Ele não é o conjunto carro-piloto mais rápido deste ano. Com o melhor equipamento, perde para o companheiro, em média, pela ínfima diferença de meio centésimo a cada final de semana. Por conta disso, tem de ouvir que ainda não bateu o único rival que tem o mesmo carro em condições normais em classificações neste ano. Mas está o equivalente a quase duas vitórias na frente. Afinal, Nico Rosberg tem sido o piloto mais forte do ano até aqui? E o que pode derrubá-lo?
Foram menos de 30s de duelo na Espanha, mas o que se viu na batalha interna da Mercedes na Espanha nos deu vários ingredientes para tentar identificar os meandros de uma relação que teve diversas caras desde que Lewis Hamilton chegou à Mercedes, em 2013. Até as luzes se apagarem em Montmeló, Hamilton podia se apoiar no fato de ainda não ter tido nenhum final de semana sem problemas até ali e colocar enorme responsabilidade pelo déficit no campeonato nas costas da equipe. A não ser, claro, pelas largadas ruins de Austrália e China, tidas como superadas pelo piloto.
Entretanto, mais uma vez, Rosberg largou melhor e tomou a ponta. O erro de configuração do mapeamento de motor deu uma segunda chance a Hamilton que, ciente, como tem dito há tempos, que não tem mais coringas para gastar, foi com tudo. Mas encontrou um Nico diferente daquele com o qual já tinha se acostumado. Encontrou aquele mesmo Nico que fechou a porta no GP da Bélgica porque queria “deixar claro seu ponto de vista”.
A repercussão daquele episódio de 2014 limou a confiança de Rosberg e energizou Hamilton para virar uma situação no campeonato – eram 29 pontos de desvantagem naquele momento. E a versão ‘boazinha’ do alemão continuou sem dar frutos no ano seguinte. “Ele foi melhor hoje, mas não estou satisfeito”, era o discurso fraco de 2015.
Mas algo parece ter ‘rebutado’ Rosberg após o erro que entregou o título a Hamilton em Austin. Poucas vezes vi um piloto tão irritado consigo mesmo do que Nico após aquela corrida. E dali em diante as coisas mudaram.
Hamilton relaxou após o título? Muito provavelmente, mas talvez hoje tenha de reconhecer que foi um erro. Conversando com pilotos e outros profissionais da F-1, todos destacam o papel fundamental da confiança para qualquer piloto. E aqueles três GPs, somados aos erros de Hamilton no início de 2016, fizeram com que Rosberg voltasse ao ‘modo agressivo’, único com o qual conseguiu ao menos ameaçar um companheiro que provou ser mais veloz ao longo dos mais de três anos em que correram juntos.
Nessa batalha em que ninguém quer dar espaço – na pista ou fora dela – o aperto de Mônaco deve nos entreter bastante na próxima etapa. Todos sabem que Hamilton e Rosberg têm um histórico complicado em seu duelo interno nas ruas do Principado, desde a confusão da classificação de 2014 até a estratégia equivocada da Mercedes no ano seguinte. Não é por acaso que os ânimos costumam se acirrar em uma pista em que, para qualquer piloto, superar o companheiro é questão de honra. Ainda mais quando a velocidade está de um lado e a confiança, de outro.
16 Comments
Eu acho que cada vez que Rosberg fecha os olhos antes de baixar a viseira ele vê o boné de Austin voando em sua direção.
Teve a largada em Suzuka também. Os dois se colocaram lado a lado, e Hamilton foi tirando o espaço de Rosberg, sabendo que ele claramente tiraria o pé (não só tirou como, para evitar o toque, saiu da pista, perdendo posições para Bottas e Vettel).
O que Rosberg parece ter deixado claro é que, a partir de agora, ele não vai deixar brecha nenhuma. Com um carro tão superior e quase duas vitórias de vantagem, quem mais tem a perder agora é Hamilton. E sabemos que, apesar do tricampeonato, Hamilton não é tão mentalmente forte assim.
A vantagem de Rosberg era de 43 pontos para o Hamilton, ficou em 39 para Raikkonen, estaria mais um título caindo no colo do Finlandês?
Acho que Rosberg almoçou com Button e pediu alguns conselhos, pois ele tem trazido à tona o Hamilton desequilibrado de antes do segundo título mundial.
Abraços pros meninos e beijos pras meninas!
Só um milagre para o título não fica com um dos pilotos da Mercedes. Para Ferrari chegar no ritmo de corrida da Mercedes em todas ou quase todas as corridas é muito difícil. E mais difícil ainda é conseguir competir com a Mercedes nas classificações e largando sempre atrás mesmo que seja mais rápida em corrida fica difícil ganhar…
Acho que o título de pilotos só vai ser decidido nas provas finais do campeonato. Alguns dirão: “Ah! Mas só temos 16 provas para o final!”; Porém éh muito-chão ainda pra se disputar! E sem contar que o fator Red Bull (virá com uma nova evolução de unidade-de-potência no Canadá) e a própria Ferrari, sem dúvida poderão evoluir e ser um rival das-flechas em determinados GP’s. E quanto à luta dos pilotos-mercedicos, o Rosberg tem tudo (teoricamente) para levar este campeonato. Más se o Nico não tiver controle emocional quando o Hamilton ganhar algumas provas (fatalmente!), e encostar na tabela, aí creio que o Hamilton leva, de novo o título de campeão.
Tudo vai depender da confiança do Hamilton nas corridas que a de vim,se ele ganhar um e o Rosberg duas ele ficara cada vez mais sobre pressão ai podemos lembram do velho Hamilton de 2011 e ai os outros carros que se cuidem kkk
Precisa ver como a Mercedes está lidando com esta batida. E quais as recomendações para as disputas entre seus pilotos. Já em relação a aproximação dos touros e da Ferrari, a Mercedes pode voltar a manter a mesma estratégia para os dois pilotos, para garantir a vitória, e ai leva vantagem quem estiver na frente. Pelo jeito as largadas e a primeira curva, ou até primeira volta, podem definir quem leva dentro da Mercedes. E o Nico pode levar vantagem pela grande margem de pontos.
Juliane vc tem alguma informação a respeito dessa informação que circula nos sites de F1
“os engenheiros do time de Maranello tentam entender as razões em que levam a máquina vermelha a perder quase um segundo em asfalto com temperatura superior a 150ºC.”
Como assim asfalto com temperatura superior a 150C?
http://f1team.leiaja.com/sf16-h-da-ferrari-tem-deficit-de-desempenho-em-pista-de-alta-temperatura-diz-revista/
O artigo foi muito mal traduzido, começando pelo fato que a temperatura do asfalto jamais chegaria a 150 graus, não faz sentido nenhum.
Recomendo a leitura do original: http://it.motorsport.com/f1/news/la-ferrari-non-controlla-l-aumento-della-pressione-delle-gomme-737675/?s=1
A questão é que basicamente a Ferrari não está conseguindo diminuir a temperatura e, por conseguinte, a pressão dos pneus, o que gera um contato menor da borracha com o solo e perda de rendimento.
Cara, desconfie de certos sites. As fontes não são confiáveis e, se não for nenhum erro de revisão do texto, essa informação não faz o menor sentido e não merece nenhum crédito.
O que se diz é que Mercedes e Red Bull conseguem rodar com os pneus com a pressão mínima recomendada pela Pirelli, que virou força de regra no ano passado, passível de punições a quem estiver abaixo desse limiar. Mesmo com o aumento da temperatura, os pneus desses carros conseguem manter essa pressão mínima, o que a Ferrari pareceu não ser capaz. Isso causa perda de grip nos setores mais lentos, o que condiz com o fraco setor 3 da Ferrari em Barcelona. Eles trabalharam nisso nos testes dessa semana.
http://it.motorsport.com/f1/news/la-ferrari-non-controlla-l-aumento-della-pressione-delle-gomme-737675/?s=1
http://it.motorsport.com/f1/news/test-a-barcellona-la-ferrari-torna-davanti-illusione-o-realta-738187/?s=1
Modo agressivo corroborado pelos comissários que deveriam tê-lo punido em Barcelona.
É não é a primeira vez que passam a mão na cabeça dele. Ter papai ex-campeão do mundo e amigo de piloto comissário facilita pelo jeito.
Punido pq? Por se defender? Hamilton que veio babando achando que daria, ali a tentativa era por fora, não por dentro como ele tentou, Rosberg fez certo mudou de linha uma vez para se defender, pq haveria de ser punido?
Abraços pros meninos e bjs pras meninas!
Deveria ter deixado espaço pois o inglês já tinha uma parte significante do carro ao lado. Parte significante definida pela regra da FIA como se a roda dianteira do carro atrás se encontra ao lado da traseira do carro da frente, que foi exatamente o que aconteceu. Mais um ajudazinha ao alemão. Se fosse ao contrário haveria punição.
Não acho que Hamilton tenha largado mal. As largadas dos pilotos da Mercedes foram praticamente idênticas, acredito que de alguma forma o modo do regime de motor em economia de combustível no carro do Rosberg o ajudou na longa reta de Barcelona, possibilitando-o a pegar o vácuo e fazer a bela manobra de ultrapassagem. O próprio Hamilton também colaborou para isto, pois, ao defender a posição colocando o carro na linha interna, deu a chance a Rosberg de se posicionar num lado por onde os carros tangenciam e tem mais aderência para o contorno da curva 1.
E digo mais, ao fechar a porta, a intenção original de Nico era de que Hamilton saísse da corrida e ele somasse bons pontos, deixando a vantagem praticamente intransponível. De todo modo foi vantajoso pois se queimou mais uma etapa com a vantagem estabilizada, no entanto, ele não contava que também fosse colhido no acidente. Para Lewis, prejuízo pouco é lucro, ao menos o adversário não ampliou a vantagem.
Ademais, como será um campeonato interno dos pilotos da Mercedes com muitas etapas ainda a se realizar, a vantagem será de quem fizer as poles e contornar a primeira curva na frente. Não será rotina essas retas longas como o do GP da Espanha que propiciam essas surpresas na luta pela liderança, salvo engano, apenas na Hungria é assim. Se continuar fazendo o dever de casa nas poles, e largar bem, acho sim ser possível reverter a diferença, vide campeonato de 2014. Atentem, que até em circuitos em que Rosberg tradicionalmente se adapta melhor como Bahrein e Barcelona ele levou coro na pole, sendo este último emblemático, haja vista ter sido com o uso do próprio setup.