F1 O fantasma da homologação dos motores - Julianne Cerasoli Skip to content

O fantasma da homologação dos motores

Motor Racing - Formula One Testing - Bahrain Test One - Day 1 - Sakhir, Bahrain

A data-limite é hoje: 28 de fevereiro, prazo máximo de homologação das unidades de potência de 2014 até 2020. Pior para a Renault, que enfrenta sérios problemas nesta pré-temporada. Mas será tão ruim assim? Afinal, como funciona essa homologação e o que os franceses podem fazer a partir de agora para mudar o jogo?

A boa notícia para a Renault é que a homologação das unidades de potência não é total. Na verdade, devido à extensão das mudanças para esta temporada, apenas 8% – ou cinco itens – ficam congelados, todos eles relacionados ao motor turbo. Em um programa divulgado no regulamento técnico deste ano, haverá uma progressão na porcentagem de itens homologados – 23% em 2015, 35% em 2018 e 95% em 2019.

Lembrando que também existe a possibilidade de uma montadora solicitar à FIA a permissão para alterar algum item homologado, caso comprove uma disparidade. A própria Renault conseguiu isso em 2008. Para tal, é necessário que os demais fornecedores concordem, em um processo demorado.

Outro ponto que pode ser comemorado pelos franceses é que toda a parte de não-combustão da nova unidade de potência – os sistemas de recuperação de energia calorífica e cinética – apenas será homologada em 2019. E é justamente esta a área que vem dando dor de cabeça para os fornecedores de Red Bull, Lotus, Toro Rosso e Caterham.

As notícias vindas dos testes dão conta de que os problemas da Renault passam pela programação dos softwares que controlam a gestão da energia elétrica gerada pelos sistemas híbridos, interação entre estes sistemas e superaquecimento especialmente na Red Bull. Depois de algumas destas questões terem sido resolvidas com a força-tarefa após o desastre do teste de Jerez, os carros começaram a ganhar um pouco mais de quilometragem e novos desafios foram aparecendo, ligados à dirigibilidade. Basicamente, a retomada de potência é muito agressiva, dificultando o controle, e a velocidade final deixa a desejar (provavelmente, porque os sistemas de recuperação de energia não estão funcionando a contento). Uma falha no Kers, por exemplo, que representava cerca de 0s3/volta até ano passado, hoje representa por volta de 1s.

Os problemas são maiores ou menores dependendo da equipe. Na Red Bull, há quem diga que uma versão B do RB10 está sendo preparada, com uma parte traseira totalmente remodelada. Aerodinamicamente, o carro parece refinado e os pilotos se mostram contentes. O problema é a compressão que isso causou nos sistemas internos, o que, somada aos problemas da Renault, fazem com que a equipe sofra mais que as demais.

Uma explicação curiosa, inclusive, foi dada pelo chefe do time, Christian Horner. Quando o Kers foi introduzido pela primeira vez, em 2009, o então comandante da equipe Renault (hoje Lotus), Flavio Briatore, decidiu que seria a fábrica do time, em Enstone, e não a divisão esportiva da montadora, em Viry, que desenvolveria o sistema. Isso fez com que, nos últimos anos, a própria Red Bull cuidasse de seu Kers – que, por sinal, era praticamente o único calcanhar-de-Aquiles dos carros tetracampeões mundiais. Com mais know-how do sistema, a hoje Lotus não economizou em saídas de arrefecimento em seu E22 – e não vem tendo o mesmo tipo de problema com os mesmíssimos motores Renault que a rival usa.

A culpa é de Briatore, então? Menos. Os reflexos de uma decisão tomada em 2008 não podem surpreender uma equipe que se mostrou tão eficiente nos últimos anos. O jeito é trabalhar e aproveitar que a homologação de hoje está longe de representar o fim da linha para a Renault.

4 Comments

  1. Acho que faltou visão a Renault e as equipes que usam seus motores. Deveriam ter feito um teste mais cedo, similar ao da Ferrari, com a “unidade de potência” em um carro adaptado. http://www.youtube.com/watch?v=pXNLQQC_AGU

  2. Acredito muito na capacidade dos franceses em resolver esses problemas. Junte-se com a tradicional competência dos Touros e, já vejo que, eles certamente não vão começar na frente mas logo logo vão estar ’empurrando’ os adversários com seu competente quadro de funcionários.

    Não dá pra imaginar Renault Turbo andando atrás de todo mundo. Pela história das marcas, imaginaria a Ferrari passando por todo esse perereco.

  3. Ótimo blog ! Sempre que eu dou uma passada aqui para ver o que há de novo !
    eu adorei seu último post , divulgadas a vários amigos ! Continue postando que eu continuo voltando lol , nos vemos em breve ( :
    Quando você pode dar uma olhada no meu site.


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