos. Dai tem o tema da facilidade como dirigem. Nao me venham com os dificeis volantes de playstation porque isso nao me convence. Ou varias mudancas na volta em componentes. Ao vivo percebe-se que os carros estao sim faceis. Os erros nao sao punidos, as linhas sao muito retas. Acabou gente balancando nas curvas, saidas de curvas tortas… parece que tudo esta controlado la dos pits. Ou que sai controlado.
A questao do som dos carros me perturba a ponto de querer ir na paulista vaiar Jean Frog e Bernie (que diz ter sido contra esses motores de imbecis). Ouvimos mais o barulho do deslocamento de ar e os rolamentos que o motor. Nossa, fiquei com UM do de quem foi la pela primeira vez.
Li que a globo levou tinta no ibope. I wonder why. Nao sei como foi a narracao, mas ao vivo estava tao chato que nao ha galvao bueno ou luciano do valle que aumente a emocao de um defunto.
Melhor teria sido uma ida ao Ibira dar uma corridinha, ler algo de bom a tarde.
Sera que ninguem la de dentro consegue ver que estao fazendo?
Essa corrida foi TRISTE!! dei uma cochilada na volta 30 e acordei na 62. Sempre fui fã da marca Mercedes-Benz, mas na F-1 já tá ficando chato aturar as políticas da Mercedes pra corrida. É difícil pro o ano que vem, mas tomara que a Ferrari venha forte pra dar uma surra de toalha molhada nas flechas de prata, não custa sonhar. E o Rosberg tá dando coro no Hamilton sim, pelo menos nas duas últimas corridas. O Hamilton tem que aceitar que perdeu pra doer menos e parar com essa vida loka nas vésperas de GP.
Desculpaí Michael Rotch, mas, ao vivo, aí muda tudo. Aparecem detalhes que não vimos em nenhuma transmissão. É possível ver e comparar diversos tipos de pilotagem e, o evento em si, é uma coisa de louco.
Tudo bem que, quando fui lá , (aconteceu em 6 anos), ganhei o convite de uma empresa e fiquei na área VIP, que nem rei. E mais, os motores eram V8 .
Concordo quando AUCAM diz sobre o Verstappinho, que o moleque é arrojado. Ele já descobriu o segredo do S do Senna, ou seja, se não dá pra colocar por dentro no fim da reta, o jeito é botar por fora para, na segunda perna você estar por dentro e aí não tem como. Só que o cara tem que ter peito pra ficar lado a lado com o adversário. É só para os feras.
Pra mim, que tem gasolina premium na veia, não tem corrida chata. Ela pode ser sensacional, boa, ou ‘menos boa’. Ruim, chata, ou deixar de assistir a transmissão, jamais.
Realmente a corrida deixou muito a desejar! em relação a disputa entre Hamilton e Rosberg não acredito que o inglês tenha feito “corpo mole” na corrida, o alemão conseguiu suportar a pressão do Hamilton e não cometeu erros ( diferente do que aconteceu em Austin). Em relação a classificação do sábado principalmente na volta decisiva do Q3 O alemão tem conseguido aquele “algo a mais” !também vale salientar que o alemão tem conseguido largar melhor coisa que até então não conseguia fazer regularmente nesta temporada.
Em relação a MAX VERSTAPPEN este realmente vem fazendo uma boa temporada de estreia! surpreendendo ao meu ver não pela velocidade ( que já era uma característica notória do mesmo) mas sim pela regularidade que vem apresentando. E brincando um pouco com situações hipotéticas seria ele uma opção para a vaga do kimi na Ferrari já em 2017? fica ai o questionamento!!
Corrida chata? Mais uma né?! Eu venho avisando faz tempo. Querem saber o que aconteceria se por exemplo, em 2012, colocassem a RBR e a Force India de então pra disputar a GP2? É só ver a temporada desse ano. O pódio Hamilton-Rosberg-Vettel deverá ser o mais repetido da história, e a Mercedes iguala o recorde dela mesma do ano passado de 11 dobradinhas numa temporada. Eu realmente lamento profundamente por quem foi a Interlagos neste domingo. Pagou uma fortuna por algo que, na TV, já foi bem duro. Nem nas temporadas de 2011 e 2013, que foram um porre até pra torcedor do Vettel, estava tão chato assim. Mesmo nessas temporadas pelo menos 5 pilotos venceram e mesmo quando o Vettel “sumia” tinha briga do 2º em diante.
E já adianto, não esperem nada muito diferente em 2016. Talvez a Ferrari venha um pouquinho melhor e ganhe 4 corridas ao invés de 3, ou talvez a McLaren alcance um pódio. Mas já adianto que só em 2017 teremos emoções, com 2 tetracampeões brigando pelo título.
Opiniões de Eddie Jordan e David Coulthard:
http://www.gptoday.com/full_story/view/546968/Verstappen_in_the_same_mould_as_Senna_and_Schumacher/
Extraído do site Grande Prêmio:
“Parece que a exibição do GP do Brasil não agradou tanto quanto a Globo gostaria. Nos dados prévios divulgados pelo Ibope, a prova transmitida na tarde deste domingo (15) deixou a emissora atrás da Record na briga pela audiência, pela primeira vez na história.”