F1 O mistério alemão - Julianne Cerasoli Skip to content

O mistério alemão

Motor Racing - Formula One World Championship - German Grand Prix - Practice Day - Hockenheim, Germany

A Alemanha é um mistério. Eles dominam o esporte há cinco anos – primeiro com os quatro títulos em sequência de Sebastian Vettel, depois com a Mercedes ganhando tudo e dando sinais de que não vai parar de vencer tão logo – mas vivem uma crise de interesse pela categoria. E correm o risco de ficar sem um Grande Prêmio nesta temporada.

Os números não mentem. A Alemanha é um dos países que protagonizaram a maior queda de audiência entre 2013 e 2014: 17,4%. A última edição do GP do país contou com menos de 50 mil espectadores no domingo – para efeito de comparação, 85 mil estiveram no GP da Grã-Bretanha para ver as sessões de treino livre da sexta-feira.

A queda do interesse alemão interfere diretamente na saúde financeira de seus circuitos. Em 2008, teve início um revezamento entre os circuitos de Hockenheim e Nurburgring, não para dar vasão a um interesse fora do comum, mas justamente porque os organizadores de ambas as pistas não conseguiam arcar com tanto prejuízo e decidiram realizar um GP a cada dois anos.

Porém, a situação de Nurburgring se tornou mais dramática após os administradores tentarem um ambicioso projeto para atrair o público durante todo o ano, com direito a parque de diversões, e acabarem imersos em dívidas e até com problemas com o governo alemão. E, sob nova administração, a lendária pista, que fez parte do primeiro calendário da história da Fórmula 1, em 1950, diz sequer ter um contrato para realizar a corrida de 2015.

O promotor da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, entrou em cena para confirmar que o revezamento de pistas será desrespeitado e a prova, neste ano, será em Hockenheim. Os administradores do circuito, porém, nada sabem. Jogo de cena para forçar Nurburgring a se mexer? Muito provavelmente. Mas nada disso resolve o mistério alemão.

Há quem diga que a Alemanha vive uma ‘ressaca’ parecida com o pós-Senna no Brasil. Apesar dos títulos, Vettel não teria com o povo alemão a mesma identificação de Schumacher. E Rosberg, criado em Mônaco e com ares de bom moço, muito menos.

Há quem diga que o problema são os preços dos ingressos. Afinal, os alemães lotam os circuitos para ver as etapas da DTM, categoria nacional equivalente à Stock Car brasileira. E houve até quem justificasse que o sucesso no futebol tenha desviado as atenções.

O mais provável é que seja um pouco de tudo. O que não pode ser ignorado é que um dos berços do automobilismo está dando as costas para a categoria mesmo que, de lá, venham alguns dos maiores ícones das últimas duas décadas. Isso não é pouco.

9 Comments

  1. Joshua, um amigo alemão me disse sobre a F1 atual.

    “Aquilo não é F1, não tem ronco de F1, não tem aparência de F1.”

    Simples assim.

    • Esses roncos sao brochantes mesmo. Aqui em Montreal a galera reclamou muito. Acho q. esse ano vai cair bastante a audiencia por aqui. O que salva é que a cidade se transforma em F1 eheheeh mas se nao fosse isso acho q. aconteceria como na alemanha.

  2. O Sr. B.Ecclestone foi maravilhoso ontem, hoje e amanhã não é mais, o tempo dele passou, vive no mundo dos mega-milhonários e perdeu a noção dos preços dos simples mortais, tudo é muito caro na F1, tudo. Além de não ter a miníma intimidade com as mídias atuais (internet) e desprezar os jovens.
    Outro ponto de vista (meu) interessante é que Vettel foi tetra graças ao carro e o outro alemão é mais monegasco, por tanto sem muita identificação com o povão, o Hulke vive no meio do pelotão e as Mercedes são mais inglesas do que alemã.

  3. Será que além do que já foi levantado, das dificuldades dos autódromos em arcar com os custos elevados que Bernie impõe e o interesse do público maior da DTM citado no texto – independente de Vettel e Mercedes – não tenhamos um fator “moral” neste “mistério alemão”? Afinal de contas, tivemos a pouco tempo atrás um julgamento a respeito de suborno dentro desse país envolvendo o Mr. Ecclestone. Nada impede que essa mídia negativa tenha parcela no desinteresse do público alemão pela F1.

  4. Essa história de Vettel ser campeão só por causa do carro é uma besteira sem tamanho. Se for assim, ninguem merece ser campeão, pois praticamente todos foram campeões sem o melhor carro.

    Agora, ele não é um piloto que se importe em arrastar multidões. É bem contido, na dele. O Nico é alemão por questão burocrática, creio, mas não sei se estarei sendo leviano.

    Eu acho que o Schumacher é bem xoxo como ídolo, mas suas polemicas faziam sua imagem externa. Mas na epoca de Schumacher, era raro destaque pra Alemanha na F1. Hoje, é muito comum, e alemão não é tão trouxa assim pra pagar uma fortuna pra ver corrida onde pode acontecer coisas lamentáveis como os ocorridos no gp alemão de 2010

  5. Não vai ter GP da Alemanha esse ano. Nurburgring está quebrada, e se esse acordo de alternância existe para que ambos possam dar conta dos prejuízos de um GP, Hockenheim, que estava às moscas no GP do ano passado, não vai ter a menor condição de organizar dois GPs seguidos.

    Vettel e sua aversão a redes sociais e discrição dificilmente será alguém que motive a torcida a comparecer só pra torcer por ele. E Rosberg, como Hamilton disse, é um ser de nacionalidade indefinida.

  6. Jú, como disse outras vezes, ou o Bernie saí ou a F1 afunda, pois vejo nele um sujeito que soube ganhar muito dinheiro e fazer com que a categoria crescesse de uma maneira e não sabe se adaptar aos tempos modernos, além do escândalo do suborno sem contar 2010. Os custos cobrados por Bernie são absurdos, e sua estratégia de pressão não é mais tão influente como antes. Ele teve sim os méritos de fazer a Formula 1 se tornar grande, mas hoje é o principal culpado por tudo que acontece na parte comercial da corrida, por temos muito mais corridas fora da Europa do que lá, por circuitos coxinhas como o da Rússia. Acho que isso tem pouca relação com Vettel ou Rosberg, porque o povo vai ao DTM, mas o ingresso caro afasta e enquanto Bernie não sair teremos mais do mesmo, circuitos tradicionais saindo e países sem tradição entrando.

  7. acho que a principal questão é o preço auto dos ingressos, essa questão de mídias sócias acredito q vettel na Ferrari vá se abrir mas para esse lado como outros já fazem. esses prejuízos Julianne tem como trazer eles em números? tipo relacionado ao circuito , questão de queda na audiência acho que é globol, e F1 é um esporte que pra vc entender tem q acompanhar ,,,fica só vendo carros da volta e mas volta sem entender estratégia de corridas, pits stop etc…fika difícil de atrai novos públicos pq a F1 NUM GERAL é muita fechada nessa questão de internet… tem q se abrir ate pq as empresas que bagam milhões pra patricinar tem interesse nisso.

  8. Olhando de fora, me parece ser ainda pelo fator Schumacher e a nova geração.
    Digo isso pois, Michael tinha carisma que falta a Vettel e Rosberg, e isso muitos brasileiros acham. Ou seja, se do lado da cá achamos isso, imagine uma parcela de alemães.
    Segundo, os custos, as mudanças sem clareza a distância da F1. O DTM você vê o piloto, ele se aproxima, ele interage. Na F1 os pilotos estão sempre apressados, com cara de poucos amigos e para chegar perto deles, é preciso pagar uma boa quantia.
    Só que as famílias alemãs pensam o seguinte (exemplo): se gasto 1mil para ver o Vettel, que nem vai olhar na minha cara, gasto 500 na DTM, vejo corrida do mesmo jeito, ouço o ronco dos motores, mostro isso ao meu filho, será um momento inesquecível e *uck a F1.
    Se antes a F1 era um circo, hoje ela é show de horrores para muitos. Cada vez mais cara e distante. Não sendo atrativa para quem simplesmente quer ver uma corrida de carros barulhentos e de pilotos com jeito de pilotos, não modelos impecáveis.


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