F1 Ninguém entra em acordo sobre as asas móveis - Julianne Cerasoli Skip to content

Ninguém entra em acordo sobre as asas móveis

Entre ontem e hoje, alguns engenheiros top da F1 começaram a dar seus pitacos a respeito das já polêmicas asas traseiras. E, como era de se esperar, já que ninguém viu o novo artifício em ação, não há consenso.

Adrian Newey criticou bastante a ideia. “Há o perigo de que a ultrapassagem fique artificial demais e, no momento, a vantagem que ela dá é muito grande. Temos que ajustá-la para que não fique muito fácil, a ponto de você querer estar em 2º na última volta. Pessoalmente, e sou minoria nessa opinião, a dificuldade de ultrapassagem é super-valorizada, porque com essa dificuldade quer dizer que, quando alguém ultrapassa, é realmente memorável. Se virar uma Nascar, acho que perderemos algo.”

Além do aspecto da competição, Newey vê problemas de segurança. “Os finais de reta são as piores áreas. Preocupo-se com as velocidades em tempos de asa traseira móvel e KERS. A questão não é tanto a velocidade em si, mas sim a diferença entre os carros”, afirmouo projetista da Red Bull, lembrando-se do acidente de Mark Webber em Valência.

Adrian Newey teme que cenas como essa possam se repetir

Já Pat Symonds comemorou a ousadia, mas ficou em cima do muro em relação aos resultados da novidade. “O esporte tem sido muito conservador porque, no passado, um time era capaz de vetar as regras. Hoje, com a FOTA, se 70% dos times concordarem, a regra muda”, apontou o ex-diretor técnico da Renault, que compactua da visão de Newey sobre a ultrapassagem – “ela deve ser como um gol no futebol, não uma cesta no basquete” – e também torce para que não seja uma vantagem estar perseguindo um carro na última volta. “Acredito que haja um grande impacto na estratégia de corrida.”

Symonds é um entusiasta do KERS. “Com a distribuição determinada por regra, acaba seu velho problema de peso. Então é mais lógico do que em 2009.” O engenheiro participou de um evento da Autosport, em que deu outros pitacos interessantes sobre o futuro da F1:

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Mas quem está mais animado com a nova asa é Paddy Lowe, da McLaren. “É a mudança mais entusiasmante e desafiadora do ponto de vista técnico.” O engenheiro acredita que demore duas corridas para que a FIA acerte o passo com a novidade em relação às áreas em que ela poderá ser utilizada e espera que a eles respeitem a individualidade de cada circuito. “Poderemos usá-la em qualquer momento nas classificações. Ela está apresentando oportunidades interessantes de otimização, tem sido divertido”. Será que isso quer dizer que a equipe inglesa vem com outra novidade aerodinâmica atrás da qual todos terão que correr de novo?

Pelo jeito, vamos demorar para descobrir. No 1º teste, a McLaren sequer vai usar a asa traseira móvel em seu carro de 2010. Um ponto interessante citado por Lowe é o banimento das asas dianteiras ajustáveis, que pouca diferença fizeram em dois anos de uso. “Vai ser um desafio a mais durante as corridas, já que agora os ajustes terão que ser feitos no pitstop”.

Sobre os pneus, Lowe afirmou que a McLaren viu apenas um ponto fraco: a falta de tração em saída de curva. “Não é algo que a Pirelli possa resolver facilmente, então é uma área em que estamos trabalhando no nosso carro para eliminar essa deficiência.”

5 Comments

  1. Torço para que anulem essa artificialidade. Ouvindo Newey e Symonds, tomo mais raiva dessa… O pré conceito, “nesse caso em específico”, parece racional. Ouvindo Paddy Lowe falar, vemos o quanto é contraditório o assunto, afinal, ele diz: – …”mudança mais entusiasmante e desafiadora”….para que “a FIA” de o aval de onde e quando se utilizar nas corridas”!? Pow!!! isso é um soco na boca do estômago!!! Onde está o mérito do improviso, a ginga para fintar o adversário? Basta encostar para o outro ter que abrir? Não dá para ter tolerância com isso. Seguindo as palavras de Newey, uma briga como a de Alonso e Vettel em Cingapura, deixará de existir, pois será melhor ser segundo, e aos 49 do 2º tempo… Sendo assim, seria melhor continuar com o duto de ar, afinal, podendo utilizar a qualquer hora, soa menos artificial.

  2. Além de ser difícil de se fiscalizar a asa móvel dá a vantagem a quem está atrás e na minha opinião não existe nada mais anti esportivo do que isso.

    Se um piloto lidera um grupos de carros ele será o maior prejudicado no final das contas!

    Se essa regra estúpida for implementada vai ser uma temporada ridícula.

  3. Corrigindo a gramática!

    Além de ser difícil de fiscalizar seu uso, a asa móvel dá a vantagem a quem está atrás e, na minha opinião não existe nada mais anti esportivo do que isso.

    Se um piloto lidera um grupos de carros ele será o maior prejudicado no final das contas!

    Se essa regra estúpida for implementada vai ser uma temporada ridícula.

  4. Pelo que o Pat disse o sistema terá um localizador GPS e quando for permitido usar, uma luz se acenderá no cockpit e o piloto poderá então acionar o sistema que vai “stolar” (aportuguesando o stall)a asa reduzindo o arrasto aerodinâmico. Agora entendi a lógica da coisa…todavia, acho patético!

    Eu só posso acreditar que de uns anos pra cá essas mudanças constantes de regras virou um “tentativa e erro” e fica o que está bom. Mas sinceramente…esta das asas traseiras ta me soando que já nasce morta! Simplesmente pelo fato da tão falada artificialidade nas ultrapassagens vem trazer às corridas.

    • É um sistema que dá para policiar, assim como a utilização do KERS, mas não vejo graça nenhuma numa ultrapassagem acontecer devido a uma diferença artificial de rendimento. Acho que é uma medida de “efeitos especiais” pra atrair espectadores ou algo parecido. Pra quem gosta, não faz nenhum sentido.


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