Aproveitando a semana do GP Brasil, o FasterF1 inicia uma parceria com o Café com F1. A quatro mãos, traremos análises mais detalhadas e maior volume de informações. E, quando a temporada de 2010 acabar, será só o início de uma série de posts sobre quem fez – e continua fazendo – a história da categoria.
Se observarmos o post anterior, a Red Bull parou de errar estrategicamente na metade do ano, mas vem cometendo uma falha que pode ser decisiva: não apoiar Webber, o piloto que cometeu apenas 4 dos 11 “tropeços” de pilotagem do time no ano, pelo título. E claramente não é uma questão de esportividade.
Quando seus pilotos estavam empatados com 78 pontos, na Turquia, houve uma tentativa frustrada de inversão de posições, confirmada pelas gravações de rádio da FOM. Na Inglaterra, a equipe tirou uma asa dianteira do carro de Webber para cedê-la a Vettel, pois a do alemão tinha se quebrado. A justificativa era de que Sebastian estava à frente no campeonato.
No entanto, o mesmo não aconteceu quando Mark tomou a liderança, a partir do GP da Bélgica. A estratégia de Vettel em Monza, inclusive, tirou pontos do australiano e, no Japão, a declaração de Webber de que “sabe quais são as regras” mostra que há ordens para que eles não lutem por posição.
É uma postura um tanto suicida para quem já deixou tantas chances escaparem durante o ano. Veja qual a matemática para levar o caneco e como o jogo de equipe pode ajudar o time a levar o título de pilotos com Webber:
Cenário A – Alonso campeão no Brasil
Faltando duas provas para o fim da temporada, 50 pontos em disputa, a matemática para o título vai ficando cada vez mais simples. Para sair campeão do Brasil, Fernando Alonso depende das seguintes combinações de resultados:
A1) Se vencer a prova:
– Mark Webber: Precisa terminar de 4º ou menos;
– Lewis Hamilton: Não influenciaria o título do espanhol;
– Sebastian Vettel: Não influenciaria o título do espanhol;
– Jenson Button: Não influenciaria o título do espanhol.
A2) Se terminar em 2º:
– Mark Webber: Precisa terminar de 8º ou menos;
– Lewis Hamilton: Precisa terminar de 4º ou menos;
– Sebastian Vettel: Não poderia vencer a prova;
– Jenson Button: Não influenciaria o título do espanhol.
A3) Se terminar em 3º:
– Mark Webber: Precisa terminar de 10º ou menos;
– Lewis Hamilton: Precisa terminar de 5º ou menos;
– Sebastian Vettel: Precisa terminar de 3º ou menos;
– Jenson Button: Não influenciaria o título do espanhol.
A4) Se terminar em 4º:
Terminando de 4º ou pior, Alonso não sairia campeão do Brasil, pois mesmo sem marcar pontos na etapa de Interlagos, Mark Webber ainda se manteria na briga.
Cenário B – Jogo de equipe
A Red Bull corre o sério risco de perder o título da temporada, mesmo tendo o carro mais rápido nas mãos. Mesmo assim o discurso dos austríacos é de que não vão dar ordem nenhuma, não vão privilegiar ninguém em nome do esporte. Veja o que pode representar para a equipe:
B1) 1º Vettel; 2º Webber; 3º Alonso
Sem Jogo: A diferença de Alonso para Webber cairia para 8 pontos e em Abu Dhabi o australiano teria que vencer e torcer para o espanhol não terminar em 2º;
Com Jogo: A diferença entre os dois cairia para 1 ponto a favor do espanhol e Mark Webber dependeria apenas dele mesmo para ser campeão em Abu Dhabi.
B2) 1º Alonso; 2º Vettel; 3º Webber
Sem Jogo: A diferença entre Alonso e Webber subiria para 21 pontos e o australiano precisaria vencer de qualquer forma e ainda torcer para Alonso ser no máximo 9º;
Com Jogo: A diferença entre os dois seria de 18 pontos e Webber ainda precisaria vencer, pois o empate dá o título para o Alonso, mas caso ganhasse o precisaria torcer para o espanhol ser no máximo o 7º, ainda difícil, mas mais fácil de acontecer.
B3) 2º Vettel; 3º Webber; 4º Alonso
Sem Jogo: Com oito pontos de diferença para Alonso, não bastaria a Webber vencer, pois a 2ª posição seria o suficiente para Alonso em Abu Dhabi. Precisaria de algum escudeiro entre ele e o espanhol;
Com Jogo: Com apenas 5 pontos de diferença, Webber só dependeria dele para levar o caneco em Abu Dhabi, pois mesmo terminando em 2º, Alonso não conseguiria chegar no rival.
B4) 2º Alonso; 3º Vettel; 4º Webber
Sem Jogo: 17 pontos separariam Alonso de Webber e neste caso o australiano, mesmo vencendo, ainda dependeria de um 6º lugar do espanhol em Abu Dhabi. Caso fosse 2º, Alonso não poderia ser mais que 10º;
Com Jogo: Não mais 17 e sim 14 pontos entre os dois, Webber poderia terminar também em 3º e mesmo assim sair campeão, desde que Alonso não pontuasse.
3 Comments
Seria bom mostrar este post para a Red Bull…
Pode soar pouco essa diferença de 2, 3 pontos (tirando os 7 da 1ª para a 2ª posição), mas faltando apenas 2 GPs, isso é uma eternidade. É por isso que a RBR deveria pensar com o cérebro, e não com o “VettelCentrismo”.
E assim como a maioria, não acredito no título do Alonso no GP do Brasil, mas desde que não chova, pois se cair água aqui em São Paulo, o que muito provável irá acontecer, creio eu que as chances do Espanhol aumentam.
GN’R
Você acha que o Vettel aceita deixar passar enquanto ainda tiver chance? Essa é minha dúvida. Será que eles não têm medo de, obrigando-o a fazer isso, perdê-lo para outra equipe?
Você tem razão… Eu também creio que o Vettel NUNCA irá aceitar fazer “ordem de equipe”, só acho que a RBR deveria pressioná-lo, assim como a Sauber fez com o Massa em 2002 (é o que dizem, pelo menos) >>> deixa passar, senão é despedido.
Mas até parece que isso tem chance de acontecer, né! rs… Como você disse, o medo de perder o “favorito” é grande.
GN’R