F1 Mais um GP de Abu Dhabi movimentado - Julianne Cerasoli Skip to content

Mais um GP de Abu Dhabi movimentado. Do segundo para trás

Max Verstappen bem que tentou vencer o GP de Abu Dhabi de seu jeito preferido nesta temporada: controlando o ritmo, levando os pneus mais longe para fazer uma parada só, e mostrar o grande ponto forte da Red Bull nesta temporada, a performance com pneus usados. Mas a briga quente pelo vice-campeonato de construtores e o ritmo forte adotado logo de cara mudou o jeitão da corrida.

Verstappen venceu mesmo assim, claro, como fez outras 18 vezes na temporada. Segurou a pressão de Charles Leclerc na primeira volta, e o monegasco logo se convenceu que sua briga não era com o holandês. Verstappen, por sua vez, não sabia muito bem o quanto podia forçar na primeira parte da prova, já que ninguém fez simulações de corrida no FP2, interrompido duas vezes por bandeiras vermelhas.

Quando recebeu o ok da equipe que poderia forçar o ritmo, não foi mais alcançado. Mesmo fazendo duas paradas, ou seja, não podendo usar toda a vantagem da Red Bull com pneu usado, ele venceu com 18s para o rival mais próximo.

Perez perdeu pódio em toque com Norris

Sergio Perez comprovou como, mesmo com duas paradas, o ritmo da Red Bull era muito superior, ao sair da nona colocação no grid e terminar em segundo na pista, em quarto na classificação final após uma punição pelo toque com Lando Norris enquanto abria espaço no meio do pelotão.

Perez fez a mesma estratégia dos demais pilotos que chegaram nas primeiras colocações. Largou com o médio, e fez outros dois stints de duros. Ganhou muito terreno no final de cada stint, ficando mais tempo na pista que os rivais diretos e, ainda assim, andando muito rápido. Ele surgiu em sexto após a primeira parada, depois em quinto.

Perez terminaria em terceiro sem o toque com Norris. Mas estava em segundo na pista na tentativa de Charles Leclerc deixá-lo passar para garantir o vice-campeonato de construtores para a Ferrari, o que seria um feito e tanto para uma equipe que estava em quarto lugar em setembro.

Leclerc x Russell

Com a confiança renovada desde a atualização da Ferrari em Singapura, Leclerc teve um ritmo forte por toda a prova e, inclusive, fez seu primeiro pitstop antes de Verstappen, algo raro nesta temporada. Mas sua briga era com George Russell, a Mercedes mais próxima. Afinal, se ele conseguisse ficar à frente do inglês, e se Carlos Sainz batesse Lewis Hamilton, o vice seria bem provável.

Russell largou em quarto e chegou a perder a posição para Norris, agressivo na segunda curva. Com pouca velocidade de reta, ele custou para se livrar das duas McLaren que tinha entre si mesmo e Leclerc. Primeiro passou Piastri na pista, e depois Norris nos boxes, parando junto do compatriota.

Norris não tinha ritmo para tentar retomar a posição. A McLaren até esteve forte na classificação – Lando errou e poderia ter feito a pole – mas destruía seus pneus quando tentava seguir no mesmo ritmo de Russell e Leclerc. Com isso, Lando terminou em quinto e Oscar, em sexto.

Russell também não tinha ritmo para acompanhar Leclerc. Ele passou boa parte da prova a 3, 4s do monegasco, sem conseguir pressioná-lo. Com cinco voltas para o fim, foi passado por Perez, que à essa altura já tinha a punição de 5s. Querendo liberar o mexicano para que ele abrisse a vantagem que precisava para ficar na frente de Russell, Leclerc o deixou passar, mas não foi o suficiente.

Sainz x Hamilton. Ou quase isso

Até porque a Ferrari não pôde contar com Sainz para melhorar sua pontuação. O espanhol nunca esteve tão confortável quanto Leclerc, e ainda pegou muito ar turbulento na classificação. Saindo em 16º, precisava ou de um ritmo muito forte com o pneu duro no começo da prova, o que não teve, ou de um Safety Car, que não apareceu.

Sainz ficaria até a antepenúltima volta esperando o SC, tendo feito a corrida toda com o pneu duro. Como ele não veio, o espanhol teve que ir para o box para usar os dois compostos regulamentares. E não pontuou.

Do lado da Mercedes, ainda bem que o time não precisou do resultado de Lewis Hamilton dessa vez. O inglês esteve desconfortável com o carro durante todo o final de semana, se classificou apenas em 11º, teve um toque com Pierre Gasly ainda no primeiro terço da corrida, e viu um pequeno dano na asa atrapalhar o resfriamento de seus freios. Terminou apenas em nono.

O dia em que Tsunoda liderou na F1

Foi também a corrida de despedida de Franz Tost

Fernando Alonso conseguiu um sétimo lugar, depois de passar Yuki Tsunoda nas voltas finais. O japonês foi um personagem da corrida, chegando a liderar por cinco voltas. A AlphaTauri, com um assoalho novo (possivelmente, testando algo para a Red Bull usar em 2024), tentou fazer a estratégia de uma parada funcionar. 

Tsunoda largou em sexto e lá ficou até que os demais paravam cedo, indicando que fariam duas trocas. Ele conseguiu levar seus pneus médios até a volta 22, o suficiente para parar só uma vez. Mas isso também significaria ficar vulnerável ao ataque dos pilotos que estavam com pneus mais novos no final. Com o oitavo lugar de Tsunoda, a AlphaTauri acabou não conseguindo superar a Williams na luta pelo sétimo lugar entre as equipes.

No final das contas, Abu Dhabi teve outra corrida movimentada, mostrando que as mudanças feitas na pista em 2021 foram positivas. Mas nada que afete o domínio abissal de Verstappen na temporada 2023.

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