F1 Mapa das ultrapassagens desmistifica DRS e pneus - Julianne Cerasoli Skip to content

Mapa das ultrapassagens desmistifica DRS e pneus

Há algumas provas, mostramos um levantamento da Mercedes que chegou à conclusão de que a zona de ultrapassagem não era o local preferido dos pilotos para realizar suas manobras. Passada metade da temporada, novos dados coletados pela equipe alemã mostram que a tendência continua.

É claro que a possibilidade do uso da DRS colabora com as ultrapassagens nas demais partes do circuito, pois permite que um piloto siga o outro com menos dificuldade que em um passado recente, mas não deixa de ser animador que a FIA tenha mais acertado do que errado em relação ao posicionamento e extensão da zona de ultrapassagem.

Houve provas em que as manobras foram banalizadas, como na Turquia, no Canadá e na China – antes da reta terminar, o trabalho estava feito e os pilotos sequer disputavam a freada. No entanto, na maioria das vezes a DRS funcionou como agente facilitador, e não decisivo.

Os pneus têm papel fundamental nisso. Mesmo em situações de diferenças mínimas de estratégia, os dados sugerem que um conjunto carro/piloto que cuida melhor do pneu consegue prevalecer.

Mesmo que, com a maior fartura de ultrapassagens, as manobras na primeira volta tenham perdido importância, o rei das largadas do ano passado, Michael Schumacher, continua a colecionar ganhos logo no início da prova. Em quatro ocasiões, ganhou de três a quatro posições e, em uma, na China, subiu cinco postos após a primeira volta. Isso, em nove provas.

Total de ultrapassagens: 623*
Carros velozes x nanicas: 175
Entre companheiros de equipe: 43
Usando o DRS: 180
Restante (ultrapassagens “normais”): 225
*não inclui ultrapassagens na primeira volta ou por resultado de problemas no carro

Vale lembrar que este número de ultrapassagens “normais”, excluindo quando as nove mais bem colocadas equipes pegam as Hispania, Lotus e Virgin, as lutas entre companheiros (que são deixadas de lado devido à dificuldade em se detectar ordens de equipe) e efetuadas na zona de ultrapassagem, já está perto do total da temporada de 2009 (244).

Corridas com mais ultrapassagens

Canadá: 136
Turquia: 123
China: 97

Até aqui, nenhuma surpresa, uma vez que são três circuitos que tradicionalmente promovem mais ultrapassagens – prova de que o traçado influi mais do que qualquer medida mirabolante.

Corridas com menos ultrapassagens

Mônaco: 22
Grã-Bretanha: 29
Austrália: 30

Famosa pela dificuldade em gerar ultrapassagens, Valência teve 44 manobras, o dobro de Mônaco, sendo 16 na primeira zona de ultrapassagem e seis na segunda – 22, ou metade, do total. Aí podemos dizer que a DRS teve papel fundamental, porque as três que entram na lista da maior escassez de manobras também são as que tiveram as zonas menos eficazes.

Com pouco consumo de pneus e zona de DRS pouco efetiva, a corrida de Mônaco teve o menor número de ultrapassagens

DRS

Menos de um terço, ou 29% das ultrapassagens foram feitas nas zonas de ultrapassagem e em quatro corridas elas superaram a média: China (33% ou 31 ultrapassagens), Turquia (41%/50), Barcelona (35%/29) e Valência (50%/22). As provas em que a DRS menos funcionou foram Mônaco (2), Austrália (5) e Grã-Bretanha (6).

Pneus

Os dados mais interessantes são a respeito do impacto dos pneus Pirelli. Contando apenas aquelas 225 manobras “normais”, cerca de 55% foram feitas quando a diferença entre “idades” de pneus era de menos de cinco voltas e 45% quando a discrepância era maior.

Os números são parecidos quando avaliadas as ultrapassagens com DRS: 52% quando a diferença de uso dos pneus era de até cinco voltas e 45% nos casos em que os compostos eram mais de cinco voltas mais velhos.

O circuito em que os pneus tiveram mais impacto foi Barcelona – não coincidentemente, um dos mais difíceis para se ultrapassar – e as corridas com períodos de chuva (Canadá e Grã-Bretanha) foram as menos influenciadas pelos Pirelli, até porque os intermediários parecem durar bastante e conviver bem com um asfalto meio molhado, meio seco.

O que os pneus certamente influenciaram foi o número de pitstops:

Total de pitstops: 560 (incluindo punições)
Drive though/stop and go: 11/4
Corridas com maior número de paradas: Turquia (82), Espanha (77) e Canadá (76)
Corridas com menor número de paradas: Mônaco (43), Austrália (46) e Silverstone (54)

1 Comment

  1. wow, q analise!


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