Michael contra Michael
Qualquer esportista que fique 3 anos parado terá problemas para voltar ao alto nível. Principalmente encararando alguns garotos com até metade de sua idade. No automobilismo, pior ainda, pois depende diretamente do carro. Mas a maioria achou que Michael Schumacher estaria acima disso. Afinal, como duvidar da capacidade de um homem que não pensava duas vezes em ir para cima de Senna ainda novato e que venceu corridas em 96 com uma Ferrari horrorosa, além, é lógico, dos 7 títulos mundiais?
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Doze corridas depois, nos perguntamos se ele um dia voltará a ser o que foi. Olhando para trás, realmente era pedir demais que ele retomasse a carreira de onde parou – aquela mágica apresentação em Interlagos. De 2006 para cá, os carros perderam o controle de tração e o freio motor e tiveram a pressão aerodiâmica drasticamente reduzida. Os pneus não têm mais sulcos, há diferenças entre os compostos e nas dimensões dos dianteiros.
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Tendo isso em vista, a hora certa para voltar seria em 2009, quando houve uma grande mudança no regulamento e todos começaram o processo de adaptação do zero. Alguém duvida que ele lutaria pelo título sentado naquela Brawn de outro planeta? Agora, os pilotos têm um ano nesses carros e nesses pneus e esse é um handicap difícil de tirar.
Pior, hoje não há testes no meio da temporada. Schumacher costumava ficar na pista em Fiorano até o sol baixar e trabalhava diretamentamente com a Bridgestone. Agora, anda apenas cerca de 80 voltas nos treinos livres dos finais de semana de corrida.
Resta ficar na torcida para que seus problemas estejam mais no carro do que nele mesmo. A teoria de que a Mercedes desse ano foi feita para Button e, consequentemente, é um desastre para o estilo traseiro de Schumacher, faz sentido. A justificativa de que ele não consegue acertar o carro dentro do estilo de deixar a frente pregada no chão, também, devido aos pneus dianteiros estreitos. O remédio é esperar por 2011, que Ross Brawn e a Pirelli recuperem a moral do heptacampeão.
Michael contra Nico
Nico |
X |
Michael |
93 |
Pontos |
38 |
10 |
Classificação |
2 |
6.6 |
Posição média de largada |
9.3 |
3º |
Melhor resultado |
4º |
6.2 |
Posição média de chegada |
9.2 |
3 |
Pódios |
0 |
1 |
Abandonos |
1 |
As médias de posição de largada e chegada sugerem que Michael não tem um problema localizado em tirar o máximo do carro aos sábados ou controlar o ritmo e manter-se longe de problemas no domingo. Ele simplesmente não consegue acompanhar o ritmo do companheiro o final de semana todo, o que, convenhamos, ninguém esperava.
Foram 3 pontos baixíssimos na temporada até agora. A corrida chove/para da China parecia com a cara de Schumi. O 10º lugar e os passões que levou de Hamilton e até de Petrov foram um balde de água fria. Ele simplesmente detonou seus pneus intermediários, enquanto Rosberg subiu no pódio.
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No Canadá, sempre que pressionado, cortava a última chicane. Jogou o carro para cima de Kubica, Massa e Liuzzi. Escapou de uma penalização sabe-se lá como. Na Hungria, fazia uma corrida correta até exagerar na disputa com Barrichello.
Por outro lado, os quartos lugares da Espanha e da Turquia mostram que a velocidade ainda está lá.
Nico contra seus companheiros
Ano | Companheiro | Diferença média na classficação |
2006 | Mark Webber | +0.082 |
2007 | Alex Wurz | -0.659 |
2008 | Kazuki Nakajima | -0.343 |
2009 | Kazuki Nakajima | -0.404 |
2010 | Michael Schumacher | -0.262 |
Apenas Mark Webber, reconhecido leão de treino, conseguiu uma média melhor de tempos em classificação que Nico Rosberg – que ainda por cima estava em sua 1ª temporada na F1, então com 20 anos.
Mas é fato que nenhum dos outros representou um grande teste para o alemão. Até por isso esperava-se que Nico tivesse sua prova de fogo contra o heptacampeão. O que acabou acontecendo, pelo menos nesse ano, foi o inverso, afinal, Michael sempre evitou sabiamente ter companheiros à altura e acabou experimentando do próprio veneno.
Rosberg tem um currículo nas categorias de base tão invejável quanto Hamilton. Quando foram companheiros, inclusive, bateu o inglês na F-3 Euroseries. Ganhou a chance na Williams ao ser campeão da GP2, em 2005.
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Rápido, sempre foi. Só não sei se tem a agressividade necessária para um campeão. Aquilo que até mesmo Button mostrou em Interlagos ano passado. Sempre que chega numa posição de ponta, não ataca o piloto da frente, se acomoda. Mas, aos 24 anos, tem bastante tempo para mostrar isso.
3 Comments
Twittamos hoje como é estranha a posição de Schumacher no Mundial de Pilotos. Não só por estar em nono, mas principalmente por estar 50 pontos atrás de Kubica. Gostei do post, as comparações são mto boas!
Em qualquer dado que se olhe, ele está muito abaixo. Isso é o estranho. Tudo bem que o carro seja especialmente difícil pra ele, mas um heptacampeão tem a obrigação de encontrar uma saída. Nunca torci pra ele, mas acho que seria muito bom pro esporte se ele voltasse a ser competitivo ano que vem.
até novato, o alemão era cara de pau, hehe! quando tomou um puxão de orelha de senna, fingiu que não estava ouvindo, hehe! vc tocou em um ponto muito importante, parece que a noção de shumi a respeito de velocidade, não é mais tão constante.