F1 Muita coisa pode dar errado em uma largada na F-1 - Julianne Cerasoli Skip to content

Muita coisa pode dar errado em uma largada na F-1

A temporada 2011 da F-1 pode estar batendo todos os recordes de ultrapssagens, mas as largadas continuam sendo muito importantes para o resultado final. Que o diga Mark Webber. O piloto é o que tem o resultado mais negativo em relação ao companheiro até aqui – chegou à frente de Sebastian Vettel apenas uma vez no ano – e, não coincidentemente, é o que possui o pior saldo entre posições ganhas e perdidas: impressionantes -24. Por que será que é tão difícil o australiano acertar uma?

São inúmeros os fatores que interferem nas largadas. Elas dependem em parte dos ensaios feitos durante todo o final de semana e das leitura feitas pelo engenheiros destes dados, assim como da velocidade de reação e sensibilidade do piloto nos primeiros metros. Saber onde se colocar nas primeiras curvas também também é decisivo.

Uma boa largada começa já na sexta-feira, quando os pilotos testam diferentes configurações de embreagem na saída do pit lane durante os treinos livres. Ao final das sessões, costumam ainda fazer o mesmo na própria posição de largada, já que os níveis de aderência podem ser distintos.

Até na “largada” para a volta de apresentação os pilotos testam a configuração e, no caso de patinarem, os engenheiros têm cerca de um minuto e meio para encontrar uma solução e informar o piloto sobre como proceder. Essa configuração de largada é controlada por meio do volante, sendo que a equipe nada pode fazer dos boxes a não ser instruí-lo.

Mas uma embreagem bem “afinada” não é garantia de boa largada. O piloto deve deixar as rotações de motor nos níveis adequados, soltar a primeira das duas embreagens o mais rapidamente possível quando as luzes se apagam e soltar a segunda lentamente, de acordo com a aderência.

Como existem essas duas fases, é normal vermos um piloto pular bem, mas perder terreno nos metros seguintes – ou o contrário, sair não tão bem e depois dar uma estilingada. Quando isso acontece, dá para colocar na conta do piloto. Quando já não sai da linha bem, é bem mais comum uma falha no carro – Webber, por exemplo, reconheceu que a má largada de Cingapura foi culpa sua, ao contrário de Spa – lembrando que hoje não há mais sistemas que controlam as largadas eletronicamente.

Após estas duas fases, ainda cabe ao piloto se posicionar bem na freada para a primeira curva – sempre alguém fica encaixotado, tem de frear antes e acaba perdendo posição, que o diga Felipe Massa em várias provas desse ano – e saber usar o Kers, que só pode ser ativado quando o carro passa de 80km/h.

Isso quando não vem alguém e bate bem no meio do seu carro...

O normal é que os pilotos não usem todos seus 6s6 de Kers aos quais têm direito na largada para poder defender-se ao longo da volta, mas pelo menos duas vezes neste ano vimos Fernando Alonso pular de quarto para primeiro – em Monza e Barcelona, ambas as vezes jogando para a torcida por saber que não tinha carro para vencer a prova – gastando todo o Kers logo de cara. Definitivamente não é pouca coisa que pode dar errado.

5 Comments

  1. Isso é uma aula de pilotagem! Parabéns Ju! Ótimo trabalho como sempre!

    • Wagner, tava sentindo sua falta aqui no blog! Obrigada!

  2. Muito bom, Ju! Acho que alguns pilotos deveriam relembrar das primeiras aulas deles de largadas!

  3. Boas Julianne.
    Gostei e muito da matéria apresentada, gosto demais de F1, e principalmente dicas para que a gente aprenda cada dia mais, pois parece tão fácil, sentar num bólido desses e sair queimando os pneus, como se fosse um carro normal, ah se fosse assim. Abraços, vou ler os teus posts sempre.

  4. Mas acho que nada justifica as largadas horrorosas que o Webber tem feito. O cara é experiente, jogar a culpa na aderência do pneu é covardia, é o mesmo para todos.


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