“Sou o Leicester City da F-1”. Foi assim que Nico Rosberg se definiu, referindo-se ao ‘patinho feio’ do campeonato inglês de futebol que apareceu como zebra e hoje é seríssimo candidato ao título. Isso, mesmo após ter vencido as últimas quatro provas disputadas, sendo três em 2015. Ataque de modéstia? Reconhecimento de que esta sequência de vitórias só foi possível porque faltou foco a Hamilton após o título? Ou seria uma nova tática para se motivar para a temporada?
Não é de hoje que Rosberg se coloca como azarão. Parece se sentir bem nesse papel mesmo que isso signifique enfrentar uma dura realidade: afinal, se ele tem o melhor carro há dois anos e ainda se vê como zebra, é porque sabe que tem alguém fazendo um trabalho melhor, certo?
Mas o alemão também joga com a inteligência e busca, com declarações como esta, jogar a pressão para cima de Hamilton, cujo histórico como favorito ao longo da carreira não é tão bom, vide os erros cometidos nas segundas metades de 2007, 2008 e 2010, por exemplo. A tática, contudo, esteve longe de funcionar ano passado, quando o inglês foi praticamente perfeito até selar o título – mesmo tendo controlado o campeonato desde o início.
Também é verdade que o próprio Rosberg não se deu bem na pele de favorito: quando abriu 29 pontos na ponta após o GP da Bélgica de 2014, começou a cometer um erro após o outro.
Mesmo tendo encontrado seu papel dentro da disputa, Rosberg pode dizer que tem a aplicação tática, mas vai precisar mostrar muito mais da garra do Leicester se quiser derrotar um Hamilton no auge. O inglês é como se fosse o Barcelona: cheio de cartas na manga, imagine que ele pode ‘acionar’ Messi com suas voltas certeiras para conquistar pole positions, ou ‘lançar’ para Neymar se precisar ultrapassar na corrida. O inglês tem várias habilidades que, juntamente de um carro com o qual se sente à vontade após três anos de integração com o time, são difíceis de bater.
A tal garra de que Rosberg precisa apareceu aqui e ali nesses dois anos. Uma delas foi justamente no Bahrein, país que recebe a etapa deste final de semana, em 2014, em uma frenética luta pela vitória nas voltas finais. Foi aquele empate suado que se tornou derrota aos 40 do segundo tempo, mas serviu para deixar o Barcelona esperto para o jogo seguinte. É desse tipo de jogo, mais do que aquelas vitórias jogando contra um time misto no final ou o triunfo com Messi e Neymar longe de suas melhores atuações, que o tal Leicester da F-1 precisa emplacar para ser levado a sério.
4 Comments
Roberg = Leicester City… Boa julianne! Realmente o bom-Rosberg não passa de um azarão nesta corrida pelo título. Já estar provado, decantado e requentado que o Rosberg éh apenas um bom-piloto e, nos dias muito-especiais, ele faz frente ao Hamilton! Creio eu, se ao invés de a Mercedes tivesse fechado com o incrível(?)-Hulk em 2013, hoje talvez teríamos Rosberg com 02 (dois) títulos mundiais. Más só que caprichosamente, o destino decidiu por um dos trio-de-ferro (Vettel, Alonso e Hamilton) numa das cadeiras da equipe prateada… e deu no que deu! O Hamilton só não leva o titulo deste ano se houver algo de muito-extraordinário com ele ou se a Scuderia der o chamado “pulo do gato” na fase européia (que eu particularmente não acredito!!!) porque piloto-por-piloto em condições normais, vai dar de-novo o capitão-Amilton!
JULIANNE e BRAZ:
Reconheço o inteiro teor de seus textos, certifico e dou fé. E, nada mais havendo a acrescentar, assino embaixo.
Grannnde mestre-AUCAM! Seu reconhecimento éh uma honra!
Concordo, senhores. No braço o Nico não ganha, tem que apelar também para a parte psicológica do Hamilton. Mas este anda zen ultimamente, Então deve vir o tetra.