F1 Mercedes na briga - Julianne Cerasoli Skip to content

Mercedes na briga

Finalmente conhecemos, na Hungria, os pneus que devem terminar a temporada, depois de uma queda de braço que começou em maio. E vimos a Mercedes, carro que mais sofreu com o desgaste da primeira metade do ano, conquistar a pole e vencer de ponta a ponta mesmo sob forte calor. Seria o bastante para colocar fogo no campeonato?

Desde o início do ano, a Mercedes é o carro com maior aderência especialmente em curvas de baixa – e, não coincidentemente, venceu na Hungria e em Mônaco – devido ao sistema FRIC, que permite atacar mais as zebras e ser um carro com a frente bastante presa. Porém, o lado negativo disso é o fato dos pneus traseiros se superaquecerem – o W04 anda com 5 a 10ºC a mais que os rivais durante as provas.

Este, portanto, tem sido o desafio da equipe, que investiu em dutos de freio que tirassem dos pneus o calor produzido pela frenagem. Além disso, uma espécie de concha de fibra de carbono instalada na caixa de câmbio permitiu mudanças na geometria da suspensão traseira, também diminuindo a temperatura dos pneus traseiros. O monitoramento foi outra área que melhorou, com a instalação de um sensor na asa dianteira que mede o calor dos pneus por infravermelho.

O que também pode ajudar a Mercedes é o fato do pneu que estreou na Hungria ser melhor em dissipar o calor do que o usado anteriormente devido à troca do material da banda de rodagem – aço por kevlar.

Mas concluir que a questão dos pneus está resolvida em qualquer tipo de circuito/condição climática é dar um passo maior que a perna. Eis alguns fatores que temos de levar em consideração:

Na Hungria, Hamilton acabou não tendo a concorrência direta de Vettel, preso atrás de Button, mesmo tendo mostrado que pode usar o ritmo de classificação aliado à facilidade de se livrar do tráfego – por seu jeito decidido com as ultrapassagens e um carro com boa velocidade de reta – para dificultar a vida da Red Bull.

Além disso, há o retrospecto de quatro vitórias do inglês em Budapeste. Sobre isso, fico com o testemunho do ex-piloto de testes da McLaren, atualmente na Ferrari, Pedro de la Rosa. “Hamilton neste circuito é imbatível. Quando trabalhava na McLaren, via coisas incríveis dele na telemetria.”

Por fim, temos de lembrar que a temperatura da pista não é o único fator que coloca calor nos pneus: a abrasividade do asfalto e a carga gerada pelas curvas também são igualmente importantes. E, na Hungria, o asfalto é mais liso e não há curvas de alta velocidade. Na Bélgica, por outro lado, devemos ter o cenário inverso, com temperaturas ambientes baixas e traçado duro com os pneus. Se a Mercedes andar bem lá, é bom a Red Bull abrir o olho.

9 Comments

  1. as viúvas do massa torcem para que não; mas o Hamilton põs sangue novo na equipe…e alemão nao brinca em serviço, né

  2. Ju, perdoe se eu tiver perdido algo, mas você já detalhou aqui como funciona esse tal sistema FRIC?

    • Acabei não tendo tempo de explorar esse tema, como havia prometido. É um sistema hidráulico que visa integrar as suspensões dianteira e traseira. Durante uma curva, a altura do carro sofre uma série de alterações, e a missão do FRIC é manter essa altura estável e igual, dando confiança ao piloto e evitando um desgaste exagerado do pneu que ficaria “mais apoiado”. Basicamente é isso.

      • JU, mas não seria “essa” suspensão uma suspensão ativa, e portanto irregular?

  3. Ju, mas como há a previsão de chuva, e tendo a Mercedes essa facilidade em aquecer os pneus, não seria uma boa para os prateados?

    • Chuva principalmente em Spa não depende só de pneu. A pista é muito extensa, então é importante tomar decisões no momento certo. E quem optar por um acerto com menos downforce sofre muito na água no segundo e terceiro setores.

  4. Sim Senhora!! Fez uma exposição de fatos corretissima. A verdadeira analise fica para depois de mais duas corridas. Mas eu já entreví que a Mercedes é a que pode (Sim!!) estragar a festa da RBR no final do ano. Mais do que o olho, o pessoal de Newey precissa por as maos na brasa, porque olho bem abertos eles têm.
    Que venha Belgica!!


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