F1 Nó tático - Julianne Cerasoli Skip to content

Nó tático

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A máxima de que tudo pode acontecer no GP de Cingapura ficou na promessa na etapa deste ano. Com os pilotos comportados, coube aos estrategistas encontrarem maneiras de mudar o destino de seus pilotos. E eles acabaram nos dando um desfecho pra lá de inesperado, com Nico Rosberg tendo de suar para vencer uma prova que parecia tranquila até 16 voltas para o final.

Curiosamente, tudo começou com um nó tático desenhado pela própria Mercedes, que chamou Hamilton para os boxes para uma parada não programada na volta 45, a fim de ou provocar a resposta de Raikkonen, que passara o inglês na pista voltas antes, ou dar a chance ao tricampeão de ir à caça do finlandês com pneus mais novos no final da prova.

A jogada deu certo até pela já tradicional atitude defensiva do time italiano nas táticas. Quando o engenheiro disse a Hamilton que ele teria de ir para o plano B, estava claro que pararia de novo. Afinal, quando os quatro ponteiros colocaram os pneus macios entre as voltas 31 e 34, estava claro que a ideia era ir até o final, pois a recomendação da Pirelli era dar 34 voltas com o composto – e faltavam menos de 30 naquele ponto.

Qualquer equipe mais astuta estrategicamente teria chamado Kimi assim que os mecânicos da Mercedes começassem a se movimentar, para anular a possibilidade de Hamilton fazer o undercut. Foi isso, aliás, que a Red Bull fez na primeira rodada de pit stops justamente contra o inglês – e, é claro, funcionou.

Mas a Ferrari sentiu o golpe e ainda demorou para decidir se pararia ou não Raikkonen. Quando Hamilton saiu bem mais rápido, não apenas com pneus mais novos, mas também com um composto mais veloz, o supermacio, os italianos ainda tiveram uma segunda chance de tentar salvar o pódio, deixando Kimi na pista, mas decidiram mais uma vez pela tática defensiva. E tiveram de se limitar ao quarto posto.

Como em um ‘efeito rebote’, a Red Bull teve de reagir com Ricciardo e acabou deixando a Mercedes em uma situação complicada – criada por ela mesma. Como Rosberg estava em meio a retardatários justamente na volta em que o time alemão decidia se valia ou não a pena fazer um terceiro pit stop, a opção foi por correr o risco menor, que nesse ponto era ficar na pista e aguentar a pressão de Ricciardo no final, o que provou ser acertado, ainda que bastante limítrofe.

É interessante ver uma equipe que caminha a passos largos para o tricampeonato arriscar tanto. Mas ainda bem que eles o fizeram.

No mais, mesmo com menos ação do que em anos anteriores, o GP de Cingapura ainda teve algumas performances fortes. Sebastian Vettel fez um segundo stint longo e forte para pular de último para quinto, em uma recuperação que foi um misto de bom ritmo e oportunismo, como na manobra dupla em cima de Gutierrez e Sainz. Fernando Alonso conseguiu conservar seus pneus enquanto segurava um trenzinho de carros mais rápidos no início da prova e foi o sétimo. Magnussen fez sua melhor prova em muito tempo, em um momento decisivo para sua continuidade na Renault e Nasr mostrou novamente que sabe gerenciar os pneus, ganhando seis posições em relação ao fim da primeira volta.

7 Comments

  1. Juliane,

    No final do campeonato você poderia fazer uma matéria sobre os pilotos das equipes médias? Alguns deles já estão a algum tempo na F1 mas não evoluem nem involuem (em possibilidade de subir na carreira, não em habilidade). Há alguma esperança para eles ou seriam melhor eles tentarem novas carreiras em outras categorias? Qual a visão dos chefes de Ferrari, Mercedes e RBR sobre eles?

    Obrigado

  2. Boa tarde Julianne, boa tarde de povo do Blog!
    Esse ano a Ferrari tem dado aula de como perde posições ganhas na pista, para a tática das outras equipes. Não é a primeira vez e duvido que será a última até o fim do ano.
    Você teria como fazer uma matéria sobre isso Ju? Ou já fez alguma e não vi?
    Teria como fazer uma matéria sobre o Verstapindo também? Me pareceu que ele chorou mais que o normal no fim de semana e aquele garoto reclamão-bonitinho passou a ser um mimadinho-Chorão. Cadê Aucam pra falar dele?
    Rs
    E se possível, queria saber também sobre a movimentação da Renault e Williams em relação a pilotos.
    Desculpe se peço tanto, é que você é a única do meio 100% imparcial nas matérias, talvez por isso seja o melhor site sobre F1 atualmente.
    Eduardo,
    Certa vez uma entrevista do Nigel Mansel em que ele dizia assim:
    “Na minha época se tudo era mais perigoso, tanto que nos aposetávamos cedo. Um piloto com 150,200 GPs era algo fantástico, hoje em dia temos pilotos que cheram a isso facilmente e alguns que chegam até aos 300 GPs.”
    Acho que essa frase dele resume bem a questão, Hamilton tem seus 30, Vettel os seus 30 tbm, vc imagina eles se aposentando em dois ou três anos?
    Abraços pros meninos, beijos pras meninas e um beijo pra Julianne!

  3. Fiquei na dúvida se o Raikkonen faria o pódio se ficasse com os pneus macios. Mas a Ferrari está parecendo a Willians dos últimos 2 anos em relação a estratégia. Mas foi uma boa ousadia da equipe alemã, sem dar muito tempo para os italianos reagirem.
    Parabéns ao Nico Rosberg que teve um final de semana perfeito, E boa parte da vitória veio o excelente tempo no Q3 e depois com a boa largada. E foi a primeira vez no ano que bateu o Hamilton na pista, sem que o inglês tivesse algum problema. E foi uma vitória incontestável. Tomara que sigam brigando até a última prova. Boa prova do Ricardão, quase deu.

  4. Não tenho preferência entre Rosberg e Hamilton espero apenas que a disputa seja estendida até o final. A Ferrari já perdeu ate vitória esse ano por estratégia errada. Mais uma vez perdeu o pódio por isso. Vettel fez uma grande corrida.Hamilton anda errando demais facilitando assim o caminho do Nico. Essa corrida mostrou que a Mclaren continua longe de Ferrari e Red Bull. Alonso foi sétimo mas muito distante dos ponteiros.

  5. Ju, Kimi conseguiria manter o terceiro lugar caso não tivesse parado após o Lewis? O rendimento da Ferrari com pneus médios não parecia dos melhores.

    • Seria difícil, mas não impossível porque os retardatários foram muito importantes. A questão é que, parando na volta seguinte, a posição fatalmente seria perdida.


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