A relação de forças em uma primeira classificação após a pré-temporada mais curta da história e uma sexta-feira com treinos livres prejudicados pela chuva sempre estaria relacionada a uma lição de casa bem feita e um programa de desenvolvimento mais estável, levando a uma otimização do que já estava testado e aprovado.
McLaren e Mercedes provaram que entenderam as novas necessidades geradas pelo menor tempo de pista. A primeira, ao não trazer grandes evoluções para a primeira prova do ano, ao contrário de anos anteriores. A segunda, ao priorizar o trabalho de túnel de vento em relação ao tempo de pista, estreando um carro mais sofisticado. Ambas assumiram um risco, uma de ficar para trás, outra de descobrir erros de correlação entre pista e túnel de vento, mas levaram a recompensa.
Agora, resta aos rivais esperar que o resultado de hoje tenha sido influenciado pelas características especiais do circuito de Albert Park, que premia mais a estabilidade de freada do que a pressão aerodinâmica, ao contrário do que veremos semana que vem na Malásia – e poderia apostar que, em Sepang, dirão que o problema é o calor, na China, a abrasividade do asfalto, até que a verdade não mais poderá ser escondida na Espanha, quando chegam os grandes pacotes de mudanças após os testes de Mugello.
Se a primeira classificação do ano deixou mais dúvidas e surpresas – finalmente! – do que certezas, ficam alguns indicativos que apontam para direções diferentes do que foi visto na pré-temporada. A grande surpresa negativa ficou por conta da Force India, ainda que seu ritmo de corrida tenha sido o que mais impressionou. A performance de Hulkenberg e Di Resta é algo a se observar na corrida.
Outro ponto de interrogação foi deixado pela Williams. Será a boa classificação de Maldonado fruto de sua habitual desenvoltura em uma volta rápida, especialmente em circuitos de rua, ou sinal da evolução real do carro?
Aliás, o desempenho do venezuelano foi apenas um dos destaques em uma sessão complicada por carros bem traseiros. Enquanto Schumacher e Alonso iam parar na brita, e Raikkonen, Massa, Vettel e Rosberg erravam em suas voltas cruciais, vimos uma briga competente e apertada na Toro Rosso, além de Grosjean e Hulkenberg brilhando. Até Petrov levou menos tempo de Kovalainen do que Trulli estava acostumado…
Não que ver pilotos jovens se classificando bem seja novidade. Seu desafio atualmente é manter a consistência e domar os Pirelli durante as corridas. Portanto, o que Grosjean fará desde o terceiro lugar? A Mercedes virará abóbora em ritmo de corrida, como no ano passado? E os pilotos da Ferrari, conseguirão segurar o nervoso carro na pista? Depois de termos vistos classificações assombrosas na Austrália em dois dos últimos três anos, com Brawn e Red Bull, como é boa a sensação de ter mais dúvidas que respostas!
3 Comments
É Ju, foi bem legal esse treino com suas muitas surpresas.
Embora o regulamento não tenha mudado tanto, achei incrível o salto de performance da Mercedes, Lotus e de todas as médias, com exceção da própria Force India.
A Sauber me pareceu a mais competitiva desse pelotão intermediário e a Willians mostrou uma evolução considerável.
Destaques negativos: RedBull, Ferrari (fiasco novamente) e Catherman – esta, por sinal, ficou mais para trás ainda, isolada e sem a companhia das outras nanicas.
Abs!
Ju, vc tocou em um ponto interessante, afinal a Mclaren foi mais continuista, mas aparentemente está colhendo bons frutos pela regularidade, ao passo que a Mercedes, mesmo ousando muito, assim como a Ferrari(????), parece ter encontrado boas soluções! São modos distintos de trabalho, mas que possuem algo em comum, com a potencialização das idéias. Importante que teremos brigas.
A Mercedes virou abóbora…