F1 O lucro dos pneus zerados e a nova “posição de gala” no grid - Julianne Cerasoli Skip to content

O lucro dos pneus zerados e a nova “posição de gala” no grid

Ano passado, a posição “da sorte” era o 18º lugar. Dele, principalmente Jaime Alguersuari – piloto que, assim como seu sucessor Jean Eric Vergne, ia muito mal nas classificações e se recuperava na corrida – saía para pontuar, ajudado pelos ao menos dois jogos de pneus macios novinhos em folha. Mark Webber, no GP da China do ano passado, conseguiu até chegar ao terceiro lugar utilizando deste expediente.

Com carros melhores do que aquela Toro Rosso, Raikkonen na Austrália e Schumacher no Bahrein – largando um pouco mais atrás devido a uma troca de câmbio – mostraram que essa é uma tarefa mais inglória neste ano. O novo “lugar de honra”, ao menos neste início de temporada, tem se mostrado o 11º lugar. Vindo dele, Sebastian Vettel chegou à quarta posição na China e Kimi Raikkonen brigou pela vitória no Bahrein.

Essa variação é explicada pela aproximação entre os compostos e as escolhas da Pirelli. Ano passado, os italianos, além de terem pneus mais diferentes entre si, levaram à maioria das provas compostos mais extremos – por exemplo, macio e duro, ao invés de macio e médio. Isso trouxe uma variação interessante que mexeu em todo o final de semana: guardar mais de um jogo de pneu macio já não é tão importante quanto ano passado, uma vez que as últimas provas têm mostrado uma preferência das equipes pelos médios.

Explicando: em 2011, os pneus macios eram os melhores para a classificação e a corrida e os médios/duros só eram usados basicamente pela obrigatoriedade do regulamento. Agora, os compostos mais duros têm papel efetivo na diminuição do número de paradas na corrida, e menos stints são feitos nos macios. Portanto, se a grande vantagem de ficar no Q1 era ter muitos jogos de macios zerados, como eles podem não ser usados na corrida, não fazem tanta diferença.

Guardar um jogo, entretanto, ainda é vantagem, pois o composto terá de ser usado obrigatoriamente em um dos stints. E é aí que entra a “magia” do 11º lugar, caso o piloto tenha um carro suficientemente rápido para não ter gasto seus três jogos na classificação – carros bons ou passam para o Q2 só com os duros ou fazem apenas uma volta rápida, com macios, no Q1 e no Q2.

Com um jogo de macios zerado, de acordo com Ross Brawn, é possível dar duas ou três voltas a mais, pelo menos. Pode parecer pouco, mas isso vai diminuir o tempo de pista com os outros jogos e permitir a adoção de um ritmo mais forte. Dependendo da pista, será a diferença entre fazer duas ou três paradas. Além disso, 11º é obviamente o mais perto que se pode chegar daqueles que têm de largar com o pneu com que fizeram sua volta rápida.

É óbvio que o melhor é largar na pole e controlar a corrida da ponta. Afinal, mesmo sem o carro mais rápido do dia, foi o tempo perdido por Raikkonen abrindo caminho que deu a chance de Vettel vencer. Por outro lado, é de se pensar o quanto da ótima corrida do finlandês não dependeu justamente dos pneus zerados. Uma dúvida que temos mais 16 etapas para responder.

1 Comment

  1. O que vc achou do Schumacher dar uma criticada mais dura na Pirelli? Até faz sentido, as vezes não se tirao potencial do carro por conta dos pneus (e que diferença brutal com os velhos tempos do MSC, reabastecimento, pneus indestrutíveis, era pé no fundo o tempo inteiro – eu prefiro como agora, mas que parece endurance quando comparado aos velhos tempos, parece)


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